Fanfic: Convite ao Amor (Laliter) | Tema: Laliter

- O que você estava dizendo, Jerry?

Jeremy sorriu, feliz, sobre a borda de sua taça de martíni.

- Só que estou mais do que agradecido por você me convidar para o almoço hoje. O Natal é uma das épocas do ano em que os gays se lembram com mais intensidade de que há muita homofobia por aí. Atu­almente, tentamos nos convencer de que Sydney é uma cidade muito cosmopolita, mas não é tanto quanto pretende ser.

- Verdade? - disse PETER, seus olhos se voltando para o hall através do qual LALI teria que passar. Se é que ela desceria.

- Você não acha que há coisas mais importantes para pensar do que as pessoas se preocuparem com o que os outros fazem vida pessoal? - continuou Jeremy. - Quero dizer... Não acha que não é da conta de ninguém com quem os outros fazem sexo, desde que não se esteja magoando ninguém?

Mas e se estiver?, pensou PETER com raiva. E se alguém estiver fazendo sexo com outra pessoa e uma terceira se sentir profundamente ferida?

- Muito bem, Jeremy - cumprimentou o parceiro dele.

Os olhos de PETER se voltaram para Kelvin, um sujeito alto e magro, de idade indeterminada. PETER estava prestes a abrir a boca a fazer um comentário rude - LALI suspeitava que ele estava prestes a se comportar muito mal - quando percebeu com o can­to dos olhos o que tanto havia esperado. Sentiu o estômago revirar ao ver o objeto de sua agitação passar ao lado de Derek, que parecia muito satisfei­to bem atrás dela. O penteado de LALI se desman­chara e seus cabelos estavam revoltos, o que não escapou a PETER. Nem suas faces rosadas.

- Se vocês me derem licença - disse ele, abrup­tamente -, há alguém com quem preciso falar. Chloe, pode levar nossos hóspedes para o terraço? O almo­ço é um bufê, mas há lugares marcados à mesa.

PETER ignorou o brilho de aborrecimento no olhar de Chloe pouco antes de ele se voltar e marchar através da sala para confrontar LALI. Não tinha idéia do que ia dizer, mas precisava dizer alguma coisa, qualquer coisa, para dar vazão à tempestade de emo­ções que estava se formando dentro dele.

- LALI... - disse ele com dureza, quando chegou perto dos namorados.

Os olhos dela se voltaram para ele.

- Preciso falar com você. Agora. Em particular.

- Mas nós estávamos indo agora ao terraço almo­çar... - respondeu ela, muito docemente.

Ele cerrou os dentes quando seu olhar furioso se fixou na boca de LALI, onde o batom estava ainda mais vermelho do que antes. Era claro que ela o havia retocado. Mas a gota d`água para perder o controle foi perceber que ela tirara os brincos de diamante.

- Tenho certeza de que você não se incomodará de adiar seu almoço por cinco minutos - retrucou PETER com aspereza, perguntando-se por que ela não estava usando seu presente de Natal.

LALI deu de ombros, aparentemente sem preo­cupação, mas ele percebeu um certo brilho de temor em seus olhos.

-Não vou me demorar, querido - disse ela ao namorado com um suave toque de desculpas em seu braço. - O bufê está preparado no terraço. Vá na frente e daqui a pouco eu o encontro.