Fanfics Brasil - 3 Convite ao Amor (Laliter)

Fanfic: Convite ao Amor (Laliter) | Tema: Laliter


Capítulo: 3

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A atitude positiva de LALI em relação ao Natal durou até o momento em que parou seu carro branco na entrada da casa na manhã seguinte e viu o carro esporte vermelho vivo de PETER estacionado fora da garagem.


-Droga... - murmurou enquanto pressionava o controle remoto para abrir os portões eletrônicos.


Supôs que PETER estaria fora jogando golfe, como sempre fazia todo sábado, chovesse, caísse granizo ou fizesse sol. Na véspera de Natal também. Se ti­vesse imaginado por um segundo que PETER estaria em casa, teria usado um de seus novos vestidos sen­suais naquela manhã - provavelmente o preto e branco de frente única, que mostrava seus ombros esguios e seus braços bem torneados. Em vez disso, estava de calça jeans desbotada e um pulôver ama­relo. Roupas adequadas para ir a um supermercado, mas não para impressionar um homem, especialmen­te um que gostava de mulheres que sempre pareciam ter acabado de sair de um salão de beleza.


Mas, com um pouco de sorte, poderia chegar a seu quarto e se trocar antes de encontrar com PETER. Afinal, a casa era enorme. Construída na década de por uma rica família de mineiros, a Goldmine tinha sido reformada muitas vezes desde então. As paredes originais de pedra eram agora de cimento branco, com janelas em arco e muitas varandas, o que dava à casa uma aparência mediterrânea. Devido ao declive do terreno, da estrada a casa parecia ter dois andares, porém, havia mais um no nível inferior na parte de trás da casa, onde havia amplas paredes de vidro, para aproveitar a vista do mar. Na verdade, poucos cômodos não eram voltados para o porto de Sydney, a vista estendendo-se através da água até a ponte e o teatro a distância. No andar mais alto, todos os quartos tinham varandas individuais com vista para a baía. A suíte principal se abria para uma va­randa fechada, grande o bastante para acomodar mesa e cadeiras. O enorme terraço nos fundos, porém, tinha a melhor vista e, por isso, era sempre o lugar onde o almoço de Natal era servido. Grandes mesas de cavaletes eram montadas no terraço e, para fazer som­bra, eram colocadas enormes persianas de lona.


Só uma vez, na lembrança de LALI, quando a temperatura chegara aos 40 graus, o lanche fora servido dentro de casa, na sala da família, a única grande o bastante para acomodar o número de con­vidados que invadiam Goldmine todo Natal a partir do meio-dia. Os pais de LALI começaram a tradição pouco depois de comprar a casa, quase trinta anos antes. Seu pai a manteve depois da morte da mãe dela e PETER parecia feliz em honrá-la nos anos em que esteve vivendo lá.


Naturalmente, o lado cínico de LALI entendia que agora o almoço de Natal em Goldmine era mais um almoço de negócios do que uma reunião de família e de antigos amigos. Muitos dos convidados à mesa seriam pessoas com quem PETER tinha negócios, con­tatos valiosos cujas prioridades eram discutir de onde os próximos milhões viriam. LALI não tinha ilusões de que PETER fosse diferente das pessoas com quem se relacionava. Gostava de dinheiro tanto, ou possi­velmente mais, quanto eles. Nesse ponto, lembrou-se do que Derek havia sugerido na noite anterior, que PETER estava tirando vantagem da posição de tutor para viver, sem pagar aluguel, numa casa perto do mar. Embora tivesse defendido PETER, LALI tinha que aceitar que viver em Goldmine era uma enorme vantagem social. Não tanto pelo tamanho - algumas casas na vizinhança eram bem maiores - mas pela posição. Sem dúvida, o endereço beneficiara PETER nos negócios. Motivo pelo qual ele queria comprar a casa.


Com os portões finalmente abertos, LALI entrou e estacionou perto do carro de PETER. Olhou com certa perplexidade para o carro, sem compreender por que ele não fora jogar golfe. Pensando nisso, lembrou-se do presente de Natal que comprara para ele. Era um conjunto de tacos de golfe em miniatura, as cabeças em prata, os bastões em ébano e a bolsa artesanal no mais belo couro vermelho. Ela o com­prara no eBay e custara milhares de dólares, mais do que geralmente gastava com ele. No momento em que o  vira, soubera que PETER gostaria dele. Mas ele não acharia estranho que lhe comprasse algo tão caro? Esperava que não.


LALI fez uma careta quando percebeu que ele acharia ainda mais estranho que não tivesse compra­do nada para seu novo "namorado". O que não fize­ra. Ela e Derek tinham combinado quando ele deve­ria chegar no dia seguinte e o que deveria vestir, mas não haviam pensado em presentes. LALI suspirou, sua confiança no subterfúgio começando a diminuir. Não que tivesse muita importância. Não podia seria­mente esperar alcançar o milagre de que PETER olhas­se para ela e, de súbito, sentir uma onda de desejo incontrolável. Por que isso aconteceria agora, depois de todos esses anos? Havia se arrumado para ele antes, sem nenhum resultado.


A verdade é que não era seu tipo. Mesmo sem a antiga forma generosa, nunca se pareceria ou agiria como a espécie de namorada que PETER escolhia e, com certeza, preferia: não só muito magra, mas tam­bém muito chique e sofisticada. Uma professora de jardim-de-infância não fazia o gênero de PETER, mes­mo com uma fortuna futura. Ao contrário, o fato de ser a herdeira de seu pai provavelmente era uma desvantagem. PETER não gostaria de qualquer coisa que lhe lembrasse que não era um sucesso financei­ro por si mesmo, ou de que o conhecera quando era pobre. Cada nova namorada significava uma ficha limpa. LALI tinha certeza de que ele não contara à última namorada, Chloe, que já estivera na cadeia.


Ou que o pai de sua protegida fora um generoso benfeitor. Acreditava que PETER sempre falava de seu pai como um amigo de longa data, explicando assim sua guarda.


LALI pensava nessas coisas com um misto de emoções. Havia desapontamento, sim, mas também alívio porque a faziam compreender que abrigar esperanças de atrair PETER naquele Natal era um caso de desespero e desilusão. Não aconteceria.


Embora a compreensão lhe causasse dor, já que ninguém gostava de ter seus mais antigos e queridos sonhos destruídos, a aceitação da realidade também começou a desfazer os nós que lhe apertavam o es­tômago. O que vestia agora já não tinha importância. Podia relaxar e agir naturalmente com PETER, o que não faria em seus patéticos planos anteriores. Pode­ria ligar para Derek ali e agora e cancelar sua vinda no dia seguinte, seja não tivesse dito a Flora, quan­do telefonara na noite anterior, que haveria mais um hóspede para o almoço de Natal — seu novo namo­rado, Derek. PETER não estava em casa quando tele­fonara, mas LALI sabia que Flora contara a ele no café-da-manhã. Flora era adorável, no entanto, gos­tava de uma fofoca. Não havia saída; tinha que levar o plano adiante.


Você provavelmente ficará contente amanhã, disse LALI a si mesma enquanto saía do carro e caminhava para o portão dos fundos. A nova namo­rada de PETER parecia ser uma boa bisca, de acordo com descrição que Flora fizera de sua personalidade.


Quando LALI perguntou como ela era, Flora disse que a moça era convencida.


- Bonita como a última - acrescentara Flora -, porém mais inteligente. E sabe disso. Mesmo assim, não vai durar mais do que as outras. Seis meses é o prazo máximo do nosso PETER. Depois disso, é adeus para a antiga e boas-vindas para a nova. Se esse rapaz algum dia sossegar, ninguém vai acreditar.


LALI fez uma careta enquanto tirava a bagagem do porta-malas. Também não acreditaria. PETER defi­nitivamente não era homem que se casasse, nunca fora e nunca seria. Não era romântico também. Ali­mentar suas necessidades sexuais era o mais impor­tante no que se referia a mulheres. Quando se can­sava da última parceira, ela era trocada. Em uma ocasião, dissera a LALI, na época com 12 anos, pouco depois de verem um belo romance na televisão, que nunca se apaixonaria da maneira como aconte­cera com os personagens do filme. Confessara fria­mente que não fazia idéia de como era sentir essa espécie de amor. LALI supunha que sua incapacida­de de se ligar emocionalmente a mulheres tinha algo a ver com uma infância sem amor, um assunto que ouvira seus pais discutirem, antes da morte de sua mãe.


Aparentemente, PETER sofrera terrivelmente nas. mãos de um pai bêbado e agressivo e fugira de casa para viver nas ruas de Sydney quando tinha apenas 13 anos. Depois disso, fez algumas coisas terríveis para sobreviver. LALI nunca descobrira exatamente o quê, mas conseguia imaginar. Pouco depois de fazer 18 anos, PETER fora preso por roubar carros e condenado a dois anos de prisão. Foi durante a sen­tença que, enfim, recebeu carinho de um homem que descobrira sua inteligência, um homem que, durante anos, dedicara generosamente muitas horas de seu tempo para ajudar os menos afortunados. PETER foi posto num programa educacional para prisioneiros, fundado por esse homem, e se tornou um de seus mais bem-sucedidos alunos, conseguindo o diploma de ensino médio em tempo recorde. Esse homem era o pai dela.


- LALI!


LALI levou um susto ao ouvir o chamado, mas quando viu quem era sorriu.


- Oi, Jim. Você está ótimo! - O marido de Flora tinha mais de 60 anos, no entanto, era um desses homens magros e rijos que envelheciam bem e sem­pre andavam com um passo leve.


- Trouxe um monte de bagagem, menina - disse ele, juntando-se a ela e olhando as duas malas gran­des. - Veio de vez para casa?


- Ainda não. Arranjou uma árvore bacana para mim?


- Sim. Uma beleza. Deixei-a no lugar de sempre na sala. As caixas com os enfeites estão perto dela. E pendurei as luzes na fachada de trás.


- Ótimo. Obrigada, Jim.


Jim acenou com a cabeça. Não gostava de con­versa fiada, como sua mulher. Sentia-se mais feliz ando trabalhava com as mãos. Adorava manter os amplos terrenos de Goldmine impecáveis, um traba­lho fácil depois que o pai dela voltara de uma visita a Tóquio dez anos antes e substituíra os canteiros de flores e gramados tradicionais por jardins no estilo japonês. Agora havia muitas rochas e caminhos de cascalho, combinados com pequenos lagos artificiais e quedas de água, que se sobressaíam com a vegeta­ção constituída por lindas árvores e plantas. A prin­cípio, Jim não se entusiasmara muito com a falta de grama e flores, mas passou a apreciar a beleza e a serenidade singulares do jardim.


Ele pegou as malas de LALI sem perguntas e caminhou em direção à varanda da frente, atrapa­lhando seus planos de se esgueirar sem ser vista pela garagem. Para ser honesta, LALI ainda desejava ter uma aparência melhor para a primeira vez que PETER a visse. Seria compensador ver seu olhar de surpresa. Suspirando, pegou a bolsa grande no assento do passageiro, trancou o carro e caminhou rapidamente atrás de Jim que já havia deixado no chão suas malas ao lado da porta e apertado a campainha.


- Eu tenho as chaves - disse ela, e estava procurando-as na bolsa quando a porta foi aberta. Não por Flora, mas por PETER.


Se alguma vez LALI ficou contente de usar ócu­los escuros, foi nesse momento. Não por causa da reação de PETER diante dela, mas pela reação que teve ao vê-lo. Tinha ficado tão preocupada com a própria aparência que se esquecera de como ele era tão devastadoramente atraente, em especial quando vestia tão pouca roupa como hoje: apenas short e camiseta sem mangas, a cor destacando a bela pele bronzeada. O olhar de LALI, felizmente escondido pelos óculos, passeou por seu corpo, de cima a baixo, antes de se fixar em sua boca.


Se os olhos negros de PETER não fossem tão duros e suas feições tão fortemente masculinas, sua boca faria dele um menino bonito. Os lábios eram cheios e sensuais, curvando-se em torno de dentes brilhan­tes e brancos, sua perfeição uma cortesia do dentista de primeira linha a quem o pai dela o levara logo que fora solto da prisão. Se LALI tinha alguma crítica, era a seu cabelo, que achava curto demais. Mesmo assim, o estilo do corte lhe dava uma aparência intimidadora que provavelmente funcionava bem no mundo dos negócios.


- Olá, estranha - disse ele, os olhos escuros per­correndo seu corpo até os pés calçados com tênis e depois subindo a seu rosto. Porém, nem um sinal de admiração na expressão dele, ou mesmo de surpresa. Nenhuma reação. Zero.


Sua indiferença, quando esperara um elogio, exasperou LALI. O que teria de fazer para que o homem a notasse, droga?


- Obrigado, Jim - agradeceu ele, abaixando-se para pegar as malas. - Cuido disso agora.


- Sim, obrigada, Jim - repetiu LALI, com dentes cerrados. Jim acenou e saiu, enquanto PETER se vol­tava para carregar sua bagagem, ela teve vontade de gritar. Em vez disso, cerrou ainda mais os dentes. De repente, sentiu que não podia esperar até fazer 25 anos. Quanto mais depressa tirasse PETER de sua vida, melhor. Ele era como um espinho em seu corpo, incomodando-a o tempo todo. Como poderia ter o que mais queria na vida, filhos, se ele estava sempre lá estragando as coisas para ela? Como poderia se sentir completamente feliz quando o comparava com todo homem com quem namorava?


O que os olhos não vêem, o coração não sente. Com esperança, LALI fechou a porta da frente, con­tendo um suspiro quando viu PETER se dirigindo para a escada com suas malas.


- Posso levá-las para cima - disse, precisando com desespero de alguns minutos longe dele para recuperar o controle. Embora inconscientemente LALI sempre soubesse que nada jamais resultaria de seus sentimentos secretos por PETER, enfrentar por fim a futilidade de suas fantasias era uma experiência que despedaçava a alma. Ele não tinha nem notado sua perda de peso. Todo aquele trabalho. Por nada!


- Sem problema - respondeu ele, continuando a subir as escadas com as malas. LALI rangeu os den­tes e apressou o passo pelas escadas depois dele.


- Por que não foi jogar golfe?


-Queria uma oportunidade de conversar com você - disse ele - em particular.


- Sobre o quê?


Ele não respondeu e continuou a subir com as malas dela.


- Sobre o quê, PETER? - repetiu quando o alcançou frustrada com a falta de resposta. Ele parou no cor­redor do andar de cima, pôs as malas no chão e se voltou para ela.


- Flora, por exemplo.


- O que há com ela? Não está doente, está?


- Não, mas não pode mais fazer o que fazia. Fica muito cansada. No último ano, tive que contratar os serviços de uma empresa de limpeza para vir duas vezes por semana para fazer todo o trabalho para ela.


- Eu não percebi.


- Se você viesse em casa de vez em quando, per­ceberia... - alfinetou PETER.


Era um comentário justo e que lhe deu um grande sentimento de culpa. LALI reconheceu que passara o último ano obcecada consigo mesma. Mas estava numa missão. Uma missão inútil, como mostrou o resultado.


-Eu... eu estive muito ocupada - disse ela, desculpando-se.


- Com o novo namorado, se compreendi bem? LALI se irritou.


- Tenho o direito a uma vida social - defendeu-se, tirando os óculos escuros para encará-lo. - Você tem uma, não?


- É verdade. Mas não ocupa todo o meu tempo. - Seu tom crítico era tão contundente quando se tratava de namorados dela que isso a levava a falar coisas sem pensar . Hoje não era exceção.


-Derek e eu estamos muito apaixonados. Algo com que você jamais se identificaria. Quando pes­soas estão realmente apaixonadas, elas querem pas­sar cada minuto do dia um com o outro.


-Então me surpreende que você tenha vindo hoje _ respondeu, ríspido. - Ou seu namorado vai apare­cer mais tarde?


LALI ficou vermelha.


- Derek está trabalhando hoje.


- Fazendo o quê?


- Ele tem uma academia. -Ah! Isso explica tudo


- Explica o quê?


- Sua nova forma. Então ele percebera!


- Você fala como se houvesse alguma coisa erra­da com isso.


- Você parecia ótima como estava. A boca de LALI quase caiu.


- Você está brincando! Eu estava ficando gorda! -Não seja ridícula.


LALI fechou os olhos. Ou o homem estava cego ou se incomodava tão pouco que nunca havia real­mente olhado para ela antes.


- Talvez você não tenha percebido. PETER deu de ombros.


-Talvez não. Mesmo assim, suponho que não cabe a mim dizer-lhe o que fazer.


-Estou contente de que você finalmente tenha compreendido isso!


- Como assim?


- Nem consigo contar o número de vezes em que você interferiu na minha vida e em meus relaciona­mentos. Cada vez que trouxe um namorado em casa, você fez de tudo para que ele se sentisse um idiota. E eu também.


- Fiz apenas o que seu pai me pediu, LALI. Pro­tegê-la dos caçadores de dinheiro deste mundo.


-Eles não eram caçadores de dinheiro!


- Na verdade, eram.


- Eu serei a juíza disso daqui em diante, muito obrigada.


- Não até fazer 25 anos, madame. Não tenho a intenção de deixá-la cair nas mãos de um gigolô aproveitador na última etapa da minha missão. Não seria capaz de dormir à noite se me omitisse.


- Sei... Não consigo imaginá-lo perdendo o sono por minha causa.


- Pois você está completamente errada, lindinha - respondeu, com voz dura.


Seus olhos se cruzaram e LALI respirou fundo ao ver a fúria no rosto de PETER. Lembrou-se mais uma vez de quanto detestara ser seu tutor todos esses anos. Sem dúvida, ficaria muito aliviado quando fizesse 25 anos no ano seguinte e a obrigação dele com o pai dela terminasse.


- Eu não lhe dei tanto trabalho, dei? - perguntou em voz mais suave, que refletia tristeza.


Embora aceitasse que PETER jamais se sentiria atraído por ela, sempre pensara que, no fundo, gostava dela. Não só porque era a filha do homem que ajudara, mas por causa da pessoa que era. Quando era criança, ele havia lhe dito muitas vezes que era uma grande garota. Dissera que tinha caráter e um bom coração e que era divertido conviver com ela, provando o que dizia passando muito do seu tempo livre com ela.


Claro, isso tinha sido há muito tempo, antes de PETER se tornar um sucesso por conta própria. Quan­do começou a enriquecer, passou a ignorá-la. Então, depois que seu pai morreu, o distanciamento ficou maior. Era evidente que agora estava reduzida a nada mais do que uma responsabilidade, uma responsabi­lidade que ele considerava tão tediosa quanto exasperadora.


- Ele sabe quanto dinheiro você vai ter em breve? - exigiu saber.


LALI franziu os lábios. Aqui vamos nós de novo, pensou zangada. Mas não valia a pena mentir. Melhor responder às perguntas de PETER agora do que esperar que ele as fizesse a Derek no Natal.


- Ele sabe que vou ser rica - respondeu com frie­za. - Mas não sabe o valor total da minha herança.


- Saberá quando chegar aqui amanhã. As pessoas que moram nesta rua só podem ser milionárias, no mínimo. Não precisará de muito tempo para somar dois mais dois.


- Derek não é um caçador de fortunas, PETER. É um homem muito decente.


- Como sabe?


- Apenas sei.


-Deus do céu, você não sabe nada! - irritou-se ele. - Seu pai pensou que estava protegendo-a com seu testamento. Em vez disso, indicou-lhe o caminho para o desastre. Deveria ter dado a maior parte do dinheiro para alguma caridade, não deixá-lo nas mãos de uma moça como você.


- O que quer dizer "uma moça como eu"?


Ele abriu a boca para dizer alguma coisa, mas obviamente pensou melhor. Então, pegou as malas e carregou-as pelo corredor até o quarto dela, com os ombros tensos. Depois de deixar as malas no chão, bem perto da porta, voltou ao corredor.


- Continuaremos esta discussão mais tarde - disse, com a sutil maneira que sempre adotava nas raras ocasiões em que corria o risco de perder o controle.


Ao longo dos anos, LALI aprendeu a reconhecer a tática. PETER detestava se irritar, perder o controle. Preferia agir como um completo homem de gelo, tanto profissional como pessoalmente. Raramente o ouvia gritar. Nem mesmo resmungava mais, como fazia antes. Mas a linguagem de seu corpo podia exprimir muito, assim como seus olhos. Embora nem sempre. Tinha a capacidade de torná-los ilegíveis. Mas não de imediato. Se alguém o visse bem de perto, podia algumas vezes perceber o lampejo do que se passava em sua mente antes que ele baixasse as persianas.


- Vamos tomar o chá da manhã na cozinha - or­denou. - Depois conversaremos no meu escritório.


- Não sobre Derek - replicou LALI. - Não tenho intenção de ouvir você criticar alguém que nem mesmo conhece.


_ É justo. Mas tenho muitas outras coisas sobre as quais preciso lhe falar, LALI. Questões importan­tes relacionadas à sua herança. Quero esclarecer tudo antes do Natal.


- Mas só faço 25 anos em fevereiro - protestou ela. - Temos o resto das minhas férias de verão para arranjar as coisas!


- Não, não temos. Não estarei aqui.


- Aonde vai?


- Vou passar a maior parte de janeiro em Happy Island.


O coração de LALI quase parou. Sabia que PETER tinha uma casa de férias lá, mas raramente a usava nessa época do ano.


- Flora não disse nada sobre isso quando telefonei.


- Provavelmente porque o assunto não surgiu.


- Ainda há uma semana entre o Natal e o Ano-Novo - argumentou, inconformada por PETER decidir ficar ausente por tanto tempo.


- Sim. Mas terei uma hóspede durante a semana. E você terá seu novo namorado, com quem quer passar cada minuto do dia, como disse. Melhor ar­ranjar tudo enquanto temos a oportunidade.


- Mas preciso decorar a árvore hoje.


- Só preciso de umas duas horas, LALI. Não do dia todo.


- Que tal à noite? Não pode esperar até a noite?


- Vou sair à noite para comprar presentes. LALI suspirou. Era típico de um homem sair para comprar presentes na última hora?


- Venha - disse abruptamente. - Vamos descer. -Preciso ir ao banheiro primeiro – respondeu ela.


- Está bem - replicou, com um dar de ombros. - Vou na frente e direi a Flora para ligar a chaleira.


LALI sacudiu a cabeça enquanto olhava PETER sair. Derek não sabia do que falava. Embonecar-se no dia seguinte e fingir estar apaixonada por um suposto namorado não faria a menor diferença. Nada era para PETER a não ser uma obrigação que ele certamente queria que acabasse. Estava claro para LALI que ele mal podia esperar pela chegada de seu aniversário de 25 anos. De repente, sentiu-se da mesma forma. Estava cansada de permitir que seus sentimentos por PETER a fizessem sofrer. Doente e cansada de ansiar em segredo por algo que jamais aconteceria. Hora de seguir em frente, garota. Hora de arranjar uma


vida para você. Uma vida que não inclua PETER!





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Autor(a): luanvondyepony

Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).

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Flora estava na cozinha, cortando a torta de caramelo que fizera naquela manhã, quando PETER entrou com uma expressão irritada. - Foi LALI que chegou?- perguntou ela. - Foi. Ela não vai demorar. Pode ligar a chaleira. Flora pôs a torta de caramelo de volta na geladei­ra antes de ligar a chaleira elétrica. - É bom tê-la ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 248



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  • lekaesposito Postado em 03/12/2012 - 17:59:51

    por que parou de postar???

  • lary_laliter Postado em 12/11/2012 - 15:43:28

    fico feliz que tenha voltando a postar a web e otimo..nossa coitado do peter a vida foi bem dura com ele em...POSTA MAIS

  • alicelanzani Postado em 07/11/2012 - 19:31:55

    o que houve, porque parou de postar a web tava tão legal,espero que volte logo.

  • alicelanzani Postado em 07/11/2012 - 19:31:54

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  • alicelanzani Postado em 07/11/2012 - 19:31:53

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  • alicelanzani Postado em 07/11/2012 - 19:31:50

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  • lekaesposito Postado em 04/11/2012 - 17:33:29

    oi eu sou nova aki e to amando essa web posta maiss


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