Fanfic: Convite ao Amor (Laliter) | Tema: Laliter

O resto da tarde parecia não ter fim, uma eternidade de fantasia e medo sobre o quê exatamente PETER queria dizer com suas palavras provocadoras e, ao mesmo tempo, ameaçadoras. Diversas vezes, LALI tentou fazer com que as esclarecesse, mas não teve sucesso, sempre mudava de assunto ou se afastava dela. Depois de o almoço terminar, ele a deixou e dedicou-se apenas ao papel de anfitrião, misturando-se com os convidados e assegurando-se de que todos se divertiam. O café foi servido junto à piscina, onde mais tarde alguns convidados nadaram. PETER se juntou a eles e a visão dele de curta sunga preta não ajudou em nada a acalmar o agitado estado de espí­rito de LALI.

No momento em que nadavam, Derek recebeu um telefonema de sua mãe no celular, dizendo-lhe que o pai dele havia mudado de idéia e queria que ele fosse para casa para o Natal. Feliz, Derek chamou logo um táxi e saiu. LALI ficou contente por Derek, mas se sentiu ainda mais solitária e agitada. Em desespero, deixou a festa e fugiu para seu quarto.

Mas nem lá havia paz para ela. Ainda podia ouvir a alegria no andar de baixo através das janelas francesas, os sons atormentando-a. Que espécie de ho­mem era PETER para dizer o que lhe dissera e depois ignorá-la? No fim, não conseguiu mais suportar a solidão e foi para a varanda de seu quarto, de onde tinha uma vista perfeita da piscina... e de PETER. Ele a viu olhando-o, mas continuou a ignorá-la, prefe­rindo baixar a cabeça e nadar, percorrendo a piscina de uma ponta a outra diversas vezes. Nadou por mais de 15 minutos antes de parar de repente numa das bordas da piscina e sair num salto. Agarrando uma toalha, enrolou-a em torno dos ombros molhados antes de lançar a ela um olhar selvagem e subir os degraus do terraço e desaparecer sob a cobertura de lona.

Cada nervo de seu corpo entrou em alerta total. Ele estava subindo. Para se trocar? Ou para alguma outra coisa? Apertou com força o parapeito de ferro da varanda, o sangue quente percorrendo com rapidez suas veias à possibilidade de que ele vinha para ela, de que estava prestes a transformar em ação suas palavras provocantes. Não parecia possível que fi­zesse isso com a casa ainda cheia de convidados. Mas ele dissera que era um canalha, não dissera? LALI não o ouviu entrar em seu quarto. Mas sentiu sua presença em cada poro de seu corpo. Voltou-se e viu-o em pé na porta que levava à varanda. A toalha não estava mais enrolada nos ombros dele. LALI já o havia visto vestido apenas de sunga muitas vezes, porém nunca em seu quarto e nunca com aquele olhar no rosto. Estremeceu sob o impacto da forte paixão que emanava de seus olhos negros.

- Venha cá - ordenou ele, a voz baixa e áspera. Choque e uma súbita onda de medo impediram que ela se movesse. Ele a atordoou ainda mais ao se despir e ficar totalmente nu, deixando-a ver a evi­dência física de seu desejo. Isso ela nunca tinha visto e uma forte excitação fez a cabeça de LALI rodar e o pulso se acelerar.

- Venha cá - repetiu PETER, em tom mais grave. Ela atravessou a varanda como um robô, a boca seca, o coração batendo descompassado. Quando chegou perto o bastante, ele ergueu o braço e segu­rou-lhe o rosto com uma das mãos, mantendo-a presa em seus olhos enquanto a boca descia para seus lábios secos. Mas ele não a beijou, apenas acariciou seus lábios lentamente com a língua. LALI sentiu o profundo erotismo do gesto, fechou os olhos e abriu mais os lábios com um suave gemido. Outro gemido lhe escapou quando a língua dele de repente escor­regou para dentro de sua boca. A surpresa cedeu lugar depressa a um anseio selvagem de puxá-lo para mais fundo. A necessidade de lhe dar prazer era imensa; a necessidade de possuí-lo, ainda maior. Ela ficou desapontada quando ele tirou a língua. Mas, então, as mãos dele caíram em seus ombros e ele a fez ajoelhar-se em frente a ele.

O choque foi momentâneo. Se era isso que ele queria, então ela queria também. Sentiu seu gosto limpo e salgado. Mas não era isso que importava para LALI. Todos os anos em que o quisera tornaram-na afoita e selvagem. Sua paixão secreta finalmente se libertara. Mais tarde, não teve nenhuma lembrança detalhada de quanto tempo se passara antes de ele atingir o clímax. Um minuto, talvez. Talvez dois. Tudo o que podia se lembrar foi da sua alegria com o prazer dele, com seus gemidos que enchiam o quarto, com aquela rendição incondicional. Olhou para cima, para o rosto dele, ainda tremendamente excitada pelo que havia acabado de fazer. Seu corpo estava em fogo, a consciência em risco de desapare­cer. Não se importava se fosse um canalha. Não se importava se estivesse apenas usando-a. Nunca es­teve tão excitada na vida.

- Você sabe que agora não há mais como voltar atrás - disse ele com voz rouca, enquanto a erguia.