Fanfic: Convite ao Amor (Laliter) | Tema: Laliter

- Antes de você ir, LALI, queria lhe dizer como você estava adorável hoje. Sou capaz de apostar que, no próximo Natal, você terá um namorado de verda­de sentado à mesa do almoço. Ou mesmo um noivo. Aliás, houve alguma coisa com Derek hoje?

- Er.. .não. Ele não está interessado em mim des­sa maneira.

- Pena. Bem, a fila anda. Vá dormir, então.

- Boa noite, Flora. Divirta-se com o filme.

- Oh, eu vou.

A compostura fingida de LALI começou a se desintegrar no momento em que saiu da cozinha. Que diabos você pensa que está fazendo?, resmungou para si mesma enquanto subia as escadas com pernas que repentinamente começaram a tremer. Ele vai despedaçar seu coração. Você sabe disso, não sabe?

LALI parou em frente à porta do quarto dele. Chegou a levantar a mão para bater. Não tinha idéia do que iria dizer a ele, mas pensou em algo como "vá para o inferno." Mas, então, ouviu o som do chuveiro de PETER. Ele estava se preparando para ela. Podia imaginá-lo nu sob os jatos de água quente, lavando-se devagar com a esponja ensaboada, passando-a em todo o corpo. Em sua mente, já a dese­java. Foi o pensamento de que ele a queria que mudou tudo. Sonhara com o desejo dele por ela du­rante anos. Seria impossível recusar o desejo dele, impossível ignorar seu próprio desejo. A mão de LALI caiu ao longo do corpo e ela foi, tropeçando, para seu quarto.

PETER ficou imóvel sob o jato de água quente, os braços apoiados nos ladrilhos, os olhos baixos. Ain­da havia meia hora para esperar e estava em agonia.

Cerrando os dentes, abriu a água fria. Dez minutos mais tarde, teve o corpo sob controle de novo. Mas não a mente. Você não devia fazer isso, PETER, veio o pensamento reprovador. Ela está apaixonada por você. Ou acha que está. "Você é um patife completo", resmungou para si mesmo. Sua boca se retorceu num sorriso sarcástico quando saiu do chuveiro e pegou uma toalha. "E daí, qual a novidade, PETER?"

Mas ele dera a ela todas as chances de escapar. Estava certa quando o acusara de tentar afastá-la por medo. Honestamente acreditara, quando a fizera se ajoelhar diante de seu corpo nu, que sairia correndo. Mas não correra...

Seu desejo por LALI crescera sem parar por anos. Não era de espantar que não tivesse conse­guido se controlar aquela tarde. Mesmo assim, preocupava-se com sua falta de controle. No mo­mento em que ela o tomara em sua boca, perdera-se completamente. Totalmente. Enquanto olhava seu reflexo no espelho do banheiro, PETER prometeu a si mesmo que naquela noite seria diferente. Seria o amante confiante e frio que geralmente era, levan­do-a com paciência para uma viagem erótica que no começo pareceria romântica a uma garota tão jovem e ingênua quanto ela. Pela manhã, porém, ela o veria como realmente era: um canalha impie­doso que usava as mulheres para o próprio prazer e satisfação. Ela descobriria que qualquer sentimen­to mais delicado seria desperdiçado com ele e, ao mesmo tempo, se tornaria mais atenta aos maus costumes do mundo e dos homens. Era uma forma perversa de protegê-la, mas ele sempre havia sido perverso no que se referia a LALI. Não sentira desejo por ela quando era pouco mais do que uma menina? Um desejo que tinha sido tão obsessivo quanto indesejado. Este momento fora inevitável, pensou PETER enquanto terminava de se enxugar. A única surpresa fora o fato de que ele se mantivera distante dela por tanto tempo.