Fanfic: Convite ao Amor (Laliter) | Tema: Laliter

Logo, ele a teria toda para si mesmo de novo, num lugar onde ela não tinha para onde fugir. Ou se esconder.

- Oh, não consigo ver mais nada - disse LALI com pena, enquanto se recostava no assento, a taça de champanhe intocada. - As nuvens cobriram tudo.

PETER sorriu.

-Qualquer um pensaria que você nunca voou antes.

- Há anos que não viajo de avião - admitiu ela, tomando um gole de champanhe.

-Verdade?

-Não sobrava muito dinheiro para férias, depois de pagar o aluguel, meu carro e as despesas em geral para viver.

PETER franziu as sobrancelhas.

- Você poderia ter me pedido dinheiro para as férias - disse ele. - Nunca achei certo Ray deixar você com tão pouco dinheiro.

- Mas foi bom para o meu caráter. Pelo menos, não sou mimada.

As sobrancelhas de PETER se juntaram mais ainda. Não, pensou, certamente não era. Mas passar o tem­po com ele mudaria seu caráter? Ele queria educá-la, não corrompê-la. Odiaria que ela se transformasse em uma mulher como Chloe, que não pensava no prazer de ninguém, apenas no dela.

- Agora, por que está franzindo as sobrancelhas? - perguntou ela. - Não está preocupado com Flora e Jim, está? Falei com eles ontem à noite e estão muito felizes na Gold Coast. Você teve uma idéia bri­lhante ao lhes emprestar a cobertura. Muito genero­so de sua parte.

PETER decidiu não permitir que LALI voltasse a adorá-lo como um herói. Já era ruim o bastante que ela pensasse que estava apaixonada por ele.

- Vamos, LALI, você sabe muito bem que não foi generosidade que me inspirou a fazer isso. Foi um propósito bem egoísta. Quero os dois fora do ca­minho.

- Você não é o único - respondeu ela, corando. Seu rubor atingiu-o em cheio, despertando um desejo tão intenso que sua carne doeu.

- Queria poder beijar você agora - disse ele.           

- Por que não pode? - quis saber ela, o rosto ain­da vermelho.

- Por que não conseguiria parar só aí - disse ele.

- E iríamos tão longe, que acabaríamos entrando para o clube de milhagem.                                       

Seu nariz se franziu com desgosto.                 

- Você não conseguiria me fazer proceder assim.

- Sempre achei sexo em avião o máximo da vulga­ridade.

- Muito bem! - debochou PETER, levantando a taça em saudação.

De modo algum, compreendeu com alívio consi­derável, ela se tornaria uma pessoa como Chloe. Seria muito difícil voltar para garotas como Chloe depois de estar com LALI...

Enquanto tomava um gole de champanhe, LALI se perguntava se PETER realmente aprovava seu pon­to de vista. Talvez a considerasse pudica, já que alegava ser um libertino.

Mas, surpreendentemente, tirando aquele primei­ro incidente, quando ele a fizera se ajoelhar diante de seu corpo nu, os encontros sexuais com ele não tinham sido nada depravados.