Fanfic: Convite ao Amor (Laliter) | Tema: Laliter

Apaixonados, sim, mas não degradantes. Na véspera do Ano Novo, ele fora muito romântico, algo que alegava que nunca seria. LALI acreditava que as pessoas podiam ser boas ou más na extensão permitida a elas. Isso certamente se aplicava a crianças. Descobrira, durante os anos de ensino, que se tivesse expectativas altas quanto seus alunos, eles corresponderiam em geral. Especialmen­te os chamados meninos maus.

PETER era um menino mau. Mas não completamen­te mau, não importava o que pensasse sobre si mes­mo ou o que fizera no passado. O pai de LALI tinha compreendido seu valor. Tinha também esperado muito de PETER. E PETER correspondera às expectativas. Perdera um pouco o rumo depois da morte de Ray, sem dúvida. Ela não podia negar que merecia a re­putação de playboy. Mulheres tinham sido rebaixadas a brinquedos sexuais em sua vida por tanto tempo que provavelmente seria tolice pensar que algum dia adotasse uma forma de viver mais decente. Com ela. Muita tolice. Mas o amor era tolo, não era? Por que mais estaria ela sentada ali, numa cadeira que fora reservada para Chloe? A verdade é que, se Chloe não tivesse feito aquela confusão no Natal, seria ela quem se sentaria naquele lugar hoje.

Esse pensamento pessimista irritou LALI. Não tinha decidido na noite anterior que seria positiva e não negativa; que consideraria o convite de PETER para partilhar um mês inteiro com ele como um passo em direção a um relacionamento real? Não tinha jurado usar esse tempo não apenas para explorar a química sexual entre eles, mas também para reviver aquele laço especial que havia nascido entre eles tantos anos antes, quando eram solitários? Esperava que, além do sexo, eles teriam conversas significativas e pro­fundas, nas quais PETER lhe contaria tudo sobre si mesmo e vice-versa.

- Não está tomando seu champanhe - lembrou-lhe PETER.

LALI sorriu um pouco pesarosa.

- È um pouco cedo. Acho que café teria sido uma escolha melhor.

- É privilégio da mulher mudar de idéia - disse ele com amabilidade, e pressionou o botão de serviço.

LALI olhou com orgulho enquanto ele devolvia à aeromoça o champanhe e pedia café. Adorava sua ati­tude decisiva, seu modo de mostrar que "podia fazer." PETER era um líder nato, o que o pai comentara com ela uma vez. LALI acreditava que seria um grande marido e pai. Mas PETER algum dia acreditaria nisso?              

- Tenho uma confissão a fazer- disse ele, depois de o café chegar.

O coração de LALI deu um salto.

-Nada que vá me incomodar, espero.

- Nenhum motivo para isso.

- Confesse, então.

- Li todos aqueles cartões de Natal seus. Os que estavam sobre sua penteadeira.

Seu estômago relaxou. -Oh? Quando?

- Ontem. Quando você estava no chuveiro.

-E?

- Acho que nunca vi tantos elogios. E um privi­légio estar na companhia da "mais melhor" profes­sora do mundo inteiro.