Fanfic: Convite ao Amor (Laliter) | Tema: Laliter

LALI riu.

- Um pouco de exagero. Mas sou muito boa.

- E, mesmo assim, você se demitiu?

-Apenas da minha atual escola. Vou procurar outro emprego mais perto de casa, numa pré-escola. Gosto muito de crianças pequenas. Elas têm mente muito aberta.

- Não tenho paciência nenhuma com crianças pe­quenas.

-Muitos homens não têm. Mas eles mudam, quando têm filhos. Seu olhar foi duro.

- Eu não. Porque não pretendo ter filho nenhum. LALI manteve a expressão calma.

- Por quê?

- Paternidade é uma habilidade aprendida, passa­da de geração a geração. O único exemplo que tive de paternidade não é algo que eu queira transmitir.

- Nem todo filho de pais abusivos se torna abu­sivo também, PETER - disse ela, com cuidado.

- Talvez não. Mas por que arriscar? O mundo já tem crianças o bastante. Ninguém vai sentir falta das minhas.

- Você pode mudar de idéia se fosse apresentado a uma.

Ele virou a cabeça rapidamente para olhar para ela.

- Você trouxe suas pílulas, não trouxe? Não vai tentar me dar o golpe da barriga. Porque não vai funcionar, LALI. Não comigo.

A frieza nos olhos de PETER gelou sua espinha. Porém, recusou-se a desistir. Pelo menos, por en­quanto.

- Não tenho a intenção de prender você com um bebê, PETER. E, sim, eu trouxe minhas pílulas. Você pode me dar uma a cada dia, se quiser.

- Talvez faça isso.

- Você foi sempre paranóico assim sobre gravi­dez?

-Digamos que você é a primeira mulher com quem fiz sexo sem preservativo.

- E bom saber que sou única.

Ele lhe lançou um meio sorriso enquanto sacudia a cabeça.

- Você é, sem dúvida. Agora, beba seu café antes que esfrie e eu tenha que chamar a comissária de bordo de novo.

Ela tomou o café com rapidez, ansiosa por voltar à conversa. Faltavam ainda duas horas para a ater­rissagem em Happy Island, com PETER preso a seu lado por todo esse tempo. LALI achava que nunca teria uma oportunidade melhor de descobrir tudo o que queria saber sobre ele. Suspeitava de que, quan­do chegassem a Happy Island, não haveria muita conversa.                                                      

- Fale-me sobre sua vida, PETER - pediu ela, quando terminou o café. - Antes de você vir trabalhar para o papai. Estou curiosa.

- Nunca falo sobre essa parte da minha vida, LALI.

- Mas isso é tolice. Como se eu já não soubesse o bastante. Sei que você teve um pai horrível e fugiu de casa para viver nas ruas quando tinha apenas 13 anos. E sei que você foi para a cadeia por roubar carros quando tinha 18 anos.