Fanfic: Convite ao Amor (Laliter) | Tema: Laliter

LALI decorou a árvore de Natal no piloto automá­tico, sua mente ainda voltada para as últimas palavras  de Flora. É claro que ela estava certa. Derek teria alguns momentos difíceis no dia seguinte. Mas eu o avisei, lembrou a si mesma. Mesmo assim, ele quis  vir. Na verdade, parecia achar a perspectiva de fingir  ser seu namorado um desafio excitante. LALI come­çava a achar o pensamento terrível. Possibilidades assustadoras surgiam em sua mente. E se PETER descobrisse, de alguma forma, que Derek era gay? Ou que seu relacionamento era falso? Como poderia  explicar um fingimento idiota desses? Certamente, salvar seu orgulho não valia o risco de se sentir uma tola diante dele. E de Chloe. Chloe... Já não gostava da mulher e nem mesmo a conhecia. PETER dera a  entender antes que Chloe não era tão magra como suas namoradas habituais. Seria loura também? Depois, pediria a Flora uma descrição detalhada.

    Finalmente, todos os ornamentos e luzes estavam pendurados, exceto a estrela que ficava no topo da árvore. O relógio lhe mostrou que eram seis e dez, mais do que na hora de um bom lanche com sanduíche e café. Evitara almoçar depois de comer dois pedaços da torta de caramelo porque acreditava que eles a sustentariam a tarde toda. A barriga roncando de fome lhe mostrou que estava errada. Mas a estrela de Natal vinha primeiro. LALI subiu a escada de novo, desta vez tendo que ficar na ponta dos pés para alcançar o ponto certo.

- É uma árvore sensacional!

LALI estremeceu ao som inesperado da voz de PETER. A estrela caiu de suas mãos, os pés de trás da escada se ergueram do assoalho e ela começou a se desequilibrar. Como PETER conseguiu salvá-la, ela nunca soube, mas num segundo estava prestes a cair de cabeça na árvore e no outro a escada foi subita­mente consertada e ela caiu de costas nos braços de PETER.

- Oh, Deus! - exclamou, os braços voando soltos enquanto os dele se fechavam apertados em torno dela, puxando-a fortemente contra seu peito.

- Você está bem? - perguntou ele.

Os braços dela, enfim, encontraram lugar em torno do pescoço dele, seu coração batendo fortemente.

- Você... Você quase me matou de susto - disse, o coração disparado.

- Desculpe. Não tive essa intenção.

LALI abriu a boca para dizer alguma coisa, qual­quer coisa para diminuir a excitação que sentiu ao se encontrar nos braços de PETER. Mas uma proximidade física tão grande não favorecia uma atividade cere­bral sensata. Sua mente ficou totalmente vazia quan­do os olhos escuros dele desceram para seus lábios entreabertos. Por alguns segundos muito intensos, PETER apenas olhou para eles. O tempo pareceu passar mais lentamente, o ar imóvel, enquanto sentia o coração parar de bater, seus olhos se fechando quan­do curvou a cabeça de lado convidativamente. Ele ia beijá-la. Tinha certeza disso! Mas encontrar-se de repente sendo posta no chão foi um choque.

- Oh! - gritou ela, os olhos se abrindo de repente para ver PETER olhando para ela, de sobrancelhas franzidas, sem nenhuma expressão no rosto a não ser preocupação.

- Calma, agora - falou ele.

LALI poderia ter chorado. É claro que estava tão desesperada por aquele homem que vira paixão onde não havia nenhuma. Não da parte dele, de qualquer modo.

-Estou bem, obrigada - agradeceu, de modo breve, o orgulho exigindo que esfriasse o sangue quente e obrigasse seu tolo e traidor coração a bater normalmente.

- Por um segundo, pensei que fosse desmaiar.

- Desmaiar? Por que diabos eu desmaiaria?

- Algumas garotas desmaiam depois de um choque.

- Estou bem - reiterou.

- Nesse caso, que tal me agradecer por salvá-la de uma queda feia?

- Causada por você, em primeiro lugar- salientou. - O que está fazendo em casa, afinal? Pensei que tinha que ir a uma festa às sete. Está quase na hora.

- Chloe esqueceu de me dizer que é a rigor. Por isso, vim em casa me trocar.

LALI vira PETER em traje a rigor muitas vezes. Ficava devastadoramente belo. O ciúme apoderou-se dela enquanto pensava em Chloe em seus braços à noite, depois possivelmente em sua cama... O estô­mago dela se revirou ao pensar nisso.

- Estou surpreso de você não sair esta noite - dis­se PETER.

- O quê? Oh, sim, bem... Derek queria me levar a algum lugar, mas eu... eu lhe disse que estaria ocupa­da demais com a árvore e embrulhando os presentes - Estava balbuciando e gaguejando! Por que, oh, por que teve que pensar em PETER com Chloe?

- Você devia fazer como eu - continuou PETER. - Só comprar presentes em lojas que embrulham de graça.

E em lojas onde alguma jovem vendedora encan­tada fazia todas as escolhas para ele