Fanfic: Te Amo αté Amαnhα !

Faz um mês que a gente tá juntos. Muitas coisas se resolveram nesse tempo. Ela percebeu que não é feia, e a May prometeu que não mostraria aquelas fotos pro pai. O Derrick nunca mais encheu o saco, e ela parece bem... Talvez tenha esquecido ele. Cara, a gente tá muito amigos, tipo, irmãos mesmo. Eu cuido dela, ela cuida de mim... É bom ter alguém como Dulce na minha vida. A gente “namora” normal, todo mundo acredita, mas fora isso, quando não tem ninguém olhando, a gente é muito mais que isso. Velho, ela é simplesmente uma das pessoas mais importantes da minha vida. Eu só quero o bem dela, quero ajudá-la assim que eu encontrar a pessoa certa. Conheci os pais dela num jantar, e ela, os meus. Tá tudo certinho, como manda o figurino. Meus pais são simplesmente loucos por ela... São verdadeiros fãs mesmo! E os pais dela, acho que gostam de mim também. Sempre me tratam impecavelmente e são muito simpáticos.

Pois é, quem diria? Tamos melhores amigos, e ninguém descobriu que nosso namoro é falso. A gente se apegou muito nesse último mês. Um não faz mais nada sem o outro. A Anny se aproximou e nos perdoou, virou amiga dos amigos do Chris. Todos eles gostam muito dela... A Anny tem aquele jeitinho burrinho dela, meio tapada, mas ela é ingênua e muito boa pessoa, tem um coração enorme. O Poncho já me disse que tá caidinho por ela, mas a Anny nunca percebe nada... Ela demora pra raciocinar, e sempre acha que as investidas dele são de brincadeira. Exatamente hoje tem uma festinha aqui na casa da May, tá todo mundo aqui... A escola toda, incluindo o Derrick e a sua tropa de fãs. Não, eu não sou mais tão viciada nele.

– Gente – a May chegou no bolinho de gente (eu, Dul, Christ, Ucker e Anny). – Essa é a minha prima, Manuela.
– Oi – eu disse.

Meu Deus, que sem noção! Que monumento de mulher, cara! Ela é simplesmente a mulher mais linda que eu já conheci! Deve ter mais de vinte anos... Mas é perfeita, cara... Perfeita!

– Oi – ela disse sorrindo. Conheço esse olhar. Haha, essa tá no papo.
– Quantos anos tu tem, Manu? Posso chamar assim né? – Anny.
– Claro, pode sim. Tenho vinte e seis,...
– Anahí.
– Tenho vinte e seis, Anahí.
– Tu é muito linda, guria – Christ.

TIRA O OLHO! EU VI PRIMEIRO.

Os meninos tão babando por ela, e eu tenho que admitir que ela é mesmo muito linda. Tem cara de mulher, sabe? Nenhuma guria dessa festa tem como competir com ela!

– Obrigada.
– Vou ir tomar alguma coisa, alguém quer? – Chris.

Agora que eu olhei pra ele, percebi que a pergunta foi direcionada a uma única pessoa: Manuella. Ele deve tá fascinado por ela... Bom, fazer o que né? Vou ali ler um livro, esperar ele levar um fora e voltar com o rabinho entre as pernas pra mim. Ele acha que esse mulherão vai querer algo com um guri? Ela é tão bonita que conseguiria qualquer homem que quisesse... Não ia olhar logo pro Chris, ia?

– Eu aceito – ela disse.

Opa... Será que vai olhar pra ele?

– Mais alguém? – ele olhou pra mim sorrindo. Deve tá achando muito engraçado mesmo!
– Não, pode ir – sorri falsa.
– Ok linda – só faltou sair correndo.

Era pra ele ter dito ‘vem junto, linda’ e não ‘ok, linda’. Que ódio! E pior é que eu nem sei porquê, já que eu não tenho nada de verdade com ele. Acho que fiquei com raiva porque ele primeiro tem que me dar satisfações! Eu não tenho cara de trouxa! Aquele filho da... Alexandra.

Ainda bem que a Dul entende... Cara, é a minha chance. Essa gostosa tá me dando sopa! Peguei um drink pra ela e um pra mim.

– E então, faz o que da vida? – ela perguntou.
– Eu to no terceiro. Sou colega da May.
– Hum...
– E tu? – perguntei dando um gole na caipirinha. Tomara que a May não perceba que eu to bebendo.
– Terminei minha faculdade de Moda. To trabalhando como ajudante de estilista. Não é o máximo? – sorriu. Na verdade, não, mas eu vou dizer que sim, porque eu quero essa morena na minha cama.

[May narrando]

A festa acabou e quem ficaria para dormir aqui ficou. Os colchões já tão no chão da sala... E o Chris não largou da minha prima a festa inteira. A Dul deitou na cama dela assim que o último convidado foi embora. Ela já leu aquele livro de 450 páginas quase inteiro, e não falou com quase ninguém a festa inteira. O Chris tá avacalhando com ela, e eu não to achando isso nada legal.

– Dul, tu tá bem?
– Claro, May!
– Por que não vai lá e diz pro Chris vir aqui contigo?
– Ah, pra quê? Deixa ele lá com a Manu, ele achou ela tão legal – não tirou os olhos do livro. Por quê essa situação, pra ela, parece tão normal, e, pra mim, é simplesmente incabível?
– Você quem sabe. Não tem ciúme dele?
– Do Christopher? – ela sorriu ainda lendo o livro. – Nem um pouco.

Levantei e saí. Não entendo, de verdade... Como a pessoa que tá apaixonada não tem ciúme? Como não tem medo de perder quem ama? Cara, essa história não me entra! Ela deve tá morrendo de ciúme e não quer admitir.

– Manu, dá uma licença – pedi séria.
– Mas May... – que parte do ‘dá uma licença’ ela não entendeu?
– Vamos, Manu. O assunto é sério, é sobre a namorada dele! – enfatizar a palavra “namorada” é o que há.
– Ah... Ok – saiu.
– Que foi isso, May? – Poncho me perguntou. COMO ELE TEM CORAGEM? Grrr, canalha.
– Sabe quantas horas se passaram desde que eu apresentei minha prima pra ti?
– Umas seis?
– Sete!
– Hum, e daí?
– Faz sete horas que a tua namorada tá largada às traças!
– Ah, a Dul entende... Ela não disse nada pra mim.
– Isso não tem que partir dela, tem que partir de ti! Tu vai reclamar quando a Dulce não te quiser mais!
– Mas ela tem vocês... Sei lá, eu to conhecendo gente nova, May. Ela reclamou pra ti?
– Pelo contrário – comentei olhando pra Dulce, que está dormindo, tentando dormir ou simplesmente fingindo. – Eu fui perguntar pra ela porquê ela deixava tu fazer isso, e ela não fez absolutamente nada! Ela não tem ciúme, não sente nada!
– É porque ela confia em mim...
– Ou porque não te ama!
– Ela ama, sim!
– Não parece. Ou ela te ama tanto que prefere não demonstrar e fica sofrendo em silêncio.
– Para de ser boba, May.
– Boba? – esse moleque tá merecendo uns tapas nessa cara deslavada! – Christopher... Você estava dando descaradamente em cima da Manu, e ela, mesmo sabendo que tu namora, deu trela. Tu tá bem alto da bebida já... Imagina só se tivesse acontecido de tu trair ela na frente de todos? O que tu faria com a imagem e o orgulho da guria? Para de pensar só em ti! Sério mesmo, tu sempre foi assim, mas vocês tão juntos há mais de mês e o mínimo que tu deve à ela é respeito, certo? Porque te aturar um mês não é pra qualquer uma! Eu não suportaria, falando bem a verdade...

– Chega May! O que tem de errado nisso? Eu tava conversando com a Munuzinha...
– O que tem de mau, Christopher, é que a Dulce leu um livro do tamanho da bíblia – ok, exagero é o meu forte – quase inteiro hoje, riu e chorou lendo, e tu nem olhou pra cara dela.
– Ela vai me desculpar...
– Isso é o de menos!
– E o que é o mais importante?
– Ela pode ter sofrido com essa indiferença, sabia?
– Para, May... Ela não sofre por mim!
– Sinceramente eu não sei o que eu to fazendo que to tentando enfiar algo decente nessa tua cabeça cheia de bosta. Piá de merda! – levantei e to saindo, mas ainda ouço ele falar comigo.
– Não se mete no meu namoro, May! Deixa isso comigo!

PROJETO DE MACHISTA! O Poncho bêbado é simplesmente inaturável.

Que mania essa de ela se meter na minha vida! E o pior de tudo é que ela não tá preocupada comigo... Tá preocupada com a Dulce! Bem capaz que ela tá sofrendo, esse namoro é uma farsa mesmo! Só que a May não sabe. Se a Dul tivesse vindo aqui me... QUE BOSTA DE SOLUÇO! Se a Dul tivesse vindo aqui me encher o saco, eu nem ia responder por mim! Mas ela não veio... E mesmo assim eu to xingando ela. Cara, eu sou um otário. Soluço.

– Dul – murmurei do lado da cama dela. Não sei se ela tá dormindo. – Dul – pedi. – Fala comigo que eu quero falar contigo – que soluço dos infernos!

Ai, que droga... Eu queria fingir que peguei no sono, mas esse imbecil tá cheirando a cachaça!

– Tu tá bêbado, Christopher. Sai fora – pedi.
– To nada! – soluçou.

Ok, ok... E eu sou o Bozo!

– Queria te agradecer por ter me deixado passar a festa com a Manu! Eu to apaixonado – ele disse com a língua toda enrolada.
– Hum, bom pra ti. Então não tem mais namoro, né? Ainda bem.
– Hey, namorar comigo é tão ruim assim? – por que ele tá acariciando meu rosto?
– Sai, Chris! – pedi irritada. – Tu tá bêbado e eu não quero que tu faça nada que vai se arrepender depois.
– Ainda não terminamos o namoro – falou ressentido. Acho que ele queria me beijar. Nem a pau que pego esse cheiro horrível de bebida.
– Por quê não? Tu tá gostando da prima da May...
– Porque não, ué – levantou e cambaleou. CARA, ELE TÁ PODRE. – Eu só quero terminar contigo se tiver certeza que ela também me quer.
– Certo – me usa bastante. Eu adoro ser usada.
– Tchau – saiu tropeçando em tudo.
– Ihhh cara, sai fora – ouvi o Christian rosnar.

Cara, o Christopher tá mal MESMO!