Fanfic: Conociendo el amor( Portiñon)

“ estou bem, não se preocupe”

 “ sabe que eu não estou bem, não estive bem todo esse tempo.. me faz mal te ver mais me faz mal não te ver. Você se transformou em um castigo para mim” finalmente baixava a parede glacial com a que tinha vindo e podia ver  tristeza em seus olhos, a dor em sua alma. Me doía saber que eu era a causa disso.

“ nunca quis te machucar. Lutei tanto para poder me afastar de ti porque sabia que eventualmente iria te causar dor. Mais não pude, me apaixonei antes de que pudesse te tirar de mim”

“ não vou negar que me apaixonei por ti, seria idiota em fazer isso. Mais as coisas mudaram
Dulce, já não é a mesma pessoa para mim. As veses te vejo e sei que esta ai e outras nem sei quem é. Isso me assusta, me assusta saber do que é capaz, as coisas que faz. Me asusta a ideia de que haja algo mal em mim por não poder deixar de sentir coisas por ti depois de saber a verdade.”

“ não a nada mal em você. É a melhor pessoa que conheço”

“ não tem muito com o que comparar. Não posso estar perto de ti agora.. talvez com o tempo, se mudar como disse..não sei.. ficara em L.A certo?

 “ sim vou morar aqui.. só tenho que voltar a Chicago para buscar o resto de minhas coisas e ajudar Gino em algo..”

“ ajudar em algo?”

“ não é o que pensa..” esclareci.

“ nunca é o que penso mais depois acaba assim.. vai a me dizer mil vesses que quer mudar e termina votando ao mesmo!” voltava a levantar essa parede, voltava a me olhar com raiva e dor. Eu a estava perdendo, podia sentir.

“te juro que não vou para matar alguém. Vou somente para proteger a família de Gino”

“ fique aqui..não volte a se aproximar da máfia. Demonstra de uma maldita vez que tudo o que me diz é verdade!”

“é verdade Anahi”

 “ então fica aqui. Se quer uma possibilidade comigo, fique.

 As palavras se recusavam a sair de minha boca, a decepciona-la outra vez. Nunca iria entender por que fazia essas coisas, nunca ia entender minha forma de agir. Talvez por isso me atraia tanto, éramos tão diferentes e ao mesmo tempo parecidas profundamente. Não queria perde-la mais tinham coisas que não podia romper.

“ dei minha palavra Anahi. Tenho que ir... Me perdoe” baixando o olhar.

“ não tem que pedir perdão a mim. Há coisas que não tem perdão e em todo caso eu não sou alguém para outorga-lo.” Houve um prolongado silencio ate que ela mesma o rompeu.” A quantas pessoas matou?”

“ Anahi,não precisa saber isso” disse suspirando nervosa.

 “ talvez não precise mais estou te perguntando, talvez saber so me faça sentir pior mais estou te perguntado. Depois de tudo ainda que seja, me deve sinceridade.”

 “ muitas”

 “quanto é muitas?” perguntou com voz tremula.

 “ bom...contando com a de Mariscal..são 102, eu acho”

“ e acha que devo acreditar que não goste disso? Devo acreditar que alguem que matou mais ede 100 pessoas não goste de fazê-lo?” perguntou com a voz quebrada.

“ sei que soa inverosímel mais, não me levantei um dia e decidi matar a mais de 100 pessoas. Todas as mortes foram somando com os anos desde que matei pela primeira vez.”

Quando matou pela primeira vez?”

 “ aos 16, um vendedor de drogas que tinha tentado me violar”

“ então foi em defesa própria?”

“ não, não foi.. tentou me estuprar aos 12 mais meu padrasto evitou. E depois de me ensinar e quando deu meu primeiro trabalho me mandou mata-lo. Esse e o de Mariscal foram os dois assassinatos que posso dizer que desfrutei. Todo os outros foram um trabalho que odiava fazer.”

 “ porque seguiu com isso então? Porque Dulce??” me perguntou a ponto de chorar. Sabia que lhe doía escutar isso mais merecia toda a verdade, a verdade era a única coisa que podia me libertar. A verdade era a única coisas que podia chegar a dar-me um lugar de novo junto a ela.

“ porque estava cheia de ódio, odiava minha vida. Não é uma desculpa mais fui tratada e criada como se fosse um animal selvagem cujo único fim era matar. So conhecia ódio e violência, so queria seguir fazendo os trabalhos ate que finalmente

 Alguém fosse melhor que eu e acabasse comigo..te conhecer foi recuperar algo de minha humanidade”

 “ pelo menos te arrepende de ter feito tudo isso?”

“ claro que me arrependo. Sempre soube que era errado mais dede que você me devolveu uma parte de minha alma não faço nada mais que lamentar tudo o que fiz, desejar não ter disparado contra alguém. Já te disse só há duas mortes da qual não me arrependo”.

“ decidi que não vou te entregar mais esta decisão esta cavando um buraco em mim. De todas as formas o buraco seria maior te entregado” me disse com seus olhos azuis nublados, perdidos em angustia.

Não podia suportar vê-la assim, sabia que o melhor era deixa-la ir.

“ a que se refere?”

“ me refiro a isso” tirou uma foto do jornal de sua bolsa e me entregou. Ao olha-la encontrei

 “ o que é isso?” perguntei com temor.

 “ a família do policial que você matou. Essas crianças nunca poderão ter seu pai e graças a mim essa família nunca terá justiça.”

“ você não tem a culpa de nada, não carregue isso Anahi, não quero que te sinta responsável. Vou me entregar, se é isso o que te causa culpa eu me entrego. Não quero que sofra por meus pecados.” Certamente minha angelical loira sofria com meus demônios e isso era algo que eu não iria permitir.

 “ isso só me daria outra classe de culpa. Veria como te condenariam por toda a vida ou te dariam pena de morte e isso eu não poderia suportar. Sei que sei que seria pior que carregar o fardo da consciência por te deixar livre.parece que depois de tudo você me transformou também em uma assassina.”

“não precisava dessas palavras para me dar conta que a havia despedaçado, fragmentado e assegurado que cada vez que que a machucava doía mais que anteriormente. Mais sua ultima frase fragmentava a mim também. si a deixasse ir perdia a minha alma que restava e se tentasse aferrar-me a ela me dessangraria a dor que lhe causava.

 “ então o que faço? Que faço para que não sofra assim? O que faço para consertar tudo o que fiz de mal?”

Meus olhos pousaram na foto que havia e dado e ao ver esses rostos destroçados junto ao de Anahi posso dizer que nunca me senti pior pessoa. Sabia que realmente não merecia ser feliz jamais.

“ se pedir perdão a eles pudesse consertar isso, se devolvesse a quem amam pediria perdão eternamente ate que o inferno decidisse me levar. Se derramar meu sangue pudesse tirar-lhes a dor que sentem eu mesma abriria minhas veias agora mesmo.” Disse sem deixar de olhar a foto. Agora a realidade do que significavam meus assassinatos me golpeava.

“ tornaria as coisas para mim mais fáceis se fosse o mostro que se supõe que deveria ser. Dessa forma poderia te odiar, poderia te esquecer. Não devia ser assim..os assassinos não são assim” em voz baixa lutando contra suas lágrimas.

“ não posso ser esse monstro, você o tirou de mim. Agora mais que nunca entendo o mal que fiz

 “ tomara que suas vitimas encontem a paz, tomara que em algum momento você encontre a paz. Eu já não posso fazer isso nem posso te dar essa paz.” Tomou minha mão por um segundo e logo se dirigiu a porta. Tinha que deixa-la ir mais precisava um instante mais. Antes que pudesse abrir a porta coloquei minha mão em seu braço para evitar e ela deu a volta ficando contra a porta enfrentando-me.

 “ Dulce me deixe ir... este é nosso fim, o ultimo adeus.”

 “ ainda que me doa, ainda que regresse a completa escuridão sem ti, vou te deixar ir porque não quero te ver sofrer. Minha agonia não significa nada se posso te dar uma chance de felicidade. Se pudesse apagar todo traço que deixei em ti, se pudesse te fazer esquecer a forma que te faço estremecer sem duvida o faria para evitar tua dor. Aguentaria tudo em mim para que meu sofrimento fosse maior, para que cada dia sem ti seja ao dobro a tortura.”

  Com minhas palavras simplesmente lhe dei tudo o que tinha todos os sentimentos que me golpeavam por sair. Não sabia se lhe faria bem escutar-me mais era o que precisava dizer nesse momento antes de perdê-la para sempre. Precisava que soubesse realmente a veracidade da conexão que me unia a ela, o amor que nunca esqueceria e que permaneceria intacto em mim.

 “ mais que tudo gostaria que fosse eu mesma quem em algum momento te tire a dor que te causei. Realmente vou mudar, me transformar em alguem que possa te olhar nos olhos sem transmitir obscuridão, alguem que já não leve sangue fresco nas mãos, somente como a antiga carga que mereço. Quando for esse alguém tentarei voltar a ti. Obrigada por me devolver a vida, por me fazer sentir. Agora por mais que estiver em um abismo sempre haverá uma luz porque o amor que sinto por ti, sempre vai estar ai..me guiando. Sempre vou te proteger, posso te deixar ir, mais isso não significa que estarei longe. Você é meu anjo e eu serei a sombra que cuida de ti.”

 Me aproximei mais e pousei minha mão em sua bochecha, acariciando suavemente. “ Te amo..agora e sempre” pressionei meus lábios suavemente contra os dela e por um segundo me correspondeu ao ato mais logo se afastou.

 “ não volte a fazer isso..”

“ sinto muito”

“ o que sente muito Dulce?” perguntou doida.

“ tudo, realmente sinto muito.. sinto por ser essa pessoa de me*rda, sinto por te fazer sofrer, sinto por ser egoísta e deixado que nossa historia chegasse tão longe mais agora não posso voltar atrás”

 “Dul..ce..eu, não te quero por perto, não quero te ver novamente. Não posso te ver novamente. Preciso refazer minha vida, buscar alguma normalidade”

 “ não vou estar.. você não me verá.. mais cuidarei de ti a distância. Este é o adeus Any, pelo menos por agora” a angustia em meu peito ameaçava não me deixar respirar.

“ este é o adeus” sem que pudesse evitar algumas lágrimas escorreram por seu rosto. As sequei e deixei um suave beijo em sua testa. Tirei minha mão da porta para que pudesse abri-la.

 “ se existe a redenção espero que possa encontra-la” foram suas ultimas palavras antes de fechar a porta e me deixar caída ao piso com as lágrimas ponderando de mim.

 Estava totalmente só outra vez mais agora minha consciência tinha voz própria e se agitava em meu interior. Voltei a olhar a foto que trouxe Anahí que agora se encontrava no chão e senti que devia toda minha alma a essas pessoas e a todas as outras que eu havia lhes tirado alguém.

 A ideia de toda uma vida sem Anahi se tornava insuportável para mim, o pior dos castigos. Sabia que merecia o pior  mais não era tão forte para aguentar.. não ia ser tão forte para me transformar se sabia que nunca a recuperaria. O que fiz nesse momento foi uma decisão estúpida,se prefere covarde. Estava cega e quem sabe pela primeira vez não me preocupou a covardia. Assim como pude me pus de pé e fui ate o quarto de onde tirei da caixa na mesa de luz o revolver. Abri o carregador e ali estava a bala que havia deixado. O fiz girar e voltei a encaixa-lo.  Se existia um Deus ou um ser superior que escolhesse meu destino ou meu castigo.

 “ gatilho,faça o que quiser comigo” disse abrindo os braços e falando só como os loucos. Provavelmente se alguém tivesse me visto teria me internado em uma clinica psiquiátrica.

 “ não tenho o direito de pedir nada.. mais por favor , se me deixa viver que seja por que ainda existe uma remota possibilidade de recuperar Anahi.. posso esperar o tempo que for, posso pagar o que for preciso mais caso siga viva, que exista essa chance por favor”

Levei o revolver a minha cabeça, sobre meu cenho. Respirei fundo me preparando para o que vinha em seguida, apertei o gatilho.