Fanfic: Conociendo el amor( Portiñon)

Era tarde, terminava de acomodar mesas e cadeiras no local, pintar as varandas do terraço, acomodar as cadeiras que seriam as reservadas, terminar de dar os últimos detalhes da cozinha, que funcionaria muito bem quando tivessem os fornos. Susan apareceu e me surpreendeu, hoje havia me dito que não poderia ver, iria passar o dia a casa de seus pais.

 “ oi, tudo bem?”

“ tudo bem” entrando no local, deixando sua bolsa em uma das cadeiras.

“ e os garotos?”

“ estão com os avós”

“ah” fiquei em silêncio, emocionada pelo que iria dizer “ sabe.. outro dia..” me custava dizer aquilo, me custava ocupar um lugar que não me pertencia, que não merecia.” Um dia desses os meninos me chamaram de tia” disse com os olhos vidrados, sem saber se isso podia a incomodar. Ela sorriu, tocou minha mão um segundo.

“ já sei, em casa faz tempo que te chamam assim mais não tinham coragemde dizer diante de você. Estavam contentes por você ter gostado de escutar isso. Eu estou contente, meus dois irmãos moram longe, então a esses tios eles pouco veem , meu marido não tinha irmãos... nunca tiveram uma tia, estou contente que agora tenham uma.”

Fiquei sem palavras, igualmente quando Mike e Lucy haviam me chamado isso e eu somente os abracei.

“ obrigada” lhe disse.

 “obrigada porque? Obrigada a você Dulce, me ajudou a ir adiante, faz bem a meus filhos, pagou minha divida. É uma pessoa extraordinária, merece muito mais por tudo o que tem nos ajudado.

Vocês também me ajudam, teus filhos são duas luzes que iluminam meu dia.”

“ vamos Dulce, me diga algo de você, porque ainda é um mistério para mim. Sempre me escuta agora quero te escutar. Eu entendo, está trabalhando nesta local para ter seu próprio negócio e realizar o sonho que sua mãe não pôde realizar. mais você fica o dia todo por aqui. Onde esta  o resto de sua vida? Amigos? Amor?

“ nunca fui de ter muito amigos, quando terminei o ensino médio perdi contato com os que tinha e como não fui a universidade..e também nunca fui das que namoravam, sempre eram coisas casuais ate que conheci a pessoa certa”.

 “ ah..então há um homem em sua vida. Me conte, já que isso ficou no passado para mim.”

Traguei saliva, a olhei nos olhos e falei:

“ não há um homem, nunca houve. Na verdade eu gosto de mulheres” me olhou por uns segundos e sorriu.

“ bom, então há uma mulher em tua vida”.

“ havia, e foi incrível enquanto durou mais tive que deixa-la ir, eu a machucava, não merecia isso.”

“ você a machucava? Isso é impossível. Tem noção da pessoa maravilhosa que é? e ainda por cima modesta”

“ cometi muitos erros difíceis de concertar”

 “ a enganou?”

“ não, nunca faria isso. Mais é melhor não falarmos disso”

 “ há quanto tempo esta só?”

 “ dez meses mais ou menos”.

Fomos comprar umas coisas, cozinhei o jantar para nos duas e estreei a cozinha do futuro restaurante.comemos e tomamos vinho, ela desfrutou de um momento tranquilo sem os garotos. Eu já terminava de lavar os pratos quando ela apareceu na cozinha.

 “ Dulce”

Seguei as mãos e a olhei. Começou a desabotoar a blusa, cada vez mais perto de mim. Não entendia o que passava a princípio e quando me dei conta ela já estava com a camisa aberta,havia  tomado minhas mãos e posto em sua cintura.

“ o que está fazendo?”

 “ não tenho muitas formas de te pagar então me veio isso”

“ não tem que fazer isso. Não tem que me pagar assim.” Disse tirando minhas mãos

“ já sei que não tenho que fazer isso mais quero fazer” me deixou deslocada. A olhei nos olhos e seu corpo. Era uma mulher linda, aos 35 anos e perfeita forma. Dizer que fui totalmente indiferente sua beleza seria mentira. Me acendeu uma leve chama. A última mulher que havia tocado foi Anahi, depois disso ninguém mais em todos esses meses.. mais Anahi era a ultima, a única. E isto não era certo por tantas razões que ainda que não existisse Anahi não podia fazê-lo, era perverso, eu matei seu esposo.

Me afastei

“ estou apaixonada por outra pessoa, não posso”.

Assentiu e fechou a blusa. Não me olhou, ao invés disso tomou a cabeça com as mãos enquanto estavam apoiadas em uma das mesas.

 “ o mais trágico é que eu também estou apaixonada por outra pessoa e já não está aqui. Nunca poderia estar com um homem que não seja ele...me perdoe, depois desse tempo juntas e com o que me contou hoje.. me sinto bem contigo e pensei..pensei mal, tão pouco é o que necessito”.Outra vez foi difícil tragar depois de escuta-la. Me acerquei e coloquei uma mão em seu ombro.

“ não tem que se desculpar, te entendo. Tudo bem, somos amigas , não?

“claro que somos amigas, mais que isso...você é a tia de Mike e Lucy”

Se recompôs e fomos dar uma volta”

“obrigada pelo jantar. Vai ter que ir cozinhar na minha casa.”

“ quando quiser”.

Me deu um beijo na bochecha e se foi. A segui com o olhar, vi como subia seu carro. Lamentei profundamente ter destroçado essa mulher, não poder devolver o que a tirei.