Fanfic: Conociendo el amor( Portiñon)

 Antes de ir me deitar observei o canto de meditação. Hoje não era o dia de tentar ser aprendiz de Buda, de fato a palavra vingança não estava no vocabulário dos monges tibetanos. Para isso existia o karma, não é preciso intervir. E entendia tudo isso de karma e tudo mais,  aos filhos da put* eventualmente lhes aconteceriam coisas ruins e aos que tentarem fazer o bem lhes viria a recompensa. Mas acontece que o karma era muito lento para meu gosto quando se tratava de que Paul recebesse o que merecia e eu não  estaria lá para vê-lo, então preferi acelerar o assunto.

 De todas as formas fiz tantas coisas mais sem que eu gostasse, ao menos esta foi feita com prazer. Meus instinto agressivo estava totalmente satisfeito e pronto para descansar pelo resto de minha vida. Ainda que soe um pouco irônico, poderia dizer que finalmente fiz as pazes com meu passado.

 O dia seguinte eu passei desde cedo na praia surfando, as ondas estavam incríveis e eu estava fazendo isso melhor que nunca. Havia ganhado um pequeno público que me olhava da praia, sem dar importância a isso segui com o que estava fazendo e quando saí não falei com ninguém. Tirei esse dia de folga e não apareci em Jane.

Em vez disso tomei uma decisão, as marcas e cicatrizes em minhas costas deviam ser substituídas por algo melhor, algo que representasse minha força. Passei a tarde em uma marquesa de um estúdio de tatuagem- o mesmo em que eu tinha ido mudar a tatuagem em minha perna- com as agulhas cravado em minha pele outra vez. O tatuador era excelente, um grande artista e ficou encantado ao ter que fazer um trabalho tão grande. Segundo ele cada vez mais as pessoas pediam tatuagem pequenas e facilmente escondidas e por isso fazia um tempo  que ele passava tantas horas com um desenho.

O resultado foi um grande dragão por toda minhas costas, um dragçao com escamas verdes escuras e um pouco de preto, sentado em uma enorme rocha que olhava com olhos penetrantes e que bufava fazendo sair pequenos “rastos” de fogo por suas focas nazais. No começo ficou preocupado de que as cicatrizes não o deixassem fazer o desenho direito mais ante minha insistência ele o fez com cuidado e quase não teve problemas tatuando em cima delas. Saí do local com minhas costas quase toda adormecida de tantas agulhadas e tinha a sensação de que is doer bastante no dia seguinte mais adorei o resultado.

Quando fui a Jane Jack me deu a mensagem de Anahi. Me pediu desculpas repetidas vesses por ter falado demais, não era culpa dele, fui eu quem mentiu para ela. a ideia de não contar a Anahi sobre minha visita a meu padrasto foi descartada, agora o difícil seria contar a verdade a ela e não perdê-la na tentativa de fazer com que ela entenda meus motivos.

Anahi;

 Aparentemente Dulce não tinha voltado de sua viagem ou o que quer que seja porque não havia dado sinais de vida por dois dias, nem uma ligação nem nada. Eu já não tentava falar com ela, deixei uma mensagem e pronto. Me sentia uma estúpida por ter tranzado com ela tão rápido, deixando de lado o quanto foi bom aquele momento, me sentia uma estúpida. Mais idiota por voltar a confiar nela e ainda mais idiota por seguir apaixonada. Ao que parece Anahi Puente tem um “ doutorado em estupidez.”

 Abri a porta para ir fazer umas compras e adivinhem quem eu  encontro do lado de fora.

 “ que sincronia! Nem sequer tive que bater na porta.”  Me disse com um sorriso. Pelo menos não tinha cara de culpa, talvez ainda houvesse esperança. 

 “ vejo que decidiu aparecer” olhei sua mão e notei que estava vendada

“ ia sair?”

“ sim. O que houve com sua mão?”

“ feridas de guerra” me disse séria e eu a olhei brava.

“ de que guerra exatamente estamos falando? Não me diga que fui ao Iraque e já voltou?” ignorou meu sarcasmo.

“ vai sair u tem tempo para me escutar?”

“ Ia sair mais posso te escutar. Entre, estamos sozinhas.” 

A deixei entrar e fechei a porta.

 “ me explique o motivo de sua pequena viagem. Não quero a mentira sobre os distribuidores. E seja o que for você já fod*eu tudo desde o principio ao mentir para mim.”

Suspirou me olhou nos olhos, mais desta vez seu olhar não pedia perdão.

“ sinto por ter mentido, pensei que nunca mais iria fazer isso, não queria fazer isso mais foi necessário.”

“ cada vez soa melhor sua defesa Dul, está se aprimorando.” Disse irritada e com ironia em cada uma de minhas palavras.

“ sei que não soa bem isso mais é o que é. Esse era um tema muito pessoal.” Me respondeu tranquila.

“sim, bastante pessoal a máfia te ligar para fazer um trabalho.”

“ não é o que você pensa, ou talvez seja mais de um modo completamente diferente. Não fui realizar nenhum trabalho, fui ver meu padrasto.”

Não esperava essa resposta e fiquei só fiquei a olhando surpresa.

“ Foi a Nova York?” foi tudo o que consegui perguntar.

 “ não, ele não vivia mais em NY. Fui a San Diego.”

 “ como o encontrou?”

“ ele me ligou.na  verdade ligou para os Marzoni me procurando e eles ligaram para mim.”

Isso era totalmente inesperado e em parte entendia o fato de não ter me dito antes. O tema de seu padrasto sempre foi muito delicado para ela, apenas havíamos tocado o assunto algumas vezes, apenas havia me deixado entender uma parte do que sofreu estando sob seus cuidados. Porém não eram necessárias muitas explicações, as cicatrizes por quase todo seu corpo falavam por si só mais eu sabia que havia muito mais do que se via.

“ para que te chamou?” perguntei cuidadosa.

“ suspirou e seguiu falando “ me ligou porque estava morrendo, uma enfermidade degenerativa ou algo assim.”

“ queria te ver antes de morrer?”

“queria que eu o matasse.”

“QUE?”

“ me pediu que eu o matasse” respondeu tranquilamente, tanto que me dava medo.

 “ você disse não, verdade?”

“ em primeiro momento eu disse que não mais seguiu insistindo. Parece que não queria passar os meses de agonia da doença. Terminei aceitando, afinal tinha motivos de sobra.”

Em minha cabeça eu me repetia que não era tão mau. Sim, havia matado alguém mais ele havia pedido, pelo menos o tinha poupado o sofrimento da doença. Ainda que eu não entendesse totalmente.

 “ porque o matou Dulce? Já sei que ele pediu e tudo mais tinha que ter deixado ele morrer naturalmente.”

“ o matei porque queria estar ali quando morresse, ver isso com meus próprios olhos.” Me respondeu sem duvidar.

Fiquei em silêncio, dando voltas pela sala. Sua mirada ao se despegava de mim.

“ sim, eu entendo.. acredito que entendo porque queria isso.”

Desta vez ela me olhou surpresa.

Dulce;

 “ está falando sério?” não podia acreditar no que tinha escutado. 

 “ estou rindo?” 

 “ não” 

 “ então estou falando sério...depois de tudo o que te fez, chegar assim e pedir que o mate, é compreensível que não  tenha conseguido negar e ate de certa forma tenha querido.”

A olhei morrendo de vontade de beija-la.

 “ isso não significa que algo tenha mudado. Se chegar a voltar com a máfia ou qualquer umas dessas coisas já sabe que não posso continuar contigo.”

“ não se trata disso Anahi, não quero mais nada disso. Nem sequer havia passado por minha cabeça vingar-me de meu padrasto, não o procurei para matá-lo. Mais uma vez ali, vingança era tudo o que eu pensava.”

Anahi me fitou e não disse nada. Eu me aproximei e a beijei devagar, agradecendo por ela não  ter apoiado suas mãos em minhas costas. A tatuagem ainda doía bastante. Quando encerramos o beijo se afastou e segui pensativa.

“ disse vingança”

“ isso” respondi desejando que não seguisse o caminho que eu imaginava que queria indagar.

“ disparou contra ele não foi? Ele te pediu que o matasse, terminou aceitando e atirou nele, foi assim?”

“ O que importa? De qualquer forma está morto, um filho da put* a menos no mundo.” 

 “ não fuja da pergunta, você disse vingança e quero saber que porra você fez.”

“ não atirei nele.”

“ não disparou?”

“ não, isso seria uma morte rápida. Queria que morresse lentamente e sofresse, que sofresse tanto quanto eu sofri.”

“ o que fez com ele?” me perguntou assustada. Nunca a tinha visto tão assustada comigo desde que a tinha confessado que era uma assassina. E aqui  era onde tudo ia por água abaixo. Eu e minha falta de “ filtro” quando estou com ela, se não tivesse usado a palavra vingança tudo teria ficado bem. Teria entendido a primeira parte mais com isso não seria tão compreensiva.

“ já te disse, o fiz sofrer por um tempo. Não é necessário mais detalhes.”

Mais eu sabia que ia ter que dar os detalhes assim que me debati entre dizer ou não a verdade absoluta.