Fanfic:  ❥ Uma Herdeira em Perigo ❥ ❥Laliter ❥ (Adaptada) | Tema: Laliter

- Existe há 150 anos, Sr. Lanzani – ela disse, apesar de saber que ele estava falando sobre a reforma realizada.

- Me chame de Peter, por favor. Sr. Lanzani é meu pai.

 - Não quero parecer tão pessoal. Posso ter que processá-lo.

Ele apertou os olhos.

 - Vou ressarci-la de tudo, Srta. Espinoza.

Ela olhou para ele, segurando a carteira de motorista e o cartão do seguro.

- Ótimo. Por que você não vai receber os policiais? – As luzes azuis da sirene do carro da polícia brilhavam no vidro da vitrine.

Peter olhou-a por um segundo, compreendeu a informação e foi até a calçada. Ela não estava preocupada com a polícia, pois Lali Espinoza não tinha nada a esconder. Lali tentava recuperar seus livros, embora não houvesse esperanças. Simplesmente contou as perdas.

Assim como fizera com sua família.

Manter-se Herrera e viver em uma gaiola. Tornar-se Lali Espinoza e ter uma vida normal.

Hum.

Escolha difícil.

Herdeira de uma vinícola ou não.

Agora, se pudesse apenas fazer com que Peter Lanzani saísse de sua loja sem satisfazer sua curiosidade, ela ficaria bem. Passara o ano anterior evitando Lanzani e todos da família dele. Eles eram numerosos e atraíam a atenção da mídia como os Kennedy. E como os Herreras. Peter Lanzani era bastante rico e circulava no mesmo círculo social que sua família. Sem contar que o rosto dela apareceria estampado em todos os jornais do país e alguém poderia reconhecê-la.

Sua identidade tinha que manter-se secreta.

Com exceção do pai, nem sua própria família sabia quem ela era. E faria o que fosse preciso para manter tudo assim.

A mulher não podia ser mais fria, pensou Peter, enquanto o policial preenchia o relatório. Ela esquadrinhava uma caixa de livros enquanto o olhar dele passeava dos óculos arredondados e dos cabelos castanho-avermelhados que desmontavam do coque para o decote de seu suéter e para a saia, molhada e caída até os tornozelos, escondidos por botas militares.

Ela parecia uma professora solteirona, mas havia algo além. Peter ainda não conseguia entender o que era, mas ela tinha olhos incríveis, profundos, de cílios longos e uma cor de mel que aqueles óculos não podiam esconder.

Era reservada, trabalhadora, mas ele tinha a sensação de que tudo aquilo era meio forçado, Peter nunca a vira antes, o que era estranho. Achava que conhecia todos em Bradford.

 - Preciso falar com a Srta. Espinoza – disse o policial.

Eles entraram. A chuva fria escureceu o céu, mas o interior da casa que virara livraria estava aquecido e cheirando a canela. Ele não conseguia vê-la, então a chamou.

Ela surgiu dos fundos da loja com uma bandeja de café.

- Para esquentar. – Lali disse a si mesma que não precisava ser amiga de Lanzani, mas também não devia ser rude com ele.

Peter pegou uma xícara, aquecendo as mãos.

O policial recusou, fez algumas perguntas e deu uma cópia do relatório a cada um.

Lali queria que Peter partisse também. O homem a enervava e se nem as perguntas freqüentes do FBI sobre os negócios supostamente ilícitos de seu irmão Angel a deixavam assim, isso queria dizer alguma coisa. Ela só não queria saber o quê.

- Como é que eu nunca a vi antes?

- Bem, eu vendo livros. Você lê?

- Claro que sim.

Ela sorriu, olhando-o através dos óculos. Peter foi pego de novo pela beleza daqueles olhos.

- Aparentemente não o bastante, Sr. Lanzani.

Peter sorriu.

- Você ainda está chateada por causa do carro.

- Não mesmo – ela falou.

O pequeno sino acima da porta soou, quando um menino de cerca de 12 anos entrou na loja. Lali sorriu para ele.

- Nossa, que chuva – ele disse. – Olá, Sr. Lanzani.

 - Olá Davis.

Lali olhou para os dois.

- Posso ajudá-lo?

O menino segurava um pacote plástico com folhetos.

- São do Festival de Inverno. Posso colocar um na vitrine?

- Claro.