Fanfic: Lonely | Tema: One direction

POV Andreza

Depois de escutar toda aquela besteira de Harry saí da festa ao menos sem tentar segurar as lagrimas que transbordavam dos meus olhos. Fui para casa e me troquei, logo depois saí de casa de novo pois assim evitaria um encontro desagradável. Eu pensaria melhor e me acalmaria, depois tentaria conversar com ele. Saí de casa e percebi que eu não tinha para onde ir. Não tinha vontade de ir aos trilhos então resolvi tentar passar na casa de Gabi. Eu sabia que ela não estaria lá então eu poderia ficar sozinha. Dirigi até a casa dela e deixei o carro uma quadra de distancia, caso alguém passasse ali. Peguei a chave que ela escondia embaixo do tapete e abri a porta. Subi as escadas silenciosamente e escutei barulho de passos. Fui até a porta do quarto dela e vi Kristen usando um vestido exatamente igual ao que eu usava minutos atrás. Ela mexia no celular quando o mesmo começou a tocar:

– Oi Gabi, ainda esta na festa? – Pediu sorrindo. Ela escutou algum tempo e respondeu.

– Então ela já saiu daí? Ela estava chorando? – Mais algum tempo em silencio então falou:

– Bem feito para aquela vadia, ela se meteu com a pessoa errada. Agora o Harry é só meu, vou desligar. Tchau.

Depois de escutar essa conversa eu fiquei chocada. Gabi, que sempre considerei minha amiga, foi a pessoa que ajudou a destruir minha vida. E daí as pessoas sempre me perguntam por que eu não consigo acreditar em ninguém. Eu sempre tive um problema em fazer amigos por isso. Desci as escadas tentando não fazer barulho, e quando saí para a rua sai correndo em direção ao meu carro. Estava em casa em questão de minutos.

Sentei em um dos sofás da sala, e permaneci ali no escuro mesmo enquanto esperava Harry chegar a casa. Devo ter ficado ali algumas horas, não tenho certeza por que perdi a noção de tempo. Quando finalmente escutei alguém girar a chave entraram todos na casa: os meninos, Gabi e Lari. Não conseguia olhar para Gabi depois do que descobri. Quando me viram ali sentada tentaram subir para seus quartos como se eu não existisse.

– Esperem. – Falei e me olharam. – Eu não beijei ninguém.

– E como você explica alguém com o mesmo perfume, mesma roupa e cabelo que o teu?

– Bom eu descobri que era Kristen. – Falei olhando fixamente para Gabi, ela desviou o olhar.

– Se vocês não conversam como ela sabia o que vestir?

– Bom ela teve uma ajuda. – Eu falei ainda encarando Gabi.

– De quem? – Gabi perguntou.

– Você ainda pergunta? Sério? Eu acabei de ir à tua casa e escutei-a conversando no telefone com você. – Gabi então fez um olhar de quem ia chorar e todos acreditaram na cena dela.

– Mas eu não fiz nada. – Ela disse inciando o choro.

– Me poupe. – Falei irritada. – Vocês realmente acreditam nela? – Perguntei e todos permaneceram em silencio.

– Ótimo, bom saber que a nossa amizade teve algum valor pra vocês. – Levantei do sofá e então apontei para Harry. – E isso serve para o quanto eu te amAVA. Porque você me magoou tanto que nem eu sei ainda se posso sentir isso. – Falei e subi ao meu quarto.

Liguei a musica no ultimo volume enquanto pensava. Então tomei minha decisão. Peguei papel e caneta e comecei a escrever.

POV Harry

Acordei extremamente cedo e não conseguia mais dormir. E se Andreza estivesse falando a verdade? Ela nunca mentiu para mim, talvez eu devesse dar uma chance para ela. Levantei para falar com ela porem encontrei seu quarto vazio. Caminhei até sua cama e encontrei um texto enorme. Resolvi ler:

Para o homem e a mulher que resolveram conceber uma criança, o resultado F que sou eu, que não se encaixa em seus planos.

Para meus colegas que sempre fizeram minha vida um pesadelo quando deveriam ter focado em suas educações.

Para aqueles que nunca se importaram, nunca falaram, e provavelmente nunca souberam meu nome.

Para os amigos verdadeiros, que eu sempre julguei ter, mas que te abandonam no primeiro momento de dificuldade.

A Deus, se ele existir, que escolheu fazer uma brincadeira cruel em mim, quando me colocou em um lugar cercado de tantos rostos indiferentes.

A todos vocês, adeus.

Estou deixando um mundo ao qual eu nunca realmente pertenci. Não chore por mim ou lamente minha passagem. Não digo isso porque espero que sintam minha falta, digo isso porque eu espero que as pessoas continuem suas vidas com a consciência limpa e os olhos secos. Eu sei que vocês não querem chorar por mim. Então não, apenas peço que escute as ultimas palavras de uma jovem que tomou cargo do próprio destino.

Talvez meus pais possam sentir alguma coisa dentro que faz com que algumas lágrimas sejam derramadas. Eles podem ate fingir que é a dor por causa da perda, mas eu espero que seja outra coisa.

Talvez a tristeza para trazer uma criança a este mundo quando eles realmente não tem tempo ou vontade de criá-la. Eu não era o produto do amor, nascido de um desejo de preparar um outro ser humano crescer e levar a raça humana. Eu era apenas a próxima aquisição, a próxima tarefa, o próximo projeto em sua lista de coisas que trazem significado.
Nenhuma criança deve ser trazida a este mundo para o mero propósito de ser apenas a posse de outra. Eu não sou um objeto a ser catalogado e listado em seus formulários de imposto, ao lado de sua casa e carro, ou para brigaram durante o processo de seu divórcio.Eu sou um ser humano. Lamento que levou a isso para fazer vocês perceberem a verdade. Se você ainda não conseguiu, então eu estou mais triste ainda.

Adeus para sempre. Eu estou indo para outro lugar. Onde, eu não sei. Mas a lógica diz que ele só pode ser uma melhoria. Talvez a minha passagem só vá resultar numa nota de rodapé em um anuário escolar. Talvez o sacrifício de alguém possa trazer esperança para os outros. Se minha morte torna a vida para uma pessoa um pouco mais suportável eu realmente estou morrendo em vão?

"As necessidades de muitos superam as necessidades de poucos ou do único."

– Andreza Nunes

Quando terminei de ler a carta de despedida dela o desespero tomou meu corpo. Ela não podia fazer aquilo. E a culpa é minha. Pensei enquanto tentava pensar onde ela estaria e segurava as lagrimas. Então lembrei de uma conversa que nós tivemos a algum tempo atrás:

\\Flashback onn

Eu estava sentado na sala esperando And voltar de sei lá onde quando ela passa pela porta.

– Hey Harry. Fazendo o que?

– Te esperando. – Falei lhe dando um selinho. Vi ela sorrir.

– Hm, o que quer fazer?

– Nada, só tua companhia. Diga-me uma coisa... – Comecei.

– O que? – Ela pediu me encarando com aqueles olhos verdes.

– Aonde você vai quando você some? – Ela sorriu.

– Eu te conto. Mas você tem que jurar segredo.

– Eu juro. – Falei e ela sorriu.

– Eu vou nos trilhos. – Ela disse.

– Nos trilhos? – Perguntei levantando a sobrancelha.

– É. – Ela disse e escondeu a cabeça em meu pescoço. – Não vai ninguém lá, então eu posso ficar sozinha.

– Você é estranha sabia? – Perguntei levantando a cabeça dela. – Mas é a estranha que eu amo. – Ela corou e me beijou.

Flashback off//

Deixei os papeis da carta dela caírem no chão e desci correndo as escadas. Encontrei Niall e Zayn na sala.

– Aonde você vai? – Perguntaram assustados.

– Andreza. – Falei sem pensar direito. – Vai fazer besteira. – Eles não falaram mais nada, apenas pegaram seus sapatos e celulares e saíram atrás de mim.

Após 2 minutos, que para mim passaram como horas, chegamos aos trilhos. Então eu a vi, se encontrava no meio dos trilhos. Estava encolhida, e quase desacordada, o sangue fluía livremente de um corte profundíssimo em seu pulso, ela tremia de frio por causa da chuva. Niall e Zayn pareciam com medo de se aproximar, como que se o fizessem ela poderia quebrar. Mandei eles ligarem para uma ambulância e me aproximei dela. Tirei meu moletom e coloquei delicadamente em torno dela. Vi que já se formava um enorme poça de sangue sobre o delicado corpo dela. Eu a peguei em meus braços e ela abriu aqueles olhos extremamente azuis assustada. Seus lábios roxos de frio começaram a abrir, como se ela quisesse dizer algo.

– Harry? – Perguntou quase sem voz.

– Eu to aqui pequena. Eu sempre vou estar aqui. – Falei quase desesperado, evitando o pensamento de perde-la.

– Desculpa Harry. Eu não fiz aquilo. – Ela ia falar mais, porem eu coloquei meu dedo em seus lábios e falei.

– Não se esforce, a ambulância já vai chegar.

– Não. – Ela falou e tomou ar, ela estava quase desmaiando. – Eu sinto muito por ter chego a esse ponto. – Então ela fechou os olhos e não se mexeu mais.

– AND. – Gritei sentindo as lagrimas descendo por minhas bochechas. – Volte pra mim And. – falei quase em um sussurro. Então a ambulância chegou e os paramedicos a retiraram de meus braços.