Fanfic: RBD La Familia: Loucuras em família *Portiñon, Herroni* - Finalizada | Tema: Rebelde (RBD)

Nesse momento, a sala se encheu de perguntas, sussurros, sons de surpresa... Eles não conseguiam entender mais nada do que estavam falando. Pedro tentou acalmar os presentes, mas estava quase impossível. Chris sentiu Dulce tremer e apertou sua mão mais forte, beijando sua bochecha e depois abraçando-a pelos ombros, logo depois deixou-a ir e voltou para seu lugar. Any finalmente olhou para a amiga e viu seus olhos mareados, se comoveu, esquecendo do que acontecera a pouco, ela pegou a mão da ruiva e beijou levemente, depois entrelaçou seus dedos por debaixo da mesa e deixou suas mãos sobre a perna da ruiva.

Pedro finalmente acalmou os repórteres, que faziam de tudo para conseguir alguma declaração. Um repórter se levantou, após Pedro ter apontado para ele começar.

"O que vocês tem a dizer sobre essa revelação bombástica?"

"Nós já sabiamos também." Poncho começou novamente, ele queria falar mais alguma coisa, mas Ucker o interrompeu.

"Isso só aumenta meu respeito por Dulce, porque olha o que ela está fazendo! Só para não deixar Christian passar por isso sozinho ela está falando pro mundo inteiro algo que ela escondeu por muito tempo!"

May revirou os olhos, Ucker tinha uma boa intenção, mas um cérebro do tamanho de uma ervilha. É claro que agora Dulce ia ficar cheias de perguntas para responder.

"Seus pais já sabem, Dulce Maria?" Um outro repórter perguntou rapidamente.

Dulce suspirou, desejando que um meteoro caisse na cabeça de Ucker. "Não, eles não sabem. Na verdade, os únicos que sabiam estão sentados aqui comigo. Nunca contei, como Christian mesmo já disse, por medo da reação, da rejeição. Mas chegou a hora, cansei de me esconder atrás de alguém que eu finjo ser. Porque esconder essa parte de mim é me esconder atrás de uma pessoa completamente diferente. E eu cansei de fazer isso. Eu sou homossexual. Eu sou gay. Eu sou lésbica. Não importa como vocês querem me chamar, ou o que vão dizer, não muda o que eu sou. Meus pais não sabem, se eles estão assistindo isso agora, vão ficar sabendo, e eu peço um milhão de desculpas por não ter contado antes."

"E o que você vai fazer depois que sair daqui? Ir pra casa? Ir falar com seus pais?..."

Dulce sorriu, decidindo aliviar o clima. "Provavelmente vou embarcar na van, vou chorar como uma louca, meus amigos vão tentar me consolar, menos o Christopher, ele é péssimo nisso, então o Christian vai ameaçar me jogar pela janela, eu vou parar de chorar por alguns segundos, vou voltar a chorar porque ele falar isso vai ser grosseiro, aí ele vai fazer uma piada, eu vou rir... Basicamente isso." Eles riram e Chris apertou sua bochecha. "Quanto a DEPOIS disso, eu sincetamente não sei... O sensato é ir falar com meus pais e esclarecer algumas coisas, talvez eu faça isso, ou vou fugir disso com todas as minhas forças, aposto que Christopher iria me ajudar. Certo, Ucker?"

"É claro... QUE NÃO, NÉ!" Ucker brincou, fazendo todos rirem novamente.

"Você é um excelente amigo." Dulce ironizou, dando um sorrios falso.

"E você é uma medrosa." Ele respondeu com igual ironia.

"Espero que você caia e bata a cabeça na parede enquanto estiver tomando banho."

"E eu que você caia dentro do vaso e se afogue."

Eles riram ainda mais e os dois pararam. "Existe algum recentimento por sua parte, Christopher?" Uma repórter perguntou.

"Ah não, não, claro que não!" Ucker respondeu rapidamente. "Dulce é uma grande amiga, só isso. Apenas na novela que somos um casal, aqui fora é uma amizade enorme. Espero que ela ache alguém que a ame do jeito que ela merece, que a trate como uma rainha, do jeito que ela merece ser tratada, que esteja sempre com ela quando eu não puder e que a incomode do jeito que eu a incomode quando eu não puder." Dulce revirou os olhos, imediatamente pensando em Anahi, que estava rindo das palavras de Ucker. "Não, é sério, espero que ela encontre alguém maravilhosA, que a ame tanto quanto ela vai A amar, né. O que vocês presenciaram aqui, agora, foi uma pequena brincadeira. Sempre que alguém diz algo que magoa o outro, para não brigar, ironizamos e desejamos essas coisas: escorregue no banheiro, se afogue no vaso, caia da cama, fique sem voz, não consiga pegar ninguém..." Todos riram de novo. "Essa brincadeira acaba virando umas desculpas."

"É um ótimo jeito de lidar com as coisas. Afinal, vocês passam muito tempo juntos, não é?" Um repórter da frente perguntou, sem se levantar.

"Ah sim." May respondeu. "Passamos 18 horas por dias juntos, 7 dias por semana. As outras horas que sobram é apenas quando vamos dormir, porque senão iamos passar todos os segundos dos dias juntos. E são coisas assim que nos ajudam a manter o grupo em paz, sem gritarias, sem brigas. Acabamos nos desculpando sem realmente dizer."

"Por causa do orgulho mesmo." Dulce brincou.

Dulce estava agradecida que o assunto principal havia, aparentemente, sido esquecido. Ela só queria que isso continuasse por mais 5 minutos, até o fim da coletiva. Então, ela poderia ir pra casa e pensar no que dizer aos seus pais.

"PRINCIPALMENTE por causa do orgulho!" Chris concordou, agradecido também.

"Quem é o mais orgulhoso? Aquele que prefere... se afogar no vaso, a pedir desculpas." O mesmo repórter perguntou, fazendo eles rirem.

"Acho que... Dulce." Anahi respondeu. Os outros concordaram veemente, sem nenhuma duvida. Dulce olhou-os indignada, apesar de saber que era verdade. "Dulce prefere ficar brigada com alguém do que adimitir que estava errada e pedir desculpas."

"Nem sempre eu estou errada!" Dulce exclamou, olhando para ela com surpresa.

"Mas você deveria pedir desculpas. E, geralmente, quando seu orgulho está falando bem mais alto que sua razão, é quando você está errada." A loira continuou, olhando-a também.

Dulce deixou os ombros caírem, derrotada.

"Você concorda com seus amigos, Dulce?"

Dulce respirou fundo, dramatizando. "Acho que sim." Ela suspirou, fazendo eles rirem. "Eu tenho um orgulho enorme, que eu tento ao máximo não ferir. Acredite, se eu te pedir desculpas depois de uma discussão é porque eu gosto, e MUITO, de você. O que posso fazer? Sou assim mesmo."

"Vocês tem shows para essa semana em vários locais do México, como vocês estão encarando todo esse sucesso?"

"É incrível como isso cresceu! Quando começamos não imaginamos que iria chegar a tanto!" Anahi respondeu.

Dulce concordou. "Acho que sempre esperamos ter apenas alguns shows por mês. Muita gravação da novela, mas poucos shows. Isso nos surpreendeu demais e só temos a agradecer o carinho de todos os fãs."

Depois disso, Pedro declarou que a coletiva estava encerrada e eles voltaram pra van. Como Dulce disse, logo que sentou-se, ela começou a chorar. May e Any se sentaram ao lado dela, tentando fazê-la se acalmar. Chris se sentou na sua frente e Poncho ao lado dele. Ucker ficou num canto ouvindo música. Minutos depois, o celular de Dulce tocou e ela pegou-o com receio.

Mãe

Dizia o visor. Ela suspirou e jogou o celular no colo de Chris. Ele, sem entender, atendeu sem ver quem era. Dulce olhou-o surpresa e fez sinais para ele desligar, mas Chris não estava entendendo nada.

"DESLIGA ESSA MERDA, CHRISTIAN!" Ela gritou por fim, pulando para pegar o celular.

Chris se assustou e jogou o celular pra cima, ele caiu no chão, com o viva-voz ligado. Todos ficaram estáticos. Dulce quase deitada sobre Chris. Poncho jogado pro lado, por causa da explosão de Dulce. May caida no chão, também por causa do pulo de Dulce. Ucker ainda sem saber de nada, cantando agora, então, qualquer chance deles fingirem que estava mudo tinha desaparecido. E Any parada no mesmo lugar.

"DULCE MARIA! FALE COMIGO AGORA!"

Eles finalmente entenderam o desespero de Dulce. Ucker cantava cada vez mais alto.

"ESTOU OUVINDO ALGUÉM CANTAR! EU SEI QUE VOCÊ ESTÁ AÍ, DULCE MARIA!"

Dulce continuou parada, desejando que Ucker parasse de cantar, ou que, por um milagre, ela tivesse um ataque e morresse.

"DULCE MARIA ESPINOZA SAVIÑON!"

A ruiva exitou, mas pegou o celular e tirou do viva-voz. "Oi, mãe."

"Não me venha com: oi, mãe! PODE IR ME EXPLICANDO TUDO AGORA MESMO!!!"

"Você viu a coletiva, é?"

"Eu vejo todas as suas coletivas! E DESSA EU NÃO GOSTEI NUM UM POUCO! QUE HISTÓRIA É ESSA DA MINHA FILHA SER SAPATÃO?!!!!"

Dulce suspirou, essas palavras vindas de sua mãe a perfuravam como uma faca. "Mãe, eu sinto muito não ter contado antes. Sinto de verdade. Mas, sim, eu sou homossexual. E..."

Sua mãe interrompeu-a. "É O QUE, DULCE MARIA?!!!!!!!!!!!! NÃO, MINHA ÚNICA FILHA NÃO É SAPATÃO!"

Dulce sentou-se com o rosto já molhado de lágrimas novamente e seus amigos ficaram preocupados. Eles conheciam a mãe de Dulce, ela era difícil de lidar.

"Mãe, me escuta. Eu..."

"MÃE?! EU NÃO SOU MÃE DE UM SAPATÃO!"

"Por favor, não fala isso." Dulce implorou, chorando mais.

"E O QUE VOCÊ QUER QUE EU DIGA?! QUE EU TENHO ORGULHO DE VOCÊ SER ESSA COISA?!"

"Eu vou passar aí pra gente conversar melhor, me de alguns minutos e..."

"VOCÊ NÃO VAI IR A LUGAR NENHUM! NÃO QUERO VOCÊ AQUI! NESSA CASA VOCÊ NÃO ENTRA MAIS! E PODE ME ESQUECER! ESQUEÇA QUE VOCÊ TEM MÃE!"

Dulce desligou o celular e o jogou com força ao lado da cabeça de Ucker, que finalmente despertou e olhou ao redor surpreso. Dulce começou a chorar descontroladamente, soluçando. Seus amigos se entreolharam, sem saber o que fazer.

"O que aconteceu aqui?!" Ucker perguntou.

"Cala a boca, Uckermann!" Poncho falou irritado, sem tirar os olhos de Dulce.

"Minha mãe me odeia." Dulce sussurrou entre os soluços.

Os outros se entreolharam novamente.

Quando chegou na casa das meninas, Dulce foi direto pra cozinha e pegou uma caixa de cerveja e uma vodka, foi pra sala, sentou-se no sofá e começou a beber. Ucker tentou pegar uma cerveja, mas Dulce quase o matou só com o olhar, então ele se afastou lentamente.

"Tem certeza que é o melhor a fazer?" Poncho perguntou cuidadosamente.

A ruiva olhou-o com raiva. "E o que mais eu posso fazer? Eu só quero esquecer de tudo!"

Ninguém se atreveu a falar mais nada, sabiam que nada iria mudar a decisão de Dulce. Ucker, Poncho e Chris, depois de algum tempo, foram para casa, exaustos.

"May, se precisar de alguma coisa, ou de ajuda com ela, me chame, ok?" Poncho falou antes de sair. May apenas concordou e se despediu dele.

A morena ainda tentou convenser a amiga a parar, mas acabou desistindo, pois Dulce nem olhava mais para ela. Ela foi tomar banho e dormiu logo depois. Anahi ainda ficou mais um tempo, assistiu TV, mas na verdade só queria ficar de olho na ruiva. Quando acabou aquela caixa de cerveja, Dulce tomou toda a garrafa de vodka em apenas alguns segundos, depois, cambaleante e já bebada, foi pra cozinha e voltou com uma garrafa de wisk, uma outra de vodka, mais duas caixas de cerveja e uma garrafa de vinho branco. Ela sentou-se no mesmo lugar e voltou a beber, começando pelas cervejas novamente. Anahi estava preocupada, mas não podia fazer nada. Já havia tentando conversar, mas a ruiva estava ignorando, tentou tirar as bebidas, mas Dulce lançou-lhe um olhar mortal e ela desistiu. Apenas quando Dulce havia terminado a última garrafa de bebida da casa, vomitado quase todas as tripas pra fora e desmaiado no sofá, é que Anahi foi dormir, ainda preocupada.