Fanfic: RBD La Familia: Loucuras em família *Portiñon, Herroni* - Finalizada | Tema: Rebelde (RBD)

Capitulo dedicado a night e geice, obrigada por comentaaaar!!!! Espero que gostem...

No dia seguinte, Dulce acordou já chorando ao se lembrar do dia anterior. Ela pegou um caderno cheio de rascunhos que ela deixava sempre no criado-mudo e começou a escrever. Apesar de tudo estava inspirada. A ruiva passou a manhã toda escrevendo músicas. Quando o relógio marcou meio-dia, ela escovou os dentes, colocou uma calça de moletom e uma camiseta larga com o nome de um time do México, e desceu as escadas devagar. Ela queria achar os amigos, para conversar com eles, mas não sabia qual seria a reação deles, se todos já sabiam do acontecido. Ela os procurou na sala e na piscina, por fim, suspirando, ela entrou na cozinha, onde todos estavam almoçando. Eles não perceberam sua presença de imediato e ela ficou grata por isso. O primeiro a perceber foi Ucker.

"Hey, Chris, me passa a carne aí e o..." Ele olhou para cima, foi quando viu a ruiva. Ucker ficou congelado no lugar, sem saber o que fazer.

Dulce deu um olhar envegonhado para ele. Logo depois, Chris olhou para cima também, para saber porque Ucker havia parado tão bruscamente. Ele olhou para a ruiva com desconfiança e na defensiva. Dulce não podia culpá-lo.

"Chris, você não ouviu o Ucker pedir a carne?!" May exclamou, se inclinando sobre a mesa para pegar o solicitado, voltou para seu lugar e olhou para Ucker, com a mão estendida. Então ela viu a cara dos dois. May se virou confusa para trás, mas logo percebeu do que se tratava. Ela quase deixou o prato de carne cair, mas teve reflexo para segurá-lo e, com ajuda de Poncho, que havia se assustado com sua movimentação brusca para pegar o prato que caia, colocou na mesa de volta.

Poncho se virou para a entrada da cozinha também e viu o que estava acontecendo. Ele limpou as mãos no guardanapo e afastou o prato um pouco. Ele não sabia o estado da ruiva. Aquelas garrafas vazias pelo quarto ontem poderiam ser antigas ou mesmo da noite anterior, então ela podia estar sob o efeito do álcool ainda. Any olhou para cima apenas depois de comer a última folha de alface. Ela congelou com o garfo dentro da boca e esqueceu de mastigar, quase engasgando ao engolir. Any tomou um gole de coca e se recuperou.

Dulce estava constrangida. Todos olhavam para ela. Os meninos em desconfiança e as meninas com medo. A ruiva odiou saber que suas melhores amigas tinham medo dela, muito medo. Odiou que seus melhores amigos não confiassem nela. Mas ela sabia que merecia este tratamento frio. Meio sem querer, Dulce começou a chorar novamente, soluçando, ela se escorou na parede e foi escorregando até o chão. A ruiva apoiou os cotovelos nos joelhos e colocou as mãos na cabeça, deixando-se chorar.

Seus amigos não sabiam o que tinha acontecido, não sabiam seu estado, se estava sóbria ou bêbada. Essa pessoa na frente deles não era a Dulce que eles conheciam. Todos afastaram os pratos, não tinham mais vontade, nem estômago, para comer. As meninas se olharam por muito tempo, deixando a outra saber de seu medo para se aproximar da garota quebrando em lágrimas e soluços. Os meninos também se olharam. Chris negou veemente com a cabeça que não iria até ela, afinal, desde o soco recebido e, principalmente, por causa do ocorrido do outro dia, ele não falava com Dulce nem sobre pagamento de milhões. Ucker também se recusou. Poncho suspirou e se levantou. Com calma, ele se aproximou da amiga e se sentou ao seu lado. Por meia hora, ninguém falou absolutamente uma palavra sequer. Eles ficaram olhando Dulce chorando e soluçando e, por vezes, olhavam para Poncho, pedindo para ele fazer alguma coisa. Depois dessa meia hora torturante, Dulce parou de chorar e limpou o rosto com a camiseta. Ela, então, respirou fundo e se levantou. Poncho fez o mesmo, mantendo uma distancia segura.

Dulce olhou cada rosto que ela tanto presava, amava, respeitava e idolatrava. Ela teve que conter as lágrimas que ameaçavam voltar. Por fim, ela olhou apenas para Anahi, tentando imaginar o que teria acontecido se ela não tivesse "voltado a si" e batido na loira. Chris seria rapido o suficiente para impedi-la? Ele teria a afastado com rapidez? Any teria se defendido? Ela teria parado alguma hora? E se Chris não estivesse ali? Ela teria matado a loira? Se ela batesse em Any, Chris iria bater nela antes dela fazer mais alguma coisa? Cada resposta para essas perguntas eram muito dolorosas para ela sequer imaginar.

A ruiva respirou fundo novamente e, com a voz fraca e rouca, ela começou a falar, quebrando o silencio constrangedor. "Eu..." Ela limpou a garganta. "Eu queria pedir desculpas pelo que fiz ontem e pelo que venho fazendo nos últimos meses. Sei que não mereço o perdão de vocês e, sinceramente, EU não posso me perdoar. Fiz da minha vida e a de vocês um inferno nos últimos 4 meses. E eu sinto muito por isso. Eu daria qualquer coisa para voltar no tempo e mudar tudo isso." Ela olhou para cada um de novo e parou o olhar em Ucker. "Ucker, sinto muito por ter sido tão insuportável, por ter feito você passar por tudo isso... Por pegar cem reais na sua carteira para comprar cerveja." Ucker olhou-a surpreso, claramente ele não sabia disso. "Bem, me desculpe, eu queria poder mudar isso." Ela olhou para Poncho dessa vez. "Poncho, me desculpe por ter feito você ficar de "babá", por ter que perder horas dos seus dias para ir atrás de mim, por ter feito você se preocupar, porque eu não mereço sua preocupação, eu não mereço você como amigo, não mereço mesmo! Me desculpa por ter feito você limpar minhas bagunças, por ter te xingado, por ser tão... insuportável e agressiva e temperamental! Eu sinto muito, Poncho!" Ela começou a chorar novamente, mas não parou, ela olhou para May, que também estava chorando. "May..." Sua voz falhou e ela teve que respirar fundo de novo. "May, eu sinto tanto por ter feito você sofrer. Eu não mereço você, May! Eu não mereço nenhum de vocês na minha vida! Eu queria que tudo tivesse sido diferente. Meu Deus, você tem medo de mim!" A ruiva exclamou, apontando para a amiga. "Eu nunca pensei que você teria medo de mim, May. E eu sinto tanto a sua falta, das nossas conversas, de assistir um filme, de bagunçar sua cozinha enquanto você cozinha, você odiava quando eu fazia isso." May riu levemente entre as lágrimas e concordou veemente. "E eu sei que se isso tudo não acontece hoje é por minha culpa. Culpa do que eu me transformei. Me desculpa, May, por favor!" Dulce olhou para Chris e começou a chorar mais. "Chris... Me desculpa por tudo, pelo soco, por destruir nossos fins de semana em família, por ter te irritado, por ter te xingado, por ter arruinado a confiança que você tinha comigo, por tudo, tudo, tudo, o que fiz, o que me tornei. Sinto muito mesmo! Sei que você pode nunca me perdoar e eu não te culpo por isso, pode nunca mais voltar a confiar em mim e eu tenho que te dar razão. Mas você é meu melhor amigo e eu estraguei tudo. Me desculpa."

Todos ficaram em silencio, sem saber o que dizer. Todavia, Dulce também não deu tempo para ninguém falar. Ela sabia que se parasse não ia mais ter coragem de continuar.

"Any, eu não tenho palavras para dizer o quanto eu me arrependo pelo que fiz. E não falo só de ontem. Falo dos últimos meses. Falo das noites em claro que você passou cuidando de mim porque eu tava passando mal, segurando meu cabelo enquanto eu vomitava... Por ter vomitado na sua blusa favorita." Any sorriu um pouco, deixando as lágrimas descerem também. "Prometo que compro outra. Mas, enfim, eu queria dizer o quanto sinto por tudo o que fiz você passar, por você ter que me aturar quando até eu me odiava, por ter sido um encosto pra você. Eu não mereço gostar de você! Eu não sou digna de estar com esse anjo que você é! Depois de tudo o que fiz, não suporto nem mais me olhar no espelho. E eu sinto tanto por ter me tornado isso. Por ter me rendido ao vicio. O que mais me arrependo é ter te machucado, não só física, mas emocionalmente também. Sinto muito pelo que fiz ontem, daria minha vida para mudar isso. Eu te amo tanto e... Fiz aquilo num momento de raiva, mas isso não é justificativa! Eu te amo demais, Anahi, e eu me arrependo de cada momento dos últimos meses, de cada coisa que eu te falei que possa ter te machucado, de cada ação que eu fiz que possa ter te magoado... Por ter te levantado a mão. Me desculpa."

Dulce respirou fundo e limpou as lágrimas de novo, quando voltou a falar olhou para todos. "Tenho sido despresível e tenho minha vida no ralo. Como já disse, sinto muito mesmo, quero que me perdoem, mas vou entender se não puderem fazer isso. Arruinei minha vida e tenho destruído a de vocês também e por isso eu nunca vou me perdoar... Eu preciso de ajuda."

Um novo silêncio constrangedor se seguiu. Dulce estava conformada que seus amigos não queriam nem mais vê-la. Mas Poncho finalmente se pronunciou. Ele abraçou Dulce, que ficou surpresa, e beijou o topo de sua cabeça. "Já era hora, ruivinha."

Eles se separaram e Dulce sorriu agradecida. Dessa vez seu rosto se molhava com lágrimas de alegria. O próximo foi Ucker. Ele a abraçou também e rodou-a no ar algumas vezes. "É assim que se fala, chata!"

May fora a próxima a abraçá-la e sussurrou no seu ouvido. "Você estava errada. Você merece a gente, porque você é maravilhosa. Eu te amo, Dul."

Dulce sorriu e beijou sua bochecha. "Desculpa, May."

"Já está desculpada." May declarou, beijando sua mão. "Mas só se você começar a fazer tudo aquilo que a gente fazia de novo... menos bagunçar minha cozinha!"

Dulce riu e beijou sua bochecha novamente. "Não posso prometer."

May riu também e deu espaço para Dulce olhar os outros dois que sobraram. Chris ainda não havia se mexido e estava com o rosto aparentando raiva. Any estava limpando as lágrimas na toalha da mesa, para desespero de May. A loira levantou, derrubando a cadeira, e correu até Dul. Ela passou as pernas pela sua cintura e escondeu o rosto no seu pescoço, chorando ainda mais. O abraço durou longos minutos. Ambas choravam muito. Any pulou de seu colo e ficou de pé. Dulce sorriu e limpou delicadamente as lágrimas do rosto da loira, como se ela fosse quebrar caso fizesse algum movimento brusco. Hesitando, Dul, ainda delicadamente, passou a mão no pescoço da loira.

"Dul..." Any sussurrou, preocupada.

"Você está com medo?" Dulce perguntou assustada.

"Não!" Anahi respondeu rapidamente. "É que eu só não acho uma boa ideia."

Dulce suspirou. "Eu tenho que ver o que fiz. Tenho que ver o monstro que eu me tornei."

"Você não é um monstro, Dul." Any passou a mão pelo rosto da ruiva, que suspirou e beijou a palma da sua mão.

"Sim eu sou. Para machucar um anjo como você, eu sou a pior pessoa do mundo."

Anahi sorriu. "Estou longe de ser um anjo. Lembra? Dois namorados."

Dulce franziu a testa. "Dois?! Não eram três?!"

"Terminei com o Rodrigo. Não te contei?"

"Deve ter contado, mas não me lembro." A ruiva franziu a testa novamente, depois levantou a sobrancelha com um pequeno sorriso. "O que aconteceu?"

"Ele me pediu em casamento."

Dulce pensou por alguns segundos, depois riu. "Ainda bem que você terminou com ele! Mas não foge do assunto! Deixa eu ver."

Any suspirou e puxou seu cabelo para trás, mostrando seu pescoço. Dulce engasgou de surpresa. Seus dedos estavam, literalmente, marcando o pescoço da loira. Seu pescoço estava com as marcas esxatas dos dedos, a área estava roxa. A ruiva deixou mais algumas lágrimas cairem, não querendo acreditar que havia feito isso. Ela se inclinou e beijou seu pescoço delicadamente, não fazendo nada de força, apenas encostando os lábios, para não machucar ainda mais a loira. Ela se afastou e dessa vez Any secou suas lágrimas.

"Não se preocupe. Já passou." A loira falou.

"Não, não passou!" Dulce exclamou. "Olha o que eu fiz!" Ela apontou para o pescoço da loira. Depois respirou fundo e se afastou, olhando para Chris.

"Procure ajuda, se trate, depois conversamos." Chris falou. Ele se levantou e foi para sua casa, batendo a porta.

"Eu vou falar com ele!" Poncho e Ucker falaram ao mesmo tempo, depois foram atrás de Chris.

Dulce suspirou. "Não posso culpá-lo. Então, quem vai me fazer companhia enquanto eu procuro uma clinica de reabilitação?"

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