Fanfic: RBD La Familia: Loucuras em família *Portiñon, Herroni* - Finalizada | Tema: Rebelde (RBD)

Dulce sorriu quando sentiu a cama afundando levemente. Se virando lentamente, viu Joan brincando com uma fada na mão. “Hey, princesa.”

“Oi, mamãe.” Joan respondeu distraidamente.

“Ah, não vai falar comigo, é?” Dulce brincou, fingindo estar ofendida, cutucando de leve as costelas de Joan, que se contorceu e riu um pouco. “Um ponto fraco aqui, an?”

Joan começou a gargalhar quando Dulce mexeu suas mãos rapidamente pelas suas costelas. A morena tinha um sorriso imenso no rosto e só parou quando Joan começou a ficar sem ar.

“Vai falar comigo agora?”

“Sim!” Joan exclamou com os últimos resquícios de riso.

“Bom. Então, animada com o Natal?”

“Muito! Lá no orfanato o Papai Noel sempre vinha de manhã, ele dizia que era porque queria deixar para nos ver por último. Quando será que ele vai passar aqui?”

“Vamos ter que esperar e ver.”

“A tia May e o tio Poncho não sabem?”

“Eles nunca viram o Papai Noel, dormem demais aqueles dois.”

Joan riu novamente. “Tomara que eu veja o Papai Noel de novo, quero dar um biscoito para ele. E leite.”

Dulce teve que morder o lábio para não rir. Christian odiava leite e ela queria filmar sua reação quando Joan chegasse com um copo de leite para ele tomar. “Que tal fazermos assim: eu fico acordada esperando o Papai Noel e, quando ele chegar, eu venho te acordar.”

“Sério?”

“Uhun. Vou vir correndo.”

Joan sorriu. “Ok. Te amo, mamãe.”

“Também te amo, minha princesa.” Dulce beijou sua testa e sorriu. “Agora, que tal dormir para o Papai Noel vir mais cedo?”

“Tudo bem.” Joan se arrumou na cama e Dulce puxou as cobertas em cima dela, ajeitando com cuidado. “Vou te contar uma história sobre uma princesa que encontra alguém muito importante em sua vida.”

“Quem?”

“Outra princesa.” Dulce sorriu e respirou fundo para começar a história.

Quando Anahi entrou no quarto, Joan já dormia profundamente e Dulce vasculhava o guarda-roupa para pegar o saco de presentes que Christian teria que carregar. Ela quase tinha pena dele, aquilo estava muito pesado, já que praticamente todos os presentes estavam ali.

“Ela já dormiu?”

“Sim, estava cansada de ficar correndo pela casa o dia inteiro.”

Anahi suspirou e acenou em acordo. “Estou mais cansada que ela, tive que correr atrás dela.”

Dulce riu suavemente para não acordar Joan e beijou a testa da esposa enquanto passava por ela arrastando o saco pelo chão. “Então, meu amor, vá descansar um pouco. Vou ajudar Christian a se arrumar e colocar esses presentes em baixo da árvore.”

“Me acorde também, ok? Quero ver a reação dela.”

“Claro.”

Anahi se trocou e deitou com cuidado ao lado de Joan na cama, enquanto Dulce descia as escadas carregando o saco com esforço. Christian estava sentado no sofá, olhando fixamente para a árvore de Natal gigante no canto.

“Ela não parece meio estranha?” Ele perguntou quando ouviu-a descer.

“Não, por quê?”

“Não sei. Parece estranha.” Ele girou a cabeça para o lado e continuou olhando. “Ah, já sei. Esses piscas de baixo.”

“O que têm eles?”

“Parecem um cachorro atropelado, deixa eu arrumar isso.”

Dulce revirou os olhos ao vê-lo arrumando os piscas com cuidado como se fossem se desfazer em suas mãos. “Apenas deixe como está. Você tem que se arrumar. Não quero deixar para muito tarde, senão Joan não vai conseguir dormir de novo.”

“Tudo bem, mas fique sabendo que está me devendo uma.”

“Vou arrumar um namorado bombeiro pra você, está bom assim?” Dulce sorriu e jogou as roupas nele. “Coloque um lençol para fazer a barriga e prenda a touca com essa presilha. Volte aqui que eu te ajudo a colocar a barba.”

Christian foi para o banheiro no andar de baixo e Dulce começou a organizar os presentes embaixo da árvore por ordem de tamanho, depois mudou de ideia e colocou-os separados conforme a quem se destinavam, então arrumou-os em ordem de tamanho de novo e sorriu para o trabalho perfeito de separação e organização.

Maite desceu na sala após conseguir fazer Sebástian dormir e sorriu para a amiga sentada no chão. “Nunca pensei que você fosse uma dessas mães corujas que fingiriam a existência do Papai Noel só para ver a filha feliz.”

Dulce sorriu e deu de ombros, se virando para olhar a amiga. “Espere até Sebástian crescer um pouco para saber quem é o Papai Noel e me diga se não vai fazer exatamente o mesmo.”

“Pode tirar o cavalinho da chuva, não vou me vestir de Papai Noel nunca mais. Pareço ridículo e essa merda coça.”

As duas se viraram para olhar Christian, que voltava pelo corredor e caíram na gargalhada quando viram o amigo com a fantasia. “Você está certo. Você está ridículo.” Dulce falou.

“Estou fazendo isso por você, cala boca.”

“Ok, ok, me desculpa. Foi desnecessário. Muito obrigada, de novo, por estar fazendo isso.”

“Na verdade, é por Joan. As duas calem a boca e me ajudem com isso.” Ele jogou a barba na direção de Maite, que riu novamente e foi até ele. Ficaram uns cinco minutos lutando com a barba de mentira até ela ficar certa no rosto dele. “Essa coisa tem cheiro de coisa velha e empoeirada, não consigo respirar.” Ele reclamou.

“Mas parece um perfeito Papai Noel, dá uma voltinha.” Maite segurou a mão dele e o fez dar uma volta no lugar.

Christian viu o fleche antes que pudesse impedi-lo. “Apaga essa merda.” Ele praticamente rosnou para Dulce, que segurava o celular nas mãos.

“Não. Vou mostrar isso para Joan quando ela fizer 15 anos.”

Ele revirou os olhos. “Espero que esse bombeiro seja muito, mas muito, gostoso mesmo.” Resmungou.

Dulce se levantou e avaliou-o rapidamente. “Perfeito. Agora espere aqui, finja que está arrumando os presentes, mas é melhor não estragar meu trabalho. Quando ouvir Joan descendo, não se vire, ela quer buscar um biscoito antes. Quando ela voltar da cozinha, se vire, dê a risada do Papai Noel e fale algo legal.”

“Certo. Só vá logo, isso pinica.” Ele tentou arrumar a calça, mas acabou desistindo.

Maite sorriu e balançou a cabeça. “Boa sorte.” Ela disse, se inclinando para dar um beijo na bochecha de Dulce. “Acho incrível o que está fazendo.”

“Tecnicamente sou eu que estou fazendo.”

“Cale a boca.” Dulce revirou os olhos. “Obrigada, Tita. Quando for a vez de Sebástian, pode contar comigo.”

“Vou guardar essa fantasia.” Maite brincou. “Boa noite vocês dois. Feliz Natal.”

“Feliz Natal.” Os dois responderam enquanto ela subia as escadas até seu quarto.

“Ok, vou lá buscar Joan. Use seus dotes de ator.”

“Vai ser dez vezes melhor do que se Brad Pitt estivesse no meu lugar.” Christian disse com uma confiança e determinação repentina. “Busque a pequena.”

Dulce subiu as escadas pulando de dois em dois degraus. Abriu a porta devagar e entrou no quarto com passos leves, mesmo sabendo que não faria diferença, pois teria que acordá-las de qualquer jeito. Foi primeiro para o lado onde Anahi estava.

“Amor, acorda.” Os olhos de Anahi vibraram por um segundo antes de se abrirem. Ela esfregou os olhos e Dulce sorriu para a cena. “Christian já está pronto.” Anahi concordou e saiu lentamente da cama, ainda tentando espantar o sono. Ela se enrolou em um roupão grosso por cima do pijama e ficou esperando na porta.

Dulce foi para seu lado então, onde Joan havia tomado conta. Ela sorriu, imaginando que teria dormido no sofá com Christian se não tivesse que acordá-la, porque ela parecia um anjinho. Dulce beijou sua testa. “Princesa, acorda.”

Anahi sorriu carinhosamente para a esposa e sentiu seu coração apertar contra o peito. Ela não tinha ideia de como poderia se apaixonar cada vez mais por aquela mulher perfeita.

“Joan, princesa.” Dulce sacudiu seu ombro levemente. Joan acordou com os olhos nublados de sono e olhou-a confusa. “Papai Noel está aqui.” Dulce falou, sorrindo quando Joan despertou totalmente.

Ela pulou da cama e correu para Anahi, pegando sua mão. “Mamãe, podemos dar biscoitos e leite para o Papai Noel?”

“Claro, querida, vamos lá.” Anahi desceu as escadas com ela, sinalizando para ela ficar em silêncio.

Joan se encolheu contra seu corpo quando passaram por Christian vestido de Papai Noel na sala e foram para a cozinha. “Ele está mesmo aqui.” Ela sussurrou na cozinha.

Anahi sorriu e pegou um copo do armário, depois pegou um pouco de leite na geladeira, se garantindo que era leite do mercado, serviu um pouco e entregou-o para Joan, antes de se abaixar para pegar um pacote de cookies. Ela tirou cinco, sabendo que Christian iria reclamar se ganhasse menos que isso, e entregou-os para Joan também.

“Vamos lá.”

Anahi podia ver sua esposa parada no fim da escada quando voltaram para sala. Tinha um sorriso carinhoso e os braços cruzados, esperando a cena se desenrolar na sua frente. A loira acenou para Joan ir em frente e se juntou à Dulce, descansando a cabeça em seu ombro. Dulce sorriu largamente e passou o braço pelas suas costas, abraçando-a, deixando a mão em seu braço. Ela se inclinou e deu um beijo no topo da cabeça da loira.

“Papai Noel.” Joan chamou baixinho.

Christian se virou, parecendo surpreso e engrossou a voz o máximo que pode para tentar “imitar” a voz do Papai Noel. Dulce tinha que lhe dar créditos, ele sempre fora um grande ator. “Oh, pequena Joan! Você me descobriu de novo, eu vejo!”

Joan sorriu e estendeu as pequenas mãos. “Para você, Papai Noel.”

Christian conteve uma careta quando viu o leite, dando-lhe um sorriso agradecido no lugar. “Muito obrigado, estou morrendo de fome, não consegui descansar nem um minuto desde que comecei a entregar os presentes! Você é uma menina muito gentil!”

“Como você sabia que eu estava aqui?”

“Papai Noel sabe de tudo, querida.” Christian deu sua melhor risada do bom velinho e tomou um gole do leite, franzindo os lábios por trás daquela barba branca e bagunçada. “Além disso, Mamãe Noel sempre me ajuda.”

Joan riu também e sorriu feliz quando viu Papai Noel comendo os cookies que ela havia dado. Depois que Christian acabou com o copo de leite o mais rápido que podia para evitar o gosto por muito tempo e quase engoliu os cookies, Joan avançou e, o surpreendendo, abraçou-o pela perna.

“Obrigada, Papai Noel.”

Christian franziu a testa, mas colocou a mão livre em sua pequena cabeça. “Pelo quê, pequena Joan?”

“Por ter me dado uma família esse ano. Uma família que me ama muito e que eu também amo.” Anahi já podia sentir as lágrimas escorrerem pelas suas bochechas e Dulce mordia o lábio inferior tão forte para tentar impedir as lágrimas que sabia que em breve teria um corte doloroso lá. “O senhor me deu duas mães, que é o dobro do que eu pedi na carta do ano passado. Obrigada. E me deu tios muito legais também. E eu te amo também, Papai Noel.”

Christian teve que engoliu o caroço que subiu em sua garganta e respirar fundo, antes de poder falar qualquer coisa. “Você merece, pequena Joan. E Papai Noel também te ama muito e sabe que toda sua família te ama demais. Suas mães estão muito felizes de ter você com elas e te amam mais do que amam qualquer outra pessoa no mundo. Você é a garotinha delas.”

Joan sorriu e se afastou. “Eu sei. Eu amo elas também. Você devia continuar a entregar os presentes, Papai Noel, não quero que nenhuma criança fique sem presente esse ano.”

Christian apenas acenou com a cabeça, incapaz de falar sem que sua voz falhasse. “Feliz Natal, pequena Joan.” Ele falou quando abriu a porta da frente. O plano inicial era que ele iria subir as escadas para se trocar no banheiro de cima, mas ele precisava de um lugar privado para poder chorar sozinho.

“Feliz Natal, Papai Noel.” Joan respondeu, acenando com a mão em despedida.

Ela se aproximou de Anahi e Dulce, que já estava em lágrimas também. As duas se agacharam e abraçaram Joan com força. “Eu te amo, princesa.” Dulce murmurou, colocando um beijo carinhoso no topo de sua cabeça. “Eu te amo muito.”

Anahi não conseguiu pronunciar uma única palavra, sentindo sua garganta tão fechada que era quase difícil respirar. Ela apenas beijou a testa de Joan e a abraçou com mais força.

Do lado de fora, arrancando aos poucos a fantasia de Papai Noel, estava Christian, com lágrimas escorrendo sem parar pelo seu rosto e soluções atravessando seu corpo em alguns momentos. Dulce não devia nada a ele. Apenas aquilo, aquele olhar de felicidade, aquelas palavras... Isso era o suficiente para ele.