Fanfic: RBD La Familia: Loucuras em família *Portiñon, Herroni* - Finalizada | Tema: Rebelde (RBD)

“Bom, pelo menos colocaram fotos de famílias felizes.” Dulce comentou, passando os olhos pelas dezenas de fotos penduradas nas paredes da sala de espera do consultório. Eram fotos de casais hetero ou homossexuais com uma ou mais crianças e até apenas uma pessoa, com imensos sorrisos e os olhos brilhando espalhadas por todas as paredes. “É estranho que eu ache meio assustador?”

Anahi olhou para sua esposa com uma sobrancelha levantada. “O que é assustador?”

“Todas essas fotos.” Dulce estremeceu um pouco. “Parecem que estão todas olhando para nós, nos avaliando.”

“Não era você que tinha todas as paredes do quarto cobertas com fotos uma vez?”

“Agora eu percebo que pode ter sido meio assustador.” A morena se defendeu, encarando a foto de um casal heterossexual com um bebê nos braços. “Aquela mulher... Ela está me encarando, tenho certeza.”

Anahi revirou os olhos. “Sossegue a periquita, Dulce.”

Dulce olhou-a com um sorriso divertido. “Sério?”

“Eu ouvi Christian falando isso e acabou ficando na minha cabeça.” A loira deu de ombros e voltou a olhar pela revista de moda que segurava nas mãos.

“Podem entrar agora, desculpem a demora, estava dando uma olhada nos exames com bastante cuidado.” O doutor Chasen, ao contrário de seu colega Wayron, não devia ter 35 anos, seus cabelos abundantemente loiros estavam penteados ordenadamente e seu porte atlético chamava um pouco de atenção.

Depois dos cumprimentos iniciais, as duas sentaram nas cadeiras confortáveis no consultório, que estava rodeado por certificados e diplomas, para alívio de Dulce.

“Bom, o básico que precisam, necessariamente, saber sobre a inseminação artificial é que, após escolherem o doador, o esperma dele passará por um processo de seleção, onde vamos descartar os espermatozóides mais fracos para tentarmos ter um melhor sucesso. Mas saibam que as chances da inseminação dar certo na primeira vez é de 20%, por isso, não criem tantas esperanças. De qualquer forma, Anahi, você irá tomar medicamentos diários para induzir a ovulação e vamos acompanhar periodicamente seu progresso. Assim que os folículos, onde ficam os óvulos, estiverem estimulados, vamos te dar outro medicamento, que vai facilitar na liberação dos óvulos. Quando estiver ovulando, finalmente, marcaremos a implantação dos espermatozóides.”

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“O que acha desse?” Anahi perguntou, levantando o papel sobre seu ombro.

Dulce abaixou o fogo e virou-se para ler o papel que a loira mostrava para ela. “Loiro, olhos verdes, porte atlético, nenhum caso de doença genética na família, nem doenças cardíacas. Se formou em NYU com bolsa em futebol americano.” Ela sussurrou para si mesma, antes de balançar a cabeça. “Não. Parece ser um daqueles jogadores que ficava brincando com o coração das lideres de torcida.”

Anahi revirou os olhos. “Você não vai achar o homem perfeito aqui no meio, Dulce. Foi legal da parte do doutor Chasen quebrar as regras e deixar que nós trouxéssemos os formulários dos candidatos dos possíveis pais dos nossos filhos.” Ela comentou, enquanto colocava o papel sobre a pilha dos descartados. “É bem melhor escolher na privacidade de casa do que ter que olhar no consultório. Sabe que horas Christian chega?”

“Ele disse que vai levar Joan jantar fora e iria trazê-la até as nove e meia no máximo.” Dulce desligou o fogão e usou a colher que segurava para provar o molho que estava fazendo. “Nossa janta está pronta.”

Enquanto comiam o macarrão que Dulce havia feito, as duas mulheres liam os diversos formulários de doadores de esperma, analisando todos os homens com cuidado.

“Eu ainda acho que deveria ser parecido com você. Assim nosso filho vai ser um pouco como nós duas.”

“Não me importo se ele for parecido comigo ou não. Ele nunca vai ser, na verdade, meu DNA não vai estar aí no meio. Eu vou ficar mais do que feliz se ele for parecido com você, no entanto.” Dulce sorriu e segurou a mão da loira, colocando um beijo suave em seu pulso. “Espero que ele tenha seus olhos.”

Anahi corou um pouco e pegou o próximo formulário. “Estamos quase no fim. Olha esse. Caucasiano, moreno, cabelos meio cacheados, olhos azuis escuro, queixo quadrado, nariz fino. Bom, essa está bem detalhada, já gosto dele. Com covinhas. Praticava futebol e basquete, mas adora ler acima de tudo. Entrou em Harvard, na escola de direito, onde praticou golfe. Se formou como o segundo melhor da turma e iniciou a faculdade de artes dramáticas, porque ama peças de teatro.”

Dulce pensou por alguns segundos, então sorriu. “Parece perfeito. Um gênio bonito. Um nerd maneiro.”

A loira revirou os olhos e iniciou uma nova pilha de papéis, que ela intitulou como ‘sim’ em sua cabeça. Elas leram os últimos quinze formulários restantes, mas não acharam mais nenhum que as interessasse para aquele homem que elas jamais iriam saber quem é. Elas não precisavam, na verdade, porque já estavam agradecidas à aquele estranho sem nunca o terem visto e com a certeza de que nunca o encontrarão.