Fanfic: RBD La Familia: Loucuras em família *Portiñon, Herroni* - Finalizada | Tema: Rebelde (RBD)

Dulce esperou pacientemente dentro do carro, escutando a nova música da Rihanna e batendo os dedos no volante ao ritmo da bateria ao fundo. Ela observou as diversas crianças correndo e as professoras correndo atrás dela no parquinho da escola. Era a turma mais jovem, entre quatro a cinco anos. Ela sabia que Joan estava em uma das salas de aula agora, porque havia olhado o horário da filha quando o pegou na secretaria. Provavelmente estava tendo alguma aula chata de qual a diferença entre maiúscula e minúscula e escrevendo no pequeno caderno de caligrafia, passando por cima da letra da professora.

Dulce, honestamente, odiou os primeiros anos na escola. A primeira e segunda série foram terríveis com ela. Ela nunca conseguia escrever com apenas um tipo de letra, sempre acabava misturando tudo no meio, e seus textos pareciam ridículos, mesmo para o nível de crianças de sete e oito anos. E as contas de matemáticas pareciam muito complicadas para sua mente em desenvolvimento, principalmente a divisão.

Mas Joan era bastante esperta. Ela tinha aulas no orfanato antes e já sabia mais do que a maioria, com certeza mais do que Dulce em sua época de primeira série. Seu caderno de matemática era completo, com todas as contas feitas, a maioria corretamente, seu caderno de inglês era ordenado e as letras pareciam praticamente legíveis na maioria das vezes. Seu passatempo favorito, além de assistir filmes da Tinker Bell, era escrever no seu caderno de caligrafia. Dulce e Anahi, muitas vezes, escreviam palavras aleatórias nas linhas pontilhadas do caderno para Joan passar seu lápis por cima delas depois e tentar imitar a letra de suas mães do lado.

Joan sabia escrever seu nome completo e aprendeu com relativa facilidade a soletrar seu sobrenome meio complicado. Joan Marie Portilla-Saviñon enfeitava duas ou três páginas de seu pequeno caderno, na letra desenhada de Anahi, que ajudou-a a aprender escrever o sobrenome de suas mães. Joan, entretanto, ainda achava certa dificuldade para falar o nome de seu tio C corretamente, para ela, eram tantos nomes, que poderia simplesmente nomear cinco de seus amigos só com o nome de seu tio.

Dulce sempre odiou matemática, por isso ela e Anahi se dividiram para ajudar Joan com as atividades de casa. Anahi ajudava-a com matemática e geografia, que era apenas o básico, para sua sorte, porque ela nunca aprendeu nada naquela matéria. Dulce ajudava-a com inglês, porque havia feito um curso completo com Maite alguns anos atrás e sabia das regras mais do que Anahi, e história, porque era sua matéria favorita na escola, apesar de odiar a matéria básica que Joan aprendia. Ambas a ensinavam espanhol também, porque era sua língua oficial e era importante que Joan fosse bilíngue desde pequena. Em casa, elas falavam em espanhol e, quando Joan não entendia algo, elas traduziam para o inglês. Claro que, sendo o pequeno gênio que era, Joan já era quase fluente em espanhol.

Dulce deu um suspiro de alívio quando ouviu o sinal da escola tocar e as crianças começarem a correr para fora. Já fazia meia hora que esperava ali na frente depois de deixar Christian em casa. Dulce saiu do carro e se escorou na porta, esperando Joan sair.

Como sempre, Joan saiu com sua turma em uma fila ordenada, mas a morena tinha certeza que aquilo iria mudar no próximo ano. Você simplesmente não consegue segurar crianças de oito anos loucas para ir para casa. Assim que a viu, Joan sorriu e correu para ela. Dulce se agachou e abriu os braços, abraçando-a com força.

“Oi, princesa.” Dulce beijou o topo de sua cabeça. “Como foi a escola hoje?”

“Foi muito legal. A senhora Mey pediu que eu ensinasse umas palavras em espanhol para meus colegas.”

Dulce sorriu, erguendo-se quando seu joelho começou a protestas, com Joan no colo. Como era seu ritual quando a buscava na escola, Dulce começou a andar para o parque na próxima esquina, onde elas dividiam um sorvete de chocolate. “O que você ensinou para eles?”

“Amor, paz, cachorro, rua e diversão!” Joan exclamou animada. “O Pedro não conseguia falar rua direito, então eu tive que dizer para ele o que mamãe disse para mim quando eu não conseguia falar também. Aí ele conseguiu.”

Dulce apenas balançou a cabeça, tentando imaginar se havia uma criança mais fofa que Joan no mundo. Elas pararam na pequena barraca do homem, que já as conhecia e logo abriu um sorriso. Sem perguntar o que queria, começou a preparar o cascão de chocolate com cobertura de morango e granulado.

“Como foi hoje na escola, pequena?” Ele perguntou enquanto ligava a máquina.

“Foi ótima! Senhor João, o senhor sabe falar rua em espanhol?”

“Sabe que eu não sei, não.” Ele entregou o sorvete para Dulce, que lhe pagou e ainda deu-lhe uma boa gorjeta.

“É calle!” Joan exclamou feliz.

“Olha só, não é que você é muito inteligente?” João brincou rindo.

“Diga tchau para o senhor João, ok? Mamãe está nos esperando em casa.”

“Tchau, senhor João.” Joan acenou.

“Tchau, senhor, obrigada.” Dulce se despediu, entregando o sorvete para a filha, que logo começou a comer com a colherzinha rosa.

“Mamãe está melhor?” Joan perguntou quando chegaram ao carro.

Dulce desativou o alarme e abriu a porta traseira, ajudando Joan a subir na cadeirinha e a prendendo com o cinto, antes de entrar no banco do motorista e ligar o carro. “Está, sim, princesa. Ela disse que queria comer fora hoje. Onde acha que devemos ir?”

Joan pensou por alguns segundos, então sorriu. “PIZZA!”

Dulce riu e acenou em acordo. “Por algum motivo eu sabia que você ia falar isso, por isso já avisei sua mãe para ela se arrumar. Sabe como sua mãe demora.”

Joan acenou distraidamente, muito concentrada em seu sorvete derretendo em seus dedos. “Podemos ir naquela pizzaria que o tio Chris me levou?”

“Claro.” Dulce sabia que teria que chegar em casa e perguntar para Christian onde era a pizzaria, pois Joan não saberia explicar, mas concordou do mesmo jeito.

O resto do caminho foi feito com Joan contando alguma história sobre seus colegas e Dulce acenando em acordo nas horas certas. A mulher estacionou o carro do lado de fora da garagem, sabendo que não demorariam muito para sair e ajudou Joan a descer do carro, segurando o resto do sorvete que ela não havia conseguido comer.

Dulce seguiu Joan, que corria para a porta da frente, enquanto comia o resto do sorvete. Joan estava impaciente, pois a porta estava fechada, então Dulce sorriu enquanto colocava a chave na fechadura e a empurrava para a garota poder entrar correndo como um foguete.

“MAMÃE!” Ela gritou.

“Sem correr, Joan.” Dulce lembrou-a, fechando a porta atrás de si.

Ela seguiu o rastro de sua filha, que era exatamente como ela quando chegava em casa. A mochila ficava jogada ao lado da porta, o casaco fica alguns metros depois, os sapatos jogados pela sala. Seu trilho levou para a cozinha, onde Anahi tomava uma xícara de chá quente.

Joan já estava sentada em seu colo, contando sobre sua aventura em ensinar algumas palavras em espanhol para os amigos. Anahi parecia bastante impressionada e seu sorriso sincero esquentou o coração de Dulce, que observou a cena com os olhos brilhando de adoração.

Depois que Joan terminou sua história, Anahi beijou sua bochecha e lhe deu um abraço apertado. “Estou orgulhosa de você, meu amor. Mas você levou suas coisas para o quarto?” Quando Joan fez uma pausa muito longa, Anahi balançou a cabeça com um leve sorriso. “Junte suas coisas e vá tomar banho, ok? Mamãe já leva a toalha para você.”

“Posso escolher minha roupa hoje?”

“É claro.”

Joan pulou de seu colo e voltou para a sala, onde Dulce manteve um olhar atento enquanto ela juntava seus sapatos, o casaco e a mochila e subia para seu quarto com os braços cheios. Ela balançou a cabeça, sabendo que era bem mais fácil simplesmente chegar e fazer isso antes de ficar muito difícil, mas ela não podia falar nada, pois fazia a mesma coisa quando chegava de viagens.

Quando Joan desapareceu no topo da escada, Dulce entrou na cozinha totalmente e se inclinou para dar uma sequência de selinhos em Anahi. “Oi, amor.” Falou, antes de ir até a pia para lavar a mão por causa do sorvete meio derretido.

“Como foi com Christian?” Anahi pediu, pegando sua xícara e tomando um longo gole, voltando a olhar a revista de moda que estava na mesa.

“Ótimo. Não tão emocionante quanto ensinar outras vinte crianças a falar espanhol, mas ótimo. Você sabe que ele é um babaca, mas é impossível não se divertir com ele.” Dulce deu de ombros e colocou a mão no bolso discretamente, querendo ter certeza que o saquinho com os pingentes que havia comprado ainda estavam ali. “Ah, fomos na sua loja quando estávamos voltando para a casa dele. Eu peguei uns papéis que você tem que dar uma olhada, mas acabei esquecendo no carro, depois eu te dou. Maria estava lá, ela disse que você está sumida.”

Anahi suspirou. “Não sinto vontade de aparecer por lá, pelo menos, não por enquanto. Se eu aparecer, vou ter que responder muitas perguntas, acho melhor continuar assim. Ela gerencia, eu desenho e assino os papéis.”

“Tudo que quiser.” Dulce se inclinou para beijar o topo de sua cabeça enquanto passava. “Vou levar a toalha para Joan e tomar meu próprio banho. Vou deixar você se arrumar por último, porque, bem...”

Anahi revirou os olhos. “Vai logo e para de falar que eu demoro para me arrumar.”

“Apenas falo verdades.” A morena sorriu.

“Vai!”