Fanfic: RBD La Familia: Loucuras em família *Portiñon, Herroni* - Finalizada | Tema: Rebelde (RBD)

“O que pensa que está fazendo?” Dulce perguntou, dando um passo para o lado e fazendo com que Anahi batesse no balcão.

A loira franziu a testa. “Ãn... Te abraçando?”

Dulce deu uma risada zombeteira, enchendo uma xícara com o chá que havia feito. “Bela tentativa.”

Anahi observou sua esposa sentar na mesa e pegar o jornal do dia, indo direto para a parte dos quadrinhos. “Estou um pouco confusa.”

“É claro que está.” Dulce dobrou o jornal cuidadosamente e se virou para Anahi com um olhar sério. “Eu estou brava com você. O que significa que você não pode chegar a menos que dois metros de mim.” Ela virou para a mesa de novo e voltou a tomar o chá e ler os quadrinhos.

“Mas ontem a noite...”

“Primeiro de tudo: sexo não significa perdão. E segundo... Eu ainda estou profundamente magoada, o que me deixou brava. Então...”

Anahi fez uma careta. “Eu disse que...”

“Primeiro de tudo: sexo não significa perdão.” Dulce repetiu com um suspiro exasperado. “E eu sei o que você falou. E isso não mudou o fato que eu ainda estou profundamente magoada, o que me deixou brava. Entendeu?”

“E o que diabos eu deveria fazer para...”

“Que eu te perdoe? Bem... não consigo pensar em nada no momento, porque ainda estou profundamente magoada, o que me deixou brava. Mas eu vou te informar assim que descobrir.” Dulce levantou, jogando o jornal na mesa.

“Você vai continuar...”

“Completando suas frases? Sim. No momento estou brava, o que me leva a um estado de espírito de não querer ouvir sua voz mais do que o necessário.” A morena lhe deu um sorriso sarcástico. “Tenha um bom dia. JOAN!”

“Peraí, onde você...”

“Vai?” Anahi revirou os olhos. “Não faça isso, você sabe que eu tenho razão. E eu vou levar Joan almoçar fora, depois para a escola e depois vou sair com Christian.”

“E o que eu...”

“Vai comer? Não sei, tem miojo ali em baixo e comida pronta na geladeira, também tem pão.”

“Eu ia dizer: o que eu vou fazer?”

Dulce suspirou e deu de ombros. “Não se pode acertar todas, certo? E quanto à isso, não sei, faça o que quiser.”

“Eu quero ir com você, então podemos conversar.”

Dulce fez uma careta e balançou a cabeça. “Tudo menos isso, foi isso que eu quis dizer. Tudo, menos ir comigo... Ou ficar a menos de dois metros de mim. No momento, pelas minhas contas, você está a um metro e cinquenta, eu vou deixar passar, mas que não se repita.”

“Você tem que estar brincando comigo.” Anahi bufou.

“Eu estou sorrindo?”

“Não.”

“É porque não estou feliz. E se não estou feliz, não estou brincando. Até mais.”

Joan desceu as escadas correndo e pulou no colo de Dulce com uma risada alegre. “Aonde vamos, mãe?”

“Você que escolhe.” Dulce sorriu, fazendo um malabarismo para pegar as chaves do carro e continuar segurando Joan.

A menina ficou pensativa por alguns segundos, então sorriu animadamente. “Sushi!”

A morena acenou em acordo, apesar de saber que Joan, na verdade, comeria algum tipo de macarrão que tivesse por lá. Não que ela fosse contra, porque dar peixe cru para sua filha de 7 anos pode não ser uma boa ideia na maioria das vezes.

“Mamãe, você não vem?” Joan pediu, estendendo seus braços para Anahi, que abriu um sorriso convencido para Dulce.

“Mamãe tem que trabalhar, princesa.” O sorriso de Joan sumiu rapidamente e ela se aconchegou ainda mais contra Dulce. O coração de Anahi se contorceu dolorosamente à visão de sua filha triste. “Mas tenho certeza que podemos fazer algo na janta.” Dulce completou depois de alguns segundos.

Joan sorriu novamente e beijou a bochecha de Dulce, antes de acenar para Anahi. “Até depois, mamãe.”

Xxxxxxxxxxxxxxxxxx

“Vou deixar bastante claro que só estou fazendo isso por Joan.” Dulce murmurou enquanto mexia o molho na panela.

Anahi suspirou e andou até Dulce, se escorando no balcão ao lado dela. “Por que está assim?”

“A culpa é sua, sabe.”

“Você sabe que eu me expressei de forma errada, eu nunca quis dizer nada daquilo.”

“Bom, espero que isso sirva de lição para você escolher suas palavras melhor da próxima vez.”

“Não vai haver próxima vez, você sabe que eu odeio ficar brigada com você.”

Isso fez Dulce rir verdadeiramente pela primeira vez no dia. Ela diminuiu o fogo e se virou para Anahi com um sorriso divertido. “Está falando sério? Está dizendo que nunca mais vamos brigar? Por favor, Anahi, todo mundo sabe que um dia vamos nos matar.” Ela riu novamente. “Somos quase o oposto, Anahi, é impossível não brigar.”

“Ok, não vamos mais brigar nessa proporção. Apenas discussões básicas.” Anahi se corrigiu suspirando. “Eu sinto falta de te abraçar.”

O sorriso de Dulce sumiu e ela se virou para o fogão novamente. “Abrace seus contratos ou seu microfone, eu não me importo.”

“É claro que se importa, senão não estaria assim.”

“É, eu me importo, sim! E sabe por que, Anahi? Por que você não é simplesmente uma transa qualquer que eu peguei em um bar. Eu me importo porque você é a minha esposa! É a mãe da minha filha, é o amor da minha vida e é minha alma gêmea! É por isso que me importo! Então, sinto muito se estou exagerando, mas eu não quero ser a segunda opção na sua vida!” Dulce estava quase jogando a panela longe por causa da raiva que usava para mexer o molho.

Anahi suspirou e afastou uma mecha do cabelo de Dulce de seu rosto, que escapara de seu rabo de cavalo bagunçado. “Eu nunca disse que é a segunda opção.”

“Eu acho que eu podia ler isso nas entrelinhas.” A morena bufou.

“Você sabe que não há nada lá. Eu realmente sinto muito que aqueles contratos pareceram minha primeira escolha para você, mas eles não são. E nunca vão ser. Porque você falou certo, Dulce, eu sou sua esposa. E você é minha alma gêmea, o amor da minha vida, e eu nunca iria trocar a felicidade que sinto a todo segundo quando estou ao seu lado, por uma felicidade de duas horas em cima de um palco. Eu acho que você interpretou aqueles contratos errado. Eu assinei eles antes de começar o tratamento, antes mesmo de irmos atrás das coisas. E eu ainda fiz questão de colocar uma cláusula onde ele seria anulado caso o tratamento desse certo. Se desse errado eu não iria te abandonar, como você falou, eu iria quebrar o contrato e pagar a multa por isso e enfrentar o processo. Mas eu não iria te deixar.” Anahi abraçou a morena por trás e beijou seu ombro. “Eu nunca iria te deixar.”

“Isso é menos que dois metros.” Dulce sussurrou.

“Eu te amo.”

“Anahi... Isso é menos que dois metros.”

“Eu te amo.”

“Dois metros.”

“Eu te amo.”

“Você precisa dar uns quinze passos para trás agora.”

“Eu te amo.”

Dulce podia sentir sua determinação deixar seu corpo lentamente. “Eu ainda estou brava.”

“Eu te amo.”

“E eu preciso de espaço, ou vou jogar esse molho idiota em você.”

“Eu te amo.”

Dulce suspirou e se esquivou dos braços de Anahi. “Eu.Estou.Brava.Com.Você.” Falou lentamente, como se se dirigisse a uma pessoa com sérios problemas de entendimento. “Pode falar que me ama quantas vezes quiser, eu não duvido disso. Mas eu.estou.brava.com.você.” Ela balançou a cabeça. “Vá chamar Joan, o macarrão está pronto.”

Xxxxxxxxxxxxxxxxxx

“O que pensa que está fazendo?” Anahi estremecer ao lembrar que era a segunda vez que ouvia aquela frase.

“Deitando?”

Dulce estreitou os olhos. “Tudo bem, pode dormir na cama. Mas isso é apenas para o caso de Joan ter um pesadelo e quiser dormir aqui, ela não precisa saber que eu.estou.brava.com.você.”

“Eu acho que já entendi isso.” Anahi revirou os olhos.

A morena ergueu uma sobrancelha. “Quer que eu reconsidere onde você vai dormir?”

Anahi suspirou. “Desculpa.”

“Ótimo.” Dulce foi até o banheiro.

A loira passou a mãos pelos cabelos e se jogou na cama, encarando o teto. “Serão dias longos...”