Fanfic: RBD La Familia: Loucuras em família *Portiñon, Herroni* - Finalizada | Tema: Rebelde (RBD)

“E agora esperamos...” Dulce comentou assim que passou pela porta da frente.

Anahi concordou com a cabeça. “Christian vai demorar para chegar com Joan?”

“Ele disse que ela podia dormir na casa dele, Joan disse que queria. Eu sei que ela só concordou porque Christian dá doce para ela até tarde da noite, mas quem vai sofrer com sua hiperatividade influenciada pelo açúcar é ele.” Dulce deu de ombros. “Christian disse que vai levá-la para a escola, mas depois é por nossa conta. Ele não é um padrinho tão bom assim. Não sei se eu fico feliz ou triste por ele ter decidido que estava muito solitário e que precisava se mudar para mais perto da gente.”

“Ele é seu melhor amigo, eu sei que você está feliz.” Anahi terminou a frase no meio de um bocejo.

“Você deveria descansar.” Dulce falou, beijando sua bochecha. “Vá para o quarto, eu quero comer alguma coisa antes de dormir.”

“Tudo bem.”

Dulce observou a loira subir as escadas, antes de ir para a cozinha e começar a mexer nos armários para encontrar algo fácil de fazer. Acabou optando por um macarrão instantâneo. Ela sabia que essas seriam as duas semanas mais longas de sua vida, e que corria um sério risco de ficar louca antes de poderem fazer o teste de gravidez, mas que teria que aguentar.

Elas haviam combinado que não falariam nada para Joan até que tivessem o resultado do exame e, se desse negativo, ela continuaria sem saber porquê passava tanto tempo com o tio Chris nos últimos meses. Ela podia ser muito esperta e saber mais que a maioria das crianças, mas dar falsas esperanças não era algo que elas queriam fazer, muito menos passar horas explicando sobre como o processo de inseminação funciona e porque dá errado às vezes.

Naquele momento, apenas seus amigos e os pais de Anahi sabiam. As irmãs de Dulce haviam se afastado de novo depois de alguns meses sem contato e não havia tentando refazer sua relação novamente. Dulce sentia falta delas, claro, mas sabia que sua mãe estava por trás do sumiço de suas irmãs de novo. E depois que seu pai morreu, Dulce quase não mantinha contato com o resto de sua família.

A morte de seu pai foi avassaladora. Dulce não podia sair do quarto por dias depois que recebeu a notícia e não conseguiu ficar no enterro o tempo inteiro, tendo que sair várias vezes para respirar fundo e tentar controlar as lágrimas. Sua mãe, por sorte, não apareceu, senão ela tinha certeza que teria sido muito pior.

Apesar dos contatos semanais com Andy, elas haviam mantido segredo dela também. Depois que Andy e Serena se casaram, quase dois anos atrás, elas se mudaram para a capital americana e as visitas eram quase inexistentes por causa do trabalho. Mesmo assim, pelo menos uma vez por semana, elas se telefonavam e mantinham as coisas em ordem.

Dulce sabia que, assim que contasse para sua prima da tentativa de aumentar a família, Andy largaria tudo e apareceria na porta delas com balões e champanhe, ou cerveja, dependendo de seu humor. Serena seria deixada para trás com todo o trabalho dela para fazer e Andy ficaria festando e fazendo piadas com elas. Foi assim quando soube de Joan e outras vinte vezes que elas haviam dado uma notícia particularmente interessante.

Sua prima não era a melhor esposa, Dulce sabia disso, e também sabia que seu casamento estava por um fio por causa das cargas horárias do trabalho de ambas. Ela só esperava que Andy desse um jeito nisso antes que fosse tarde demais, porque ela podia ver nos olhos de Andy que ela amava Serena.

O que ainda surpreendia a morena era o namoro de Christopher com Fabiola. Ela tinha certeza que aquilo não iria durar muito tempo, mas já durava quase seis meses. Christopher ligava sempre que possível e, em uma de suas atualizações, ele disse que os filhos de Fabiola o adoravam, mas ela podia ouvir pela sua voz que ele não estava tão feliz com esse fato. Christopher nunca foi bom com crianças. Na verdade, as crianças, principalmente os meninos, o adoravam, porque ele podia jogar futebol por horas e praticava alguns esportes radicais, mas Christopher nunca adorou as crianças. Ele preferia manter uma distancia segura. Ele meio que se apavorava com a perspectiva de ter uma criança sobre seus cuidados.

Com Joan e Sebástian ele era meio diferente, brincava, segurava, abraçava e carregava, mas nunca por tempo suficiente para criar um vínculo inquebrável ou causar uma mudança em seu comportamento.

Dulce esperava que ele encontrasse a felicidade e o amor logo, mas sabia que ele ficaria preso com Fabiola por um longo tempo, até ter coragem de terminar tudo. Ele apenas não entendia que, quanto mais tempo demorasse, pior seria no fim.

Dulce podia não ser a melhor pessoa para dizer tudo aquilo, mas seus amigos amadureceram nos últimos anos. Filhos, família, mudanças, relacionamentos. Era tudo novo, com nova perspectiva, com novos motivos, com novos significados. Ela sabia, porque também passou por aquilo. De repente, o significado de ter um relacionamento mudou, o significado de encontrar uma casa e morar lá mudou, o significado de filhos mudou quando ela se viu tendo que criar sua filha e ser responsável por alguém.

Christian podia estar decepcionado com o amor e todo o resto, mas ela sabia que ele ainda sonhava com seu príncipe azul em um cavalo branco usando uma armadura brilhante. E Dulce não podia desejar outra coisa para ele, porque se havia alguém no mundo que merecia encontrar a felicidade era Christian. Depois de todas as vezes que ele a fez rir, que a alegrou, que deixou-a desabafar e a abraçou enquanto isso, ela apenas desejava que ele encontrasse alguém que fizesse o mesmo com ele.

Deixar Adam impune por sua traição foi seu maior erro, pelo seu ver. Dulce se culpava por não ter pego o primeiro avião e aparecido na casa de seu primo para lhe dar a surra que merecia por ter ferido seu melhor amigo, seu irmão. Porém, ela tentou se controlar e deixou Adam livre. Mas sua relação com o primo nunca voltou a ser a mesma. Ninguém tinha dúvidas sobre sua opinião sobre traição e quem a comete. E Adam não era uma exceção.

Dulce apenas esperava que o possível bebê, que provavelmente ainda era um espermatozóide lutando para chegar nos óvulos de sua esposa, vivesse com seus amigos e visse o melhor deles. Visse o quanto eram incríveis, como ela via. E soubesse que ele seria tão amado quanto os que vieram antes e os que viriam depois.

Um capítulo sentimental para vocês, porque na minha cidade está chovendo e está frio e o clima é para emoções sentimentais kkkkk