Fanfic: RBD La Familia: Loucuras em família *Portiñon, Herroni* - Finalizada | Tema: Rebelde (RBD)

Maite Perroni Herrera

►09 de março de 1983

†24 de novembro de 2070

Maite sempre gostou de classificar as coisas. Seu guarda-roupa sempre foi dividido por cores e as toalhas eram separadas por tipo de estampa. Ela classificou sua vida como “acima das expectativas” e “melhor que a média”, mas nunca conseguiu ir além disso por não existir quaisquer outras expressões para explicar o quanto sua vida valeu a pena.

Teve o amor de sua vida, o homem perfeito, construiu sua família e realizou todos os seus sonhos. Inclusive o de conhecer seus bisnetos. Viveu seu auge por décadas e não apenas por alguns anos. Seu auge não era ter força e conseguir fazer as coisas sem dificuldade. Seu auge, como ela mesma classificou, foi viver sua vida de verdade a cada dia. Foi acordar todos os dias com seu marido e receber seu sonolento ‘bom dia’ e ouvir primeiro a sua voz. Foi ver seus filhos sorrindo enquanto comiam e ouvi-los comentar sobre as coisas que fizeram durante o dia. Foi ver cada um deles crescer e se tornarem adultos excepcionais e ter absoluta certeza que fez um bom trabalho como mãe.

Quando seu companheiro de décadas faleceu, ela ficou arrasada. As cinzas de Poncho permaneceram no quarto, no seu antigo criado mudo. Ele ainda era a primeira coisa que ela via pela manhã. Apenas seu sorriso havia se tornado mais triste. Sua voz ela não ouvia mais.

Ao contrário do que todos pensavam, Maite lidou bem com o falecimento do marido. É claro, chorou por semanas e ficou devastada, mas se recuperou mais rápido do que esperavam. No fim, foi a última de seu grupo a ficar viva. Sempre pensou como Christopher foi muito cedo e muito repentinamente. Como Dulce não tivera as chances que merecia para viver tudo que queria. Como Anahi desistiu de viver uma vida sem a esposa. Como Christian nunca mais foi o mesmo depois que Matt faleceu. Ela não queria sofrer como eles. Queria viver o máximo que podia, mesmo sozinha.

Sua morte foi bem tranquila, apesar das circunstancias. Os médicos dizem que morreu de velhice, seus filhos acham que ela simplesmente viveu tudo que queria viver e partiu. Foi súbito, uma embolia pulmonar e ela já não estava mais no mundo dos vivos.

Suas cinzas foram misturadas ao do marido e eles permaneceram juntos mesmo após o fim. Se pudesse dizer algo, Maite iria falar que ela romântico e iria agradecer à Sebástian pela brilhante ideia. Foram 6 anos longe do marido, e agora tinham a eternidade para passarem juntos em uma caixinha de madeira.

Seu último pensamento foi a festa de comemoração da perca de sua virgindade e como ela, apesar da vergonha, estava feliz e estava se divertindo com todos os seus amigos. Seus amigos.

Wow, ela não podia realmente acreditar que foram amigos até o fim. Até o último coração parar de bater, sua amizade permaneceu forte. Firme. Verdadeira.

Infelizmente, viu todos eles partirem antes dela, inclusive, vivenciou a morte de dois de seus melhores amigos com menos de um mês de diferença. Felizmente, tinha as lembranças, visuais ou mentais, dos melhores momentos que compartilharam. Gostava de reunir netos, bisnetos e até os filhos que não cansavam de ouvir, para contar histórias de sua juventude, de suas loucuras adolescentes, de seus momentos mais memoráveis. Dos melhores e dos piores.

Usou o exemplo de Dulce quando seu neto mais velho começou a perder o controle com a bebida logo na adolescência. E disse algumas boas palavras para sua outra neta quando ela começou a namorar dois caras ao mesmo tempo. E quase teve um treco quando seu neto mais novo chegou em casa casado com uma mulher que ela nunca tinha visto a tira colo, não é necessário completar, mas quatro meses depois eles estavam assinando o divórcio.

Por ser a última a partir, Maite viu e aceitou que seus filhos, seus herdeiros, eram a nova geração. Viu Sebástian e Joan ficarem tão próximos quando Christian e Dulce eram. Viu todos eles se tornando amigos e, mais do que isso, irmãos, que partilhavam todos os momentos, todas as histórias, todas as risadas juntos. Assim como seus pais faziam.

Ela morreu com o peito estufado de orgulho. Tinha orgulho da vida que construiu e, mais do que isso, da vida que estava deixando para trás.