Fanfic: RBD La Familia: Loucuras em família *Portiñon, Herroni* - Finalizada | Tema: Rebelde (RBD)

José Christian Chavez Garza

►07 de agosto de 1983

†01 de junho de 2050

Christian perdeu o ânimo quando sua melhor amiga partiu. Por meses, ele era uma casca oca e sem sentindo. Não tinha ninguém para conversar sobre merdas. Sim, ele já era avô e continuava falando e fazendo coisas que costumava fazer nos dias que se abaixava sem sentir dores. Seus netos o consideravam o avô mais legal do mundo. Ele provavelmente era.

Ele nunca mudou, nem quando estava dando os últimos suspiros no hospital. Câncer de próstata, foi tão rápido que nenhum médico poderia sequer ajudá-lo. Do tempo que descobriram até ele morrer, foram cerca de 4 meses. Suas últimas palavras foram ‘por que a galinha atravessou a rua?’. Elliot considerou a piada um fechamento com chave de ouro para a vida de brincadeiras de seu pai.

Anos antes, Matt já havia partido. Christian se tornou duas vezes mais desanimado. Suas piadas já não eram mais tão engraçadas e seu sorriso era pouco visto. Elliot e Charlotte tinham medo do pai estar depressivo, mas ele apenas estava solitário. Quando Dulce morreu, ele se apoiou em Matt para continuar, mas quando o marido morreu, ele se viu em pé no meio de um deserto. Seus filhos estavam criados e estavam vivendo suas próprias vidas. Vidas, as quais, ele não queria se intrometer com seus ‘problemas de velho’.

Andy foi, talvez, sua única salvação. Os dois se tornaram ainda mais próximos depois de Dulce partir e, quando Matt e Ellen também se foram, os dois passaram a viver juntos. Vizinhos, que não o reconheciam, achavam os dois um bom exemplo de um casal de velhos mal humorados. Em sua defesa, Andy era insuportável nas quintas e impossível de se aturar no resto da semana. Mas foi ela que manteve a chama da diversão acesa em si. Apesar das brigas, eles passavam horas rindo e conversando sobre o passado ou sobre os absurdos do presente. Não foi muito tempo depois da morte de Andy que ele também se foi, pouco mais de um ano apenas.

Christian teve uma vida incrível, segundo seus olhos. Se divertiu sem medo, foi à festas e teve sua cota de uma noite de transa com rapazes desconhecidos. Teve os melhores amigos, um grande homem e crianças maravilhosas. Podia ser passado anos remoendo decisões do passado, mas abraçou todas as escolhas e lembrou dos fracassos com sabedoria ao dar conselho aos filhos e netos.

Ah, seus netos. Seus pupilos, o colírio de seus olhos. Christian chorou como uma criança quando o filho de Elliot nasceu e quase desmaiou quando Charlotte lhe contou que estava grávida. Para ele, nunca existiu uma emoção maior.

Apesar de ter morrido muito jovem – como ele ainda se considerava – ele aproveitou todos os dias e todas as fases. Fez loucuras quando adolescente, quando adulto e como idoso. Mas fez boas decisões quando adulto, como quando decidiu que queria se acomodar com alguém e ter uma família; e fez decisões sábias como idoso, como quando fez o plano funerário com música ao vivo. Ele mesmo fez a lista de músicas.

Em seus últimos momentos, pensou nos amigos. Pode parecer estranho não ter pensado em sua família, mas todos eles, cada um deles, era sua família desde o primeiro dia em que se conheceram. Amigos vem e vão, mas apenas os verdadeiros ficam até o fim. Ele ouviu isso em algum lugar. Julgou completamente correta este ensinamento. Poncho foi o cara que largou tudo e ficou ao seu lado nos seus últimos dias, sentado na cadeira desconfortável do hospital, ouvindo suas reclamações e histórias repetidas. Maite foi a pessoa que ajudou-o a tomar banho e a organizar sua casa quando ele sentiu que estava próximo do fim. Christopher foi quem segurou sua mão toda vez que ele passava por uma sessão inútil de quimioterapia. Foi a ele que Christian pediu para ser enterrado ao lado do marido e da melhor amiga. Entre eles, ao lado das pessoas que mais amou na vida. Christopher realizou seu pedido com satisfação. Era onde ele realmente pertencia.

Viveu 10 anos sem a melhor amiga e 3 sem o marido, não queria ficar mais nem um minuto longe deles. Suas últimas palavras foram piadas, porque era como se sentia. Feliz. Com vontade de sorrir. De se divertir. Nunca mais poderia, mas sabia que estava deixando para trás um grupo de sabia e muito como se aventurar, assim como seus pais sabiam, assim como seus avós sabiam. Seus netos, todos eles, eram ainda mais próximos do que as gerações anteriores. Christian estava feliz em ver aquilo.

Sabia que todos teriam uma vida tão maravilhosa quanto a dele.