Fanfics Brasil - Parte 2/2 Vampires Will Never Hurt You

Fanfic: Vampires Will Never Hurt You | Tema: My Chemical Romance


Capítulo: Parte 2/2

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Frank não estava acostumado a se sentir tão forte, mas gostava. Ainda não tinha saído para caçar por que Gerard não permitia. Soltar um vampiro recém-transformado no meio da rua podia ser muito perigoso. Gerard se lembrava de quando foi quando foi transformado, matou muitos inocentes sem saber o que estava fazendo, só pela sede. Por isso, o maior tinha que a comida “fresca” para que Frank aprendesse a matar.


Já tinha passado uma semana desde a transformação de Frank. Eles continuaram morando na casa que antes pertencera a mãe de Frank e se sustentando com o dinheiro de Gerard, que por sinal não era pouco. Reformaram toda a casa, deixando o quarto do menor por último.


– O que a gente faz com esse quarto? – Gerard olhava em volta com as mãos na cintura.


– Hm... – Frank mordeu o lábio inferior e pensou por alguns segundos – Já sei!


– O que?


– Que tal uma sala de música? Eu tenho uma guitarra aqui em algum lugar. Estava tocando quando aquela mulher estranha chegou aqui.


– Perfeito! – Gerard segurou o menor pela cintura e selou seus lábios antes de olhar em seus olhos – Não quero que pense nela. Nunca.


– Por quê?


– Por nada. Só não pense tá bom?


– Tá.


Frank não conseguia entender o porque de não poder pensar naquela mulher. Em sua cabeça ela parecia apenas triste ou cansada. Mas resolveu não perguntar de novo.


E assim o quarto de Frank virou uma sala de música onde o menor tocava guitarra sempre que possível. Gerard sempre vinha ouvir e as vezes, quando conhecia a música, cantava junto. Tudo estava indo bem pela primeira vez em muito tempo na vida dos dois. Até que Frank finalmente saiu para caçar.


Era uma noite escura e chuvosa, o céu estava cheio de nuvens roxas e carregadas que de vez em quando deixavam um relâmpago escapar. Frank disparava por entre os becos procurando uma vítima em potencial. Gerard vinha atrás dele, só pra garantir que ele não ia fazer nada de errado. Frank achou uma mulher fumando sozinha num beco escuro. Perfeito, pensou. Mas quando ia atacar Gerard o parou.


– O que foi? – Frank estava molhado e confuso.


– Você não a examinou direito.


– Ela está sozinha não está?


– Mas isso não quer dizer que esteja realmente sozinha.


– Como assim?


– Tá vendo a aliança na mão dela? – Frank arregalou os olhos e assentiu – Ela é casada. Significa que alguém vai sentir falta dela. Tem que prestar atenção nesses detalhes antes de procurar alguém.


Frank assentiu e voltou a correr em busca de outra vítima. Achou e mordeu seu pescoço, puxando todo o sangue. Engolindo todo o líquido numa velocidade que poderia fazer um ser humano normal engasgar. Gerard só observou, tinha caçado no dia anterior e seu objetivo era só acompanhar o menor. Frank terminou e encarou o cadáver da prostituta no chão molhado. Um relâmpago revelou a palidez da pele da mulher e fez ele se arrepiar dos pés a cabeça. Foram até o píer e jogaram o corpo dela no mar, depois voltaram pra casa.


Chegando em casa Gerard foi assistir alguma coisa na televisão enquanto Frank foi sozinho para a sala de música. O menor ainda estava um pouco abalado com o que viu. Não sabia explicar, mas achava que tinha sentido alguma coisa familiar com relação aquela mulher. Algo nos olhos dela o lembrava de algo que ele não conseguia identificar. Ficou sentado na sala de música sem tocar nada, apenas pensando, mas uma cortina de fumaça o impedia de ver o que era tão familiar naquela mulher. Estava prestes a sair quando Gerard abriu a porta assustando o menor.


– O que foi? – Gerard parecia preocupado com o menor.


– Nada não. Só não ouvi você subir.


– Vim te avisar que já vou deitar.


– Eu vou junto – Frank sorriu e beijou os lábios do outro.


Entraram no quarto que antes pertencera à mãe de Frank, e por algum motivo o menor começou a se sentir enjoado. Ignorou a sensação e foi deitar. Gerard abraçou a menor pela cintura e puxando-o para si, sentindo seu cheiro e se deixando inebriar por sua essência. Dormiram em segundos, os corpos colados um no outro. Mas no meio da noite Gerard foi acordado pelo grito de seu pequeno. Frank estava desesperado e se debatia em agonia. Estava preso em um pesadelo do qual não conseguia acordar.


– Frank! – Gerard gritava – Frank! Me ouve! Frank! - Gerard abraçou o menor, impedindo-o de se debater e ninando-o até que ele se acalmasse.


Conforme Frank parava de se debater, lágrimas grossas corriam por seu rosto gelado e soluços começavam a invadir seu peito, mas ele ainda não havia acordado. Gerard, por sua vez, fazia a única coisa que estava ao seu alcance, tentava acalmar o menor, beijava seu rosto, enxugava suas lágrimas e pedia que parasse de chorar. Quando finalmente consegui se acalmar, Frank abriu os olhos molhados.


– Tá acordado agora?


– Ela estava aqui. Eu sei que estava. Mas foi horrível! – Frank chorava e abraçava Gerard. O maior só o abraçava, confuso.


– Ela quem? Frank, quem tava aqui? O que foi horrível?


– A moça que entrou na sala de música. Quem era Gerard? Gee, me diz quem era! – Gerard respirou fundo e carregou o menor pra fora da cama.


– Primeiro você se acalma – Olhou nos olhos do menor, podia vê-los com clareza mesmo no escuro do quarto – A história não é longa, mas não tem como eu contar pra você nesse estado.


– Tá – Frank respirou fundo e começou a aos poucos tentar se livrar do sonho – Me diz.


– Com o que você sonhou? – Gerard sentiu o corpo de Frank tremer sobre o seu colo – Vai ficar tudo bem. Só me contar pra eu poder explicar pra você.


– Aquela mulher, da sala de música... Eu tava no colo dela, ela me ninava, carregava, brincava comigo. Mas quando era hora de por pra dormir, ela me jogava no chão... Me batia... – Frank não conseguia terminar, preferiu parar de falar para não fazer Gerard mudar de idéia.


– Entendi – Gerard respirou fundo – Frank, olha, vai ser meio difícil de explicar tudo, mas aquela era a sua mãe.


– Era? – Frank parecia confuso e surpreso – Não é mais? O que aconteceu?


– Eu vou ter que te contar a história da sua vida, mas vou resumir tá? – Frank assentiu e Gerard continuou – Você era um menino normal até que sua irmã morreu, suicídio. Foi no cemitério, no enterro dela que eu te vi pela primeira vez – Frank engoliu em seco.


– Não sabia que tinha uma irmã.


– Ela tinha treze anos, sinto muito – Frank não esboçou reação por não lembrar da irmã – Devo admitir que minhas intenções contigo não eram as mais nobres. Eu induzi você a me dar a sua alma, e você estava tão deprimido que nem se importou de me entregar ela. Mas você me fez sentir algo que não sentia a um bom tempo. Um desejo indescritível.


“E isso me fez sentir vulnerável. Eu fiquei com medo de me machucar. Não estava acostumado a me sentir exposto daquele jeito. Então naquela manhã, aquela que você provavelmente ainda lembra. Naquela manhã eu decidi que ia matar você.”


Gerard fez uma pausa pra ver se Frank estava assimilando a história, o menor estava sério. Ele respirou fundo e continuou.


“Fui a sua casa determinado a acabar de vez com o que me fazia sentir tão frágil. Mas entrar nessa casa logo no início foi um choque, tudo estava destruído, e eu senti uma dor estranha no peito. Subi pro seu quarto e encontrai você lá, machucado. Eu não conseguia nem te olhar direito. Naquela hora eu percebi que não podia te matar. Naquela hora eu percebi que precisava de você, e que aquela dor era o medo de ter perdido você. Então eu te transformei.”


– Mas e a mulher?


– Foi ela que machucou você. Ela enlouqueceu quando sua irmã morreu.


– Por que eu continuo vendo ela Gee? – Frank se encolheu no colo de Gerard – Por que ela ainda me machuca?


– Você não esquece de tudo quando é transformado. Lembra de algumas coisas. Mas eu não sei como isso funciona.


– Não tem como fazer passar?


– Posso pensar em alguma coisa – Gerard beijou a testa de Frank – Agora vamos dormir.


Eles deitaram de novo, mas nenhum dos dois realmente dormiu. Gerard tentava pensar em jeito de fazer Frank esquecer seu passado enquanto o menor tentava esquecer seu pesadelo. Quando o sol nasceu os dois ainda estavam assim. Gerard foi caçar e Frank ficou sentado na sala de música.


Frank passou o dia inteiro sentado dentro da sala pensando na história que Gerard tinha contado pra ele sem saber o que fazer. As imagens de sua mãe voavam por sua mente, hora carinhosa, hora furiosa. Frank ouviu Gerard voltar da caçada, mas não desceu para falar com ele e nem o maior subiu, ele preferia assim. Frank não sabia bem como lidar com a notícia de que o seu talvez primeiro e único amor tivesse tido um dia a intensão de mata-lo. Não sabia se podia confiar em Gerard o suficiente, e se um dia ele se sentisse vulnerável de novo?


O menor engoliu em seco e logo em seguida ouviu Gerard chama-lo do andar de baixo. Desceu as escadas mais devagar que o necessário, analisando todas as saídas da sala, como se sua vida realmente estivesse em jogo. Parou no meio da sala, ainda sem ter olhado o rosto do outro. Se ainda tivesse metade dos hormônios humanos suas mãos estariam pingando de suor, ele estava com medo de ser atacado por Gerard.


– Eu estive pensando sobre seu pesadelo e sobre suas memórias e talvez tenha um jeito de... – Gerard parou de falar e fitou o menor – Frank, por que você não olha pra mim? – Sem resposta.


Frank não queria falar ainda. Não via suas ideias com clareza, não conseguia organizar nada pra dizer. Sua língua parecia ter congelado em sua boca e por mais que tentasse, ela não se mexia. E pra piorar, ele não conseguia olhar Gerard nem que sua vida dependesse disso.


– Aconteceu alguma coisa? – Frank balançou a cabeça e deu de ombros – Então olha pra mim.


O menor engoliu em seco de novo e foi levantando a cabeça devagar, sentindo o outro se aproximar. Respirou fundo, e quando seus corpos estavam a apenas alguns centímetros de distância ele levantou o olhar do chão para os olhos de Gerard. E de repente não estava mais com medo. O olhar preocupado do outro o pegou se surpresa, ele achou que o maior estaria chateado por ele não o olhar nos olhos, mas o sentimento no olhar do maior estava bem longe de qualquer coisa ruim ou perigosa. Ficaram olhando um ao outro por um tempo, a preocupação de Gerard se transformando em alívio logo depois de seus olhares se encontrarem.


– Desculpa – Frank disse quase em um sussurro.


– O que aconteceu? – A voz de Gerard não refletia o alívio em seus olhos, exibia uma certa preocupação ao invés disso.


– Eu estava pensando nela de novo – Frank voltou a baixar a cabeça - Desculpa.


– Não tem problema – Gerard levantou a cabeça do menor pelo queixo fazendo seus olhares se encontrarem de novo – Eu achei a solução pra isso. Vem comigo.


Frank seguiu o maior guiado pela mão que puxava a sua. Subiram as escadas e foram até o banheiro recém-reformado que ficava ao lado da sala de música. Gerard parou na porta do banheiro segurando as mãos do menor e plantou um beijo nos lábios macios de Frank.


– Tem um jeito de fazer isso passar – Olhou nos olhos do menor – Confia em mim? – Frank assentiu.


A um minuto ele estava duvidando de sua confiança no maior, mas depois de ver tanta preocupação e cuidado nos olhos de Gerard ele não tinha mais dúvida de que confiava nele mais do que em qualquer um. Eles entraram no banheiro e Gerard o colocou dentro da banheira, como no dia em que foi transformado. Frank sentou dentro da banheira ainda um pouco apreensivo, o maior podia sentir o nervosismo do menor.


– Olha Frank – Gerard se pôs de joelhos do lado da banheira e segurou as mãos do menor – Isso nunca foi testado antes, e eu não sei se vai dar certo. Sua vida não está em risco, mas vai ser doloroso – Frank engoliu em seco.


– Vai fazer ela ir embora?


– Tenho quase certeza de que sim.


– Então eu faço – A determinação nos olhos de Frank deu a Gerard a confiança de que ele precisava.


– Tira a roupa – Frank arregalou os olhos – Calma! Não é nada disso não. Haha. É só pra não sujar de sangue.


– Sangue?!


– Ai, Frank por favor não surta agora, tá? – Gerard revirou os olhos – Você sangrou antes lembra? Na primeira vez?


– Gerard, isso não ta melhorando.


– Ai... Olha. Eu vou morder você. Só isso. Se o veneno apaga parte suas memórias humanas, mais veneno deve apagar tudo.


– Por que você não pode entrar na minha cabeça de novo?


– Por que você não é mais humano.


Gerard soltou uma das mãos de Frank pra tocar seu rosto e puxá-lo para si. Seus lábios encaixaram-se perfeitamente enquanto sua mão, ainda no rosto do menor, o acariciava. As carícias foram acalmando Frank aos poucos e quando estava completamente relaxado Gerard se afastou, tirou a mão de seu rosto, passou entre os fios negros e parou em seu maxilar.


– Se você não quiser não precisa, a gente acha outro jeito.


– Não – Frank olhou em seus olhos – Me morde Gerard.


Gerard abriu um sorriso e inclinou-se, beijando os lábio e o rosto do menor, lentamente traçando seus caminha na pele gelada até o pescoço. Seus caninos se destorceram revelando presas pontiagudas. Ele roçou a ponta de suas presas do pescoço de Frank fazendo-o se arrepiar dos pés a cabeça. Depois recuou.


– Não quer mesmo tirar a roupa?


– Cara você quer mesmo me ver sem roupas né?


– Mas é claro que quero – Gerard sorriu maliciosamente e observou o menor tirar as peças rapidamente.


– Anda logo com isso.


Gerard sorriu mais uma vez enquanto tirava as peças de roupa do menor de dentro da banheira. Beijou o pescoço de Frank mais uma vez antes de, enfim, cravar suas presas na pele do menor.


O corpo de Frank se arqueou enquanto ele arfava. Tinha se esquecido do quanto doía. Doía não, queimava. Ardia. Deixou-se cair na banheira e Gerard teve que segurá-lo pra impedir que ele batesse a cabeça com tudo na parede. Gerard teve que, mais uma vez, observar o menor agonizando por causa de seu veneno. Sentou do lado da banheira e baixou a cabeça, não sabia quanto tempo duraria dessa vez.


Foram dois dias dessa vez, e às doze horas da mordida de Gerard Frank estava cuspindo sangue. Gerard ligou o chuveiro para se livrar do sangue, que não era muito, mas era sangue de qualquer jeito. Parou de sangrar duas horas depois, menos do que Gerard esperava.


Quando tudo acabou Frank foi enrolado em uma toalha azul marinho e carregado por Gerard até a cama dos dois. Deitou o menor de costas e ficou deitado a seu lado de modo que pudesse ver seu rosto.


– Essa cena lhe parece familiar – O menor sussurrou com a voz fraca.


– Como você está se sentindo meu amor?


– Que tô bem. Não lembro de nada.


– Nada mesmo? – Os olhos de Gerard faiscaram de preocupação. Frank sorriu e repousou uma mão na nuca de Gerard trazendo-o para um selinho.


– Lembro de você.


– É o suficiente – Sorriu e inclinou-se sobre o outro beijando-o como se fosse a primeira vez que seus lábios se tocavam.




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