Fanfics Brasil - 1 - A Chave. O Portal

Fanfic: O Portal | Tema: Tokio Hotel


Capítulo: 1 - A Chave.

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Era uma noite escura e vazia, a auréola de luz que os postes formavam davam ao lugar o clima de filme de terror. Por causa do céu enegrecido, nenhuma das pessoas sentadas na praça à frente da igreja notou quando duas auras ainda mais negras riscaram o céu em direção a torre da igreja. As auras pousaram na torre do sino, era o melhor ponto para observar aquela cidadezinha do interior da Alemanha. Estavam no início do inverno e a primeira camada de neve já tinha caído, mas não sentiam frio. As auras se desfizeram e a essência humana delas finalmente apareceu.


- Então foi aqui que aquele desgraçado escondeu a chave, não é? – Disse Georg, não tão alto, tinha cabelos castanhos e seus olhos vermelhos reluziam com a luz dos postes.


- Foi o que os rastreadores disseram – Tom nunca teve paciência para as perguntas de Georg. Afinal, o que diabos eles estariam fazendo naquele fim de mundo se a chave não estivesse lá?


- Você tem a foto dela aí?


- É um menino, – Tom revirou os olhos e entregou a foto a Georg – isso torna tudo bem mais difícil.


- Pretendia usar seu charme, bonitão? – Os olhos de Tom faiscaram e ele mordeu o piercing que tinha nos lábios para dissipar a raiva. Atacá-lo era inútil ele sabia que numa luta corporal ele perderia, ele era apenas um guardião, enquanto Georg era um caçador. Ele não respondeu – Se bem que ele parece uma menina.


- Ele é a chave que eu preciso proteger, e é só isso.


- Ok então. Posso deixar você sozinho ou tenho que ficar de babá?


- Vá embora logo! – Tom chegou a sibilar de raiva. Georg sorriu maliciosamente e sumiu gargalhando noite adentro.


Tom suspirou, ele nunca teria paz. Desde que seu mestre havia sido enviado em uma missão diferente todos o tratavam como criança. Ele nunca tinha ido a nenhuma missão sozinho e lhe mandam justo essa. Ele pegou foto do garoto mais uma vez e balançou a cabeça, o endereço estava anotado atrás do papel. Não sabia o que fazer pra se aproximar desse garoto, normalmente ele usava seu charme com as garotas, mas por mais que aquele garoto se parecesse com uma garota, ele era homem. “Isso vai ser difícil” Pensou.


 


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Bill acordou assustado, suando, e um grito sem som escapava de seus lábios. Olhou em volta e se acalmou quando reconheceu seu quarto. O sol estava se erguendo pintando o céu de cinza claro. Ele sempre gostou do inverno. Aproveitou que já estava em pé e foi tomar banho e se preparar pra escola. Escola. A palavra lhe causou arrepios na espinha enquanto tomava banho. Saiu do banho e se secou, parou por um momento olhando pela janela e apenas imaginando se o dia hoje seria diferente. Riu amargamente de si mesmo e abriu seu guarda roupa.


Seu estilo era bem diferente do de todos. Grande parte de seu guarda roupa era preto e o resto era dividido entre branco e cinza. “Deve ser por isso que não tenho amigos” Pensou, balançou sua cabeça pra se livrar desses pensamentos e acabou molhando seus ombros com água que escorria de seus cabelos. Pegou seu jeans favorito, preto, uma camisa branca lisa e uma jaqueta de couro preta. Seu cinto de rebites e seus colares, viu-se no espelho, fez uma careta pra seu reflexo. Lápis de olho e pronto.


Pegou suas coisas que estavam jogadas em cima da cadeira de seu quarto e desceu as escadas. Sua mãe não estava em casa, ela nunca está. Tomou seu café da manhã bem devagar, estava pelo menos uma hora adiantado. Calçou seus sapatos e decidiu que ia caminhar pela neve até a escola. A neve nunca o incomodou, muito menos o frio, e ele gostava de caminhar. Enquanto se aproximava teve a sensação de estar sendo observado, mas deixou pra lá.


Chegando a escola ele foi direto pra sua sala e sentou em seu lugar de sempre, no canto no fundo da sala. Ficou ali sentado apenas olhando as pessoas caminharem na neve lá fora até o sinal tocar. Revirou os olhos. “Lá vamos nós de novo” respirou fundo e dirigiu sua atenção ao quadro onde o professor começou a dizer alguma coisa na qual ele não prestou atenção, sua mente já não estava mais concentrada no que o professor dizia.


Uma pessoa sentou ao seu lado fazendo-o despertar de seus pensamentos.


- Oi – Ele disse, mas Bill não respondeu. Ainda estava se perguntando como aquele garoto havia chegado ali sem que ele percebesse e por que ele resolveu sentar justo ao seu lado, já que era claro pra qualquer um que Bill não era a pessoa mais legal do colégio.


- Oi – Bill finalmente respondeu depois de um longo minuto de silêncio.


O garoto voltou sua atenção para o quadro enquanto Bill se concentrava em analisá-lo. O professor deve ter dito o nome dele, mas Bill não se lembrava. O garoto tinha cabelos presos em dreads, um piercing no canto esquerdo dos lábios e usava roupas largas. Não era o que ele esperava de uma pessoa que viesse sentar do seu lado.


- Desculpe, mas não sei seu nome... - Ele disse quase em uma pergunta arrancando Bill de seus pensamentos.


- Bill – Ele estendeu a mão para o estranho a seu lado – O seu?


- Achei que o professor tivesse me apresentado – Ele arqueou sua sobrancelha fazendo Bill ficar meio vermelho – Tom – Pegou a mão estendida em sua direção e sorriu fazendo o piercing reluzir e prender a atenção de Bill.


Tom não gostava nem um pouco da situação. Estava claro que seria muito difícil explicar tudo pra Bill. O menino era tímido e parecia confuso com o fato de alguém sentar ao seu lado. Ele ainda não conseguia dizer o que, mas algo em Bill o fazia querer tocá-lo. Bill ainda o observava com certa curiosidade os olhos presos em seus lábios, Tom se pegou pensando em como a boca do garoto deveria ser.


“Quente e macia”


Pausa. Como é que ele sabia disso? Foi muito rápido para que Bill e suas limitações ainda humanas percebessem e ainda mais rápido para Tom, que não conseguiu se segurar. Seus instintos entraram em ação bem antes de ele notar. Mas foi só um selinho, Bill nunca saberá disso. “Nem ele e nem ninguém” Pensou.


Bill sentiu seu corpo se arrepiar todo e se recolheu como se sentisse frio. Tom apenas continuou sorrindo. Não conseguia mais parar de pensar nos lábios de Bill. Ele sabia que seu dever era proteger o garoto, mas ninguém disse que não podia se divertir com ele.


 



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