Fanfics Brasil - 16 parte 1/2 - O Portal (Final) O Portal

Fanfic: O Portal | Tema: Tokio Hotel


Capítulo: 16 parte 1/2 - O Portal (Final)

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Os passos apressados dos três voavam pelo corredor do calabouço. Georg e Tom seguiam em disparada seguindo Serena até o fim da ala direita. Georg olhou confuso para o corredor sem saída. Serena entrou em um das celas e começou a tatear com os pés no escuro, enquanto os dois a encaravam confusos.


– Vamos, tem que estar aqui em algum lugar! – Serena passava os pés descalços nas pedras do chão da cela – Aqui!


Com os pés, Serena pressionou uma das pedras e assim que o fez uma passagem se abriu na parede da cela, revelando uma escada que subia sabe lá Deus pra onde. Tom e Georg olhavam a escada enquanto Serena dava uma breve explicação.


– Quando Stephen me prendeu pra impedir a minha saída do meio termo eu construí essa passagem. – Tom deu um passo na direção da escada, mas parou em seguida, hesitante. – Ela termina no salão de cerimonias, onde Stephen nomeia seus guardiões. Você deve se lembrar de lá. Agora vão, antes que seja tarde demais!


Tom assentiu e agradeceu antes de partir, praticamente voando escada acima com Georg logo atrás dele. Não demorou muito para que a escada se transformasse em corredor e o corredor desse em uma porta de madeira escura. Tom olhou pela fenda e viu o salão vazio. Saiu do corredor, e parou em seguida, fazendo Georg quase esbarrar em seu corpo.


– Por que parou? – Perguntou Georg, seu rosto era praticamente uma interrogação.


– Olha Georg, eu sei que se salvarmos Bill só vamos ter tempo o suficiente para dar o fora daqui, e mais nada. Então...


– Entendi. Eu vou tirar o Gustav de lá.


– Não deve ter mais de um segurança guardando ele. A maioria são caçadores, lutam bem, então tenha cuidado. – Georg assentiu.


– Boa sorte.


– Pra você também.


– Ah! – Georg voltou a olhar o rosto de Tom. – Assim que tirar Gustav de lá vocês vão ter que sair, ok? Não quero que se arrisquem voltando pra nos buscar.


– Tudo bem.


E foi isso. Georg correu pela porta e Tom esperou alguns segundos antes de se mover em direção contrária. Pela distância que tinha andado, o portal deveria estar do outro lado da sala. A sala de cerimônias lembrava um pouco uma igreja, só que ao invés de um altar com santos, tinha uma lareira com um banco de pedra na frente. Os futuros guardiões sentavam-se naquele banco e recebiam sua marca fumegante que os reconhecia como guardiões oficiais. O ferro em brasa marcava na pele o símbolo do meio termo – um brasão bizarro e um pequeno “s” a sua direita.


Quando atravessou o portão dos fundos, Tom sentiu seus nervos travarem dentro de si. Viu Bill sendo praticamente carregado por dois homens que seguravam seus braços, subindo a escadaria que levava ao portal. Eles estavam longe demais para serem alcançados por Tom antes de atingirem o portal, mas isso não o impediu de disparar na direção deles.


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Georg desceu as escadas da mansão de Stephen quase na velocidade da luz, mas foi parado por um segurança. Tom tinha dito que teria pelo menos um, não tinha? Pois bem, lá estava ele com uma lança apontada para o peito de Georg, pronto para cortá-lo em dois ao primeiro movimento impensado. Georg levantou as mãos como se fosse se render e assim que o segurança ameaçou abaixar a lança Georg chutou o cabo desta, fazendo-a voar.


Enquanto o segurança acompanhava o movimento da lança lá em cima, Georg aproveitou a chance de acertar um soco em sua cara, deixando-o atordoado. O segurança tentou se recuperar, mas antes que pudesse, Georg chutou seu estômago fazendo-o cair. A lança tinha a aterrissado entre os dois e Georg a pegou e apontou pra ele.


– Vou te dar a chance de escolher, - os olhos deles faiscavam de fúria – ou você saí daqui, ou eu te mato agora.


Não esperou ele responder. Georg seguiu pelo corredor, deixando o segurança sentado no chão para trás, e procurando Gustav. Não soltou a lança, afinal, tinha dado àquele homem uma escolha que ele ainda não tinha feito. Sem falar que ele não confiava naquela gente, e com razão. Encontrou Gustav de cabeça baixa resmungando alguma coisa em voz baixa.


Correu até o loiro e antes de sequer soltá-lo das correntes, puxou o rosto dele pro seu e beijou os lábios que tanto temeu perder. Usou a lança para destruir as algemas que o prendiam e tomou-o em seus braços. Gustav não disse nada, não precisava, apenas se deixou envolver pelos braços fortes de Georg. Não queriam se soltar um do outro, mas o som de um comunicador fez com que eles se separassem quase de imediato.


– Venham direto pra cá. Eles vão fugir! – O segurança assistia a cena com o comunicador nas mãos e um meio sorriso débil no rosto.


– Seu desgraçado! – Georg se afastou de Gustav com a lança em mãos. O próprio segurança já tinha arranjado outra igual – Eu deveria ter te matado quando tive chance!


Georg começou a golpear o segurança, que defendia cada golpe. Gustav estava livre para agir, mas não sabia o que fazer, então ficou parado, atônito, observando. Georg atacou o segurança diversas vezes, mas sem conseguir acertar uma sequer. O desgraçado parecia ficar mais forte a cada golpe cego, o que deixava Georg mais enfurecido, e a fúria o cegava completamente a um ponto onde ele só golpeava. Gustav estava prestes a interceder, mas antes que qualquer palavra escapasse seus lábios, o segurança esquivou ao invés de defender e atacou, pegando Georg de surpresa.


A lança abriu um corte na altura da costela de Georg. Não era fundo o suficiente pra matar, mas pela quantidade de sangue que agora escorria por sua camisa, também não parecia tão raso. Georg sentiu o corte, mas não parou de atacar. Gustav sentiu que era hora de interceder. Avançou no segurança, que pego de surpresa, recebeu um belo soco no nariz. Pelo som, Gustav tinha conseguido quebrar o nariz dele, transformando-o numa torneira de sangue. Georg aproveitou toda aquela confusão para enfiar a lança no peito do segurança, torcendo-a em seguida.


– Não vou te dar outra chance. – Disse ofegante, ainda sem parecer sentir o corte que o outro tinha feito.


– Vem. – Gustav repousou a mão em seu ombro – Vamos sair logo daqui.


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Tom corria desesperadamente na direção em que vira os homens de preto com Bill. Sabia que não chegaria a tempo de impedir que eles chegassem ao topo da escada, mas talvez pudesse impedir que eles o colocassem no portal. Correu para o início da escada e enquanto se aproximava foi tomando consciência da voz de Stephen que gritava palavras de encorajamento para seu exército.


Foi quando se viu atravessando a multidão que assistia empolgada ao discurso, empurrando alguns e esbarrando em outros, atraindo mais atenção do que era próprio. Stephen estava de pé ao lado do portal, em cima de uma plataforma de vidro, onde a escada terminava. Pela velocidade que percebeu que os homens carregando Bill andavam tudo estava sincronizado para que ao final do discurso, Bill estivesse chegando lá em cima e ele pudesse apresentar a chave a todos.


Tom continuou correndo até chegar ao pé da escada, e Stephen então percebeu sua presença. Viu Tom chegando ao pé da escada e tentou disfarçar as ordens que deu a seus homens para pará-lo. Estranhamente, para todos, metade deles se voltou na direção contrária, indo para a mansão de Stephen ao invés de ao encontro de Tom. Stephen queria berrar para eles voltarem, mas isso assustaria a todos e a operação tinha que parecer perfeita.


Os homens que carregavam Bill, percebendo toda a situação, começaram a correr até o topo enquanto Stephen encurtava seu discurso. Tom já estava correndo pela metade da escada quanto eles deixaram Bill lá em cima, na plataforma de vidro.


– Livrem-se dele antes que ele faça alguma besteira! – Longe do microfone, as palavras de Stephen eram duras e furiosas.


Os homens assentiram enquanto a plataforma de vidro começava a se mover se afastando da escada. O movimento fez a escada tremer um pouco e Tom quase caiu de lá de cima, mas se manteve firme. Os homens que seguravam Bill agora vinham em sua direção com toda a velocidade. Tom sabia que não tinha tempo para perder com lutas intermináveis, então aumentou ao máximo sua velocidade na direção dos dois e saltou por cima de suas cabeças.


No segundo que seus pés atingiram a escada ele estava correndo de novo. Stephen, já longe do microfone berrava para que segurassem Tom a todo custo, mas era tarde demais, Tom já estava quase no topo. A plataforma de vidro já estava quase no meio do que parecia uma praça, de onde todos assistiriam a abertura do portal e a execução de Bill.


Stephen contava que com a distância que se encontravam da escada, mas Tom estava cego para os riscos, não diminui nem um pouco a velocidade. A plataforma parou de se mover, estava na hora. Stephen sabia que não havia mais tempo, e quando percebeu que Tom ia saltar do topo da escada para a plataforma ele colou as mão de Bill nas esferas de vidro.


O mundo de Tom se fechou para o resto. Tudo que ouviu foi um grito rasgado sair da garganta de Bill.


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Gustav levou Georg apoiado em seus ombros até o segundo andar da mansão. Georg não estava entendendo nada muito bem, a dor finalmente o atingira. O loiro entrou no último dos quartos e trancou a porta, em seguida deitou o outro na cama, deixando que o sangue manchasse os lençóis.


– Por que não damos logo o fora daqui? – Georg perguntou.


– Eu senti uma quantidade muito grande de energia se mover nessa direção. – Georg assentiu. Já não podia medir o ódio que sentia por aquele segurança, que agora jazia morto no porão.


– Como a gente vai sair daqui? Aliás, por que não saímos ainda?


– É que aqui nós temos uma amiga que pode ajudar com esse ferimento – Georg arqueou uma sobrancelha, mas preferiu não questionar.


Ouviram a porta bater e passos apressados descerem ao porão. Prenderam até a respiração, até ouvirem os passos retornarem e alguém dizer: “Eles não podem ter ido muito longe, vamos acha-los!” A voz era bem agressiva e logo eles sentiram a energia de todos se afastando. Se entre olharam preocupados, mas ainda em silêncio. A maioria dos seguranças eram caçadores de mãe e pai. Não sentiam tão bem a presença de seres como os rastreadores.


Quando acharam que estava tudo bem eles voltaram a respirar regularmente, e sentir até certo alívio. E então uma luz estranha se aproximou da porta e passou por debaixo dela. Gustav se pôs a frente de Georg, ele já sabia quem era, mas precisava ter certeza antes de baixar a guarda.


– Serena. – Disse em voz alta, esperando uma confirmação. Georg achou a luz brevemente familiar, mas se manteve em silêncio.


A luz enfim tomou forma e a mulher de pele alva sorriu para os dois, olhando brevemente para o rosto de Gustav e obviamente mais interessada em Georg. Este porém olhou estarrecido para o rosto de Serena, reconhecendo-a imediatamente e lembrando-se do calabouço.


– Mas como é que...? – Georg não terminou a pergunta. Não sabia mais o que queria perguntar, afinal não fazia sentido perguntar como ela tinha saído do calabouço se ela tinha tecnicamente passado por baixo da porta na frente de seus olhos.


– Não há tempo para perguntas. – A voz de Serena era doce e firme ao mesmo tempo – Nunca há tempo quando se trata de vocês né? Já deveriam estar longe daqui não deviam? – Ela parou aqui. Gustav tinha saído da frente de Georg e ela pode ver a mancha de sangue que se espalhava pela cama.


Andou até lá e pôs a mão em cima do tecido da camisa de Georg, deixando-se sujar com o sangue dele. Levantou a camisa dele e passou a mão em cima do ferimento de novo.


– Pode fazer alguma coisa? – Gustav perguntou, interrompendo sua análise do ferimento.


– Posso. Se importa de ter uma cicatriz? – Georg revirou os olhos e negou em seguida – Ok, então! Fechem os olhinhos sim? Ninguém precisa ficar cego.


Eles obedeceram e Serena começou a se concentrar e juntar energia suficiente pra tentar curar o ferimento de Georg. O nível de energia disponível no meio termo era muito alta e por isso a luz que emanava das mãos de Serena podia cegar alguém que olhasse diretamente para ela. Georg sentiu seu peito aquecer e o ferimento quase queimar, mas se controlou para não contrair o corpo.


Assim que conseguiu fechar a ferida de Georg, Serena se levantou e mandou-os abrir os olhos. Georg tocou a pele, ainda quente e sentiu ali uma marca leve do que antes era uma ferida aberta. Levantou-se da cama e sua camisa voltou pra devido lugar.


– Agora vocês tem que sair daqui antes que... – Serena foi interrompida por um barulho alto que carregou consigo um grito – Não! É muito cedo!


– O que foi esse barulho? – Gustav tinha ido até a janela mas não parecia ter sido nada tão perto.


– O portal foi aberto! Vocês precisam sair do meio termo agora!


– Mas... – Georg começou, mas foi interrompido.


– AGORA! – Gustav segurou o braço de Georg e o puxou. Não queria ver nem mais um segundo da fúria que agora tomava conta do rosto de Serena.


O céu estava ficando mais escuro e nuvens se dirigiam ao lugar de onde o som tinha saído. Gustav e Georg teleportaram para a Terra, e Serena se dissolveu em luz.


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Não tinha como descrever a dor que Bill sentia naquele momento. Suas mãos não estavam amarradas no portal, mas o fluxo de energia o impedia de tirar elas de cima das esferas de vidro. Tom aterrissou na plataforma de vidro dois segundos despois de Stephen colar as mãos de Bill no portal. O grito cessou por falta de ar, mas a dor de Bill ainda era visível em seu rosto.


Stephen estava completamente maravilhado com a dor de Bill e a abertura do portal. Olhava pasmo para o céu enquanto um círculo começava a se formar nas nuvens e se abrir para outra dimensão. Tom não olhava para o céu, ele estava perplexo olhando para Bill. Seus olhos estavam brancos e raios pareciam emanar de seu corpo, seus cabelos se agitavam em volta de sua face como as cobras de uma medusa.


De repente Tom retomou consciência da presença de Stephen e, antes que o próprio se desse conta de que Tom estava a seu lado, Tom chutou ele da plataforma de vidro ficando só com Bill lá em cima. Mas ainda sem saber o que fazer.


Como se não bastasse a luz que a energia de Bill estava emitindo, uma nova luz apareceu do lado de Tom. Ele não realmente percebeu essa luz, ficava olhando para Bill e depois para o céu que se abria cada vez mais e agora deixava alguns corpos passarem, a guerra tinha enfim começado.


Olhou para baixo e viu Stephen se recuperar da queda e começar a dar ordens ao exército. Ele esperava que, ao se verem no mesmo espaço, anjo e demônios lutassem uns contra os outros. Mas Tom já sabia que isso não ia acontecer, e assistiu o desespero invadir a todos quando perceberam que estavam sendo atacados por ambos os lados. Essa imagem só serviu para deixar Tom ainda mais tenso, tentou tirar as mãos de Bill de cima das esferas de vidro, mas no momento em que tocou a pele do outro, sentiu uma espécie de choque sacudi-lo e por pouco não atira-lo para longe.


As pessoas abaixo dele faziam de toda a praça uma algazarra sem fim. Não estavam preparados para lidar com aquilo. Viu um rapaz negro e alto com asas brancas enormes correr atrás de Stephen, e esse, fugir como uma menininha assustada. Numa sentiu tanto ódio de alguém.


– O que diabos você está olhando?! – A voz familiar e irritada chocou-se contra seus ouvidos e ele se virou na direção dela. Encontrou a face furiosa de Serena encarando-o – Ta vendo aquele buraco no céu? Quando ele estiver totalmente aberto a energia do honey aqui, já era. Tudo entra em colapso e todo mundo morre. E você tá aí olhando o tempo? Ficou doido foi?


Tom só sentia vontade de abraçar a mulher e sacodir ela pra todos os lados. Mas segurou essa vontade e ficou sorrindo meio bobo para ela, afinal, em todos os momentos ela tinha sido sempre uma boa ajuda.



 



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– Vai ficar aí sorrindo pra mim? – Tom foi arrastado de volta ao mundo real, fora de seus flashbacks onde Serena sempre tinha a resposta. – O que a gente faz? – Eu sei lá o que a gente faz! Eu sei que temos cerca de um minuto até que o portal esteja completamente aberto e ele frite. – Serena parecia muito tranquila para ...


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