Fanfic: O Portal | Tema: Tokio Hotel
Tom subiu as escadas correndo. Bill ainda estava no banho, mas isso não impediria um caçador do céu ou inferno de arrastá-lo de lá. Escalou pela janela do quarto de Bill e logo alcançou o telhado. Um homem de costas parecia aguardar sua chegada. O homem se virou e Tom pode ver seus olhos vermelhos brilhando, eram mais vermelhos que os de Georg o que significava que ele ainda não tinha deixado o inferno.
- Pensei que nunca ia achá-la – Tom se pos em posição de luta.
- Não sei do que está falando.
- Não faça a besteira de achar que eu sou idiota garoto. O cheiro dela é insuportavelmente forte. É óbvio que estou falando da chave.
- É um garoto. – Tom revirou os olhos. Não havia nenhuma necessidade de informar se era menina ou menino – Podemos acabar logo com as cerimônias?
O homem sorriu, estava confiante, mas Tom sabia que era puro blefe. Ele parecia fraco, ainda não tinha sido treinado, foi idiotice dele aqui vir sozinho, provavelmente por puro impulso. Ele atacou primeiro, Tom desviou do soco que vinha em sua direção e deu uma rasteira em seu oponente. Se dependesse dele, o capeta com quem lutava morreria lenta e dolorosamente, mas ele tinha que ter certeza de que Bill estava bem. Afinal ele não sabia se esse realmente tinha vindo sozinho ou se foi apenas uma isca.
Pegou o homem aplicando-lhe uma chave de pescoço, fazendo com que ele quase desmaiasse. Tirou do bolso da calça um frasco transparente, o enfiou na boca do capeta e assistiu enquanto seu corpo, em poucos segundos, queimava. O cheiro de enxofre era quase insuportável, mas Tom já estava acostumado. Seus sentidos estavam atentos para os sons dentro da casa ouviu Bill entrar no quarto e relaxou, ele parecia bem.
Desceu e entrou pelo mesmo lugar que saiu, esquecendo-se completamente de Bill, que nem notou sua presença. Tom analisou as costas do menor, não eram bem definidas, mas isso mudaria com o tempo e o treinamento que iria receber. Os meio termo tem que ser muito bem treinados, não são admitidas falhas. Aproximou-se devagar, sua mente realmente gostava de brincar com as tensões do outro. Ficou a um passo de distância.
- Melhor agora? – Bill saltou e virou-se.
- Mas o que... Mas como você... A porta está trancada.
- Eu não entrei pela porta Bill.
- Entrou por onde então?
- Janela – O garoto estava em choque, olhava pra ele e pela janela como se tentasse entender como ele tinha entrado ali sem que percebesse. Tom, por sua vez, apenas o observava com alguma curiosidade o menor parecia não perceber que estava apenas de cueca.
- Como foi que você entrou aqui sem fazer barulho? E o que diabos você estava fazendo no telhado?
- Não posso explicar agora, pelo menos não enquanto você não por umas roupas. – Bill corou violentamente ao perceber que estava parado ali seminu. Tom sorriu e saiu do quarto.
Tom sentou no sofá, ele não queria ter que contar nada a Bill, ia ser difícil e extremamente desagradável. Talvez ele não fosse aceitar tão fácil. Sua mente girava, ele estava sendo mais descuidado que o normal, já era a segunda vez que algo estranho acontecia em um dia. Ele atacou Bill e não conseguiu explicar sua velocidade e agora ele tinha que explicar o que fazia no telhado. Ele não poderia simplesmente dizer, imagina só. “Nada não Bill, é só que você é a chave de um portal que vai gerar uma guerra entre o céu e a terra e eu tenho que te proteger dos anjos e demônios que virão atrás de você” Ele apoiou suas mãos em seu rosto e suspirou.
Bill tinha terminado de se trocar e sentou em sua cama. Sua mente girava ainda mais rápido que a de Tom. Quem quer que aquele garoto fosse com certeza estava agindo de forma estranha. Ninguém corre tão rápido e ninguém que ele conhecia descia de um telhado pela janela sem fazer nenhum ruído. “Talvez eu tenha caído e desmaiado na escada” Pensou “E talvez, só talvez, eu estivesse distraído quando ele entrou pela janela” Eram explicações possíveis, porém improváveis. Então qual seria a explicação lógica? Tinha medo de que ela não fosse tão lógica assim.
Desceu as escadas e encontrou o outro sentado no sofá com o rosto apoiado nas mãos. A sala estava escura, já estava anoitecendo e ninguém se incomodou de acender as luzes. Bill ajoelhou-se na frente dele, esperando que ele percebesse a sua presença. Tom já tinha percebido a presença do menor, mas não queria levantar o rosto, não queria começar aquela conversa.
- Você está bem? – Bill tinha desistido de esperar.
- Estou bem.
- Não parece.
- Estou apenas preocupado com... Uma coisa.
- Pode me dizer que coisa é essa?
- Não, pelo menos ainda não.
- E quando é que você vai me contar?
- Quando eu tiver certeza de que não vou te enlouquecer.
- Quer saber? – Bill abriu um sorriso malicioso – Você me já me deixou louco só de entrar nessa casa. – Tom arregalou os olhos em surpresa, substituindo a expressão de espanto por um sorriso que combinava com o de Bill.
- Pensei que você fosse mais tímido.
- Eu sou – Sua face corou por completo – É que com você é diferente. Eu sinto você diferente.
- Como assim você me sente diferente?
- Não sei explicar. É como se eu soubesse com que humor você esta assim que se aproxima de mim. É como uma vibração que me diz onde você esta a todo o momento. – Tom apenas assentia. As habilidades do garoto estavam começando a se desenvolver.
- Eu sei como explicar, mas você vai ter que confiar em mim e esperar. Tudo bem?
- Eu acho que sim. – Bill abraçou Tom que retribuiu o abraço. – Ei, - Bill falou assim que se soltaram – eu falei sério sobre não me importar de dividir a cama com você.
- Mas e sua mãe, ela disse que voltava hoje de noite. – Tom corou um pouco.
- Ela sempre diz que vai voltar e não dá as caras – Bill pegou a mão do outro e começaram a subir para o quarto. – Quer um pijama emprestado?
- Eu normalmente durmo de boxers, mas acho que posso abrir uma exceção hoje. Tem certeza que não se importa?
- Absoluta. E... Eu gosto de ter você perto, me sinto... Protegido.
Tom sorriu. O garoto não fazia idéia do quanto isso era verdade. Ele realmente gostou da idéia de o menor querer tê-lo por perto, Gustav tinha razão afinal. E gostou ainda mais do fato de o garoto confiar a nele a ponto de ignorar todas as esquisitices e ainda se preocupar com ele. Eles deitaram juntos e Bill abraçou Tom pela cintura e o puxou pra perto se enrolando nele. Tom não podia dormir, guardiões não dormem, então penas o observou o menor. Passou a noite toda pensando em um jeito de contar tudo pra Bill, e chegou a conclusão de que não tinha um jeito fácil. O jeito era torcer pra ele gostar do que era.
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Já era sábado, a semana passou rápida e tediosa. Ninguém tinha vindo atacar Bill desde a criatura no telhado. Tom passou a semana seguindo seu protegido na escola, ele percebeu uma coisa interessante, ninguém falava com Bill além dele. Nem mesmo os professores pareciam notar a presença do garoto. Tom já tinha l ...
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