Fanfics Brasil - 5 - Sila. O Portal

Fanfic: O Portal | Tema: Tokio Hotel


Capítulo: 5 - Sila.

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Já era sábado, a semana passou rápida e tediosa. Ninguém tinha vindo atacar Bill desde a criatura no telhado. Tom passou a semana seguindo seu protegido na escola, ele percebeu uma coisa interessante, ninguém falava com Bill além dele. Nem mesmo os professores pareciam notar a presença do garoto.


Tom já tinha levantado e foi se sentar na neve lá fora, o frio não o incomodava. Ele estava usando apenas uma camisa e uma calça jeans. Sentou-se no meio do quintal coberto de branco e apenas ficou lá, respirando lentamente, esperando Bill levantar e acompanhando o som de tudo a sua volta. Sua mente começou, aos poucos, a divagar o cheiro da neve o lembrava de parte de sua vida humana.


Bill acordou de um sono tranqüilo que agora estava se tornando comum. Levantou e espreguiçou-se, olhou em volta como se procurando algo, ele não gostava de Tom sempre se levantar primeiro. Tomou banho e vestiu-se, calça, camisa e casaco. Desceu as escadas pra tomar café, sempre a procura de Tom, notou a porta da varanda aberta e foi fechá-la. Olhou a neve lá fora, o quintal da casa era bem grande, estava prestes a fechar a porta quando percebeu que havia alguém sentado no meio da paisagem branca.


- Ei, Tom! – Ele gritou. Tom estava de costas e se virou para vê-lo – Você quer congelar? Entra já em casa. – O maior sorriu.


- Sim mamãe – começou a rir enquanto caminhava na direção de Bill.


- Haha, muito engraçado. – Bill revirou os olhos e foi para a cozinha. Tom o seguiu.


- Eu... quero tentar uma coisa com você hoje.


- Comigo? O que? – Bill arqueou uma sobrancelha enquanto Tom dava a volta na mesa da cozinha.


- Se eu te disser que você pode ler minha mente...


- Eu diria que não posso, se eu pudesse já teria feito.


- Você já tentou ler a mente de alguém?


- Não. – Tom assentiu, se ele tivesse tentado não teria conseguido de qualquer jeito. Nenhum meio termo que se preze anda por ai com a mente desprotegida.


- Vamos dar uma volta na praça hoje, vou lhe ensinar a ler mentes.


- Claro – Bill revirou os olhos – Você não fugiu de um manicômio na Suíça não, né?


- Haha, olha quem esta sendo engraçado agora.


Tom saiu da cozinha e deixou Bill comer em paz. Ele tinha que ensiná-lo a usar seus poderes sem dizer a ele toda a verdade. Não seria tão difícil se Bill se concentrasse, ler mentes é fácil, difícil seria ensiná-lo a lutar.


Eles saíram e foram até a praça da cidade. A neve parecia não incomodar ninguém, pessoas encasacadas caminhavam e crianças menores brincando com a neve corriam pelo lugar. Bill ainda achava tudo aquilo uma grande bobagem, ler mentes era impossivel. Sentaram em um banco da praça e ficaram apenas observando por cerca de um cinco minutos.


- A gente veio aqui observar as pessoas?


- Não... Eu quero que você se concentre. Escolha alguém pra ler e foque naquela pessoa. – Bill revirou os olhos. Tom apenas esperou ele escolher.


- Aquela menina ali parece ser interessante.


- Ótimo. Se concentre nela e só nela. Esqueça que eu estou aqui e se concentre. Tente entrar na mente dela, veja seus medos e preocupações. A mente dela é um livro aberto. – Bill franziu a testa. E fechou os olhos, depois os abriu e olhou para Tom, que sorria.


- Eu estou ouvindo ela... e parece que eu conheço ela, seus medos, suas paixões... tudo.


- Eu sabia que você conseguiria... mas não acabou ainda. Se concentre, peça pra ela fazer alguma coisa aleatória, mas dê a ela um motivo. Faça-a pensar que foi ideia dela. – Bill fez que sim com a cabeça e fechou os olhos de novo, depois os abriu e acompanhou enquanto a garota ia se sentar em um banco, exatamente como ele mandou.


- Eu ainda to ouvindo ela, como é que faz pra parar?


- Apenas desconecte dela, pense em outra coisa.


- Cara isso é incrível! Hahahaha! – Bill pulou do banco em que estavam e ficou rindo e pulando enquanto Tom só o observava com um sorriso. – Mas peraí, se eu posso ler a mente dela eu posso ler a sua.


- Não pode não.


- Por que não?


- Por que eu tenho a mente protegida.


- Mas... você pode ler a minha? – Bill parecia constrangido com a possibilidade.


- Não, não faz parte das habilidades de um guardião.


- Guardião?


- Eu posso explicar melhor, mas pode ser em casa? Não é seguro aqui.


- Como assim não é seguro?


- Chegamos em casa primeiro, eu te explico depois.


Bill percebeu que não haveria acordo e resolveu que seria melhor ir pra casa. Sua curiosidade o estava corroendo por dentro, sua mente voava, pela primeira vez em sua vida estava atento a tudo. Cada detalhe que achava importante para um esclarecimento posterior ele guardava. Tom ia na frente nem sabia como começar, os poderes de Bill estavam se desenvolvendo bem mais rápido que o normal. Ele mesmo tinha levado quase uma semana para aprender a ler mentes daquele jeito, manipular então, foram quase três, e Bill tinha conseguido em uma manhã.


Não se falaram o caminho inteiro, os dois pensavam na mesma coisa, cada um de um ângulo diferente. Bill pensava em como aquilo era estranho e interessante ao mesmo tempo. E Tom pensava em como Bill reagiria a tudo. Um tinha a curiosidade e o outro o medo. Quando finalmente chegaram encontraram a porta entreaberta.


- Você trancou a porta quando saímos?


- Sim. – Bill começou a olhar em volta – Acho que alguém invadiu.


- Bill, eu preciso que fique perto de mim. Vamos pro seu quarto – Os dois subiram as escadas pulando os degraus, Bill foi na frente – Você fica aqui, e mesmo que você ouça alguma coisa, ou veja. Não importa. Fique. Aqui. Você entendeu?


- Por que você ta tão preocupado Tom? – Bill agora estava pálido, parecia mais assustado que nunca.


- Você entendeu? – O menor apenas afirmou com a cabeça – Eu vou checar a casa. Não saia daqui.


Tom saiu do quarto e ouviu Bill trancar por dentro. Assim que a porta se fechou ele já estava correndo, seus sentidos atentos pra qualquer coisa em volta. Correu por toda a parte de cima e desceu. Quando chegou a sala ele parou, o cheiro doce de rosa e jasmim preencheu o comodo. Tinha que ser um anjo, pelo menos um.


- Olá Tom – Ele dirigiu a sua atenção para a garota no sofá.


- Como sabe meu nome? – Ela sorriu. E se levantou.


- Todos no céu e inferno sabem meu bem. – Sua voz era doce e um tanto aguda, transmitia uma serenidade estranha para o momento – Sou Sila.


Ela usava um vestido tomara que caia azul claro com uma faixa branca na cintura que abria uma saia que terminava um pouco acima do joelho. Seus olhos eram de uma branco quase transparente, como o de todo anjo, e seus cabelos eram um azul bem claro, quase branco. Suas asas cobertas de penas eram bem grandes, e sua aureóla dava ao lugar uma iluminação tranquila.


- O que você esta fazendo aqui?


- Encontrei a porta aberta. – Ela o olhou nos olhos. Tom sentiu seu sorpo ficar um pouco entorpecido.


- Eu sei o que esta tentando fazer Sila! – Ele quebrou o contato visual e a empurrou – Malditos anjos. Acha que vai funcionar comigo? Acha que vou acreditar em você?


- Hahahaha, é bem mais esperto do que o que dizem. Tudo bem. – Ela sorriu e seus olhos faíscaram – Parece que vou ter que me sujar. Pena.


Ela voou na direção de Tom, seus dentes foram direto no ombro dele. Ele se virou e a atirou pela porta da varanda, que se partiu em pedaços enquanto ela caia na neve. Passou a mão no ombro e encontrou uma ferida não muito profunda. Ele rosnou pra ela e se lançou em sua direção, presas amostra, acertou o rosto dela e lançou Sila contra o muro da propriedade. Tom prendeu a pelo pescoço contra o muro.


- Eu sei que tem mais gente vindo atrás dele, e sei que você não é a mais forte, mas ele está seguro comigo.


- Está falando da chave? – Ela sorriu, seu lábio inferior partido, uma subtância escura saindo da ferida aberta. – Acho que alguém está se apegando. Você sabe o que acontece quando o portal for aberto? – Tom rosnou estreitando ainda mais as mão na garganta de Sila.


- A guerra está marcada e não há nada que você possa fazer pra impedir, nem você e nem ninguém. – Sila começou a gargalhar, como se a sanidade a tivesse deixado.


Tom soltou o pescoço dela e a arremessou na neve de novo, ela ainda ria, ele segurou suas asas e apoiou um de seus pés nas costas dela. “Ria disso” Disse, e podia ver pela expressão que apareceu no rosto de Sila que ela podia ouví-lo claramente. Ele sorriu e arrancou as asas dela, sua gargalhada se tranformou em um grito. Ela caiu, o rosto contra a neve, e a sibstância escura agora evaporava como fumaça. Seu corpo começou a se tranformar em uma fumaça negra.


- O que você vai fazer depois da guerra? Ficar sob o comando de Stephen?


- Será que você não pode nem morrer calada?


- Você não sabe o que acontece com a chave. Não é? – A fumaça tinha um cheiro tão doce quanto o que ele sentiu na sala e ela estava quase toda escura, apenas seu rosto, e sua beleza estranha restavam. Tom apenas olhava pra ela. – Ela vira pó. Você não vai poder ficar com ele depois.


Tom parou de respirar por um momento. Sila apenas riu histericamente até que todo seu corpo evaporou. Ele apenas ficou ali parado, tentando assimilar o que ela tinha dito. Ele tinha sentimentos por Bill que não podia explicar ainda, mas que concerteza não iam permitir que ele o perdesse dessa forma. Ele sacudiu a cabeça, não podia acreditar nela, anjos tem aquela maldita inoscência nos olhos, ela podia muito bem estar mentindo sobre tudo, seria muito útil virar o guardião da chave contra aqueles que o mandaram.


Foi quando ele lembrou que Bill ainda estava no quarto, e que ele devia uma explicação. Teria que contar do ataque, tinha que contar tudo, esse jogo estava ficando perigoso demais pra se jogar sozinho. Estava a caminho da casa quando viu a porta da varanda em pedaços e lemvrou que não podia ficar assim. Sentou no chão da varanda e evocou a presença de Georg.


- Vejo que seus olhos estão menos vermelhos, em breve estará pronto.


- Pra que você me chamou Tom?


- Preciso que mande alguém limpar essa bagunça. – Ele olhou pra porta em pedaços e suspirou.


- Esse é um trabalho bem chato se quer saber. Quem esteve aqui?


- Anjo. Já lutei com um demônio no telhado, mas era apenas um rastreador, bem fácil.


- Anjos sempre são mais complicados, e onde está a chave?


- Lá em cima, eu o mandei ficar lá. É um menino obediente. Falando em anjos, tem notícias de Gustav?


- Ele perdeu suas asas ontem, está se acostumando com a falta delas.


- Mande minhas lebranças a ele. – Ele pulou os pedaços da porta da varanda – Se não se importa eu tenho um problema pra cuidar agora.


- Boa sorte... Ei Tom!


- Sim?


- Você vai ter que mantê-lo lá em cima por um tempo pra a gente consertar essa bagunça. Você já contou tudo a ele?


- Não.


- Aproveite e conte agora. Devo lembrar que Stephen não é tão paciente.


- Pode deixar, contarei tudo.


 



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