Fanfic: O Portal | Tema: Tokio Hotel
Tom correu escada acima e parou na frente da porta do quarto de Bill, pensando nas palavras certas, e se o que Sila tinha dito antes de morrer fosse verdade? Ele não podia deixar esses pensamentos tomarem a sua atenção, ele tinha que ter certeza de tudo que ia dizer. Ele estava tão preso em seus pensamentos que nem percebeu que passos se aproximavam da porta do lado de dentro do quarto. Em menos de três segundos a porta se abriu e Bill pulou em cima de Tom.
– Te peguei! – Bill tinha um objeto escondido na mão que se escondia atrás do corpo, ele derrubou Tom no chão caindo em cima dele.
– Mas o que?! O que você acha que está fazendo? E como foi que você chegou aqui tão rápido? – Bill corou ao perceber que era Tom.
– Eu percebi que tinha alguém do lado de fora, e como você não tinha voltado ainda eu achei que podia... – Ele apertou o objeto na mão – Enfim... - Ele olhou pra baixo para fugir dos olhos de Tom.
O maior por sua vez apenas o observava com certa curiosidade. A proximidade do garoto, junto com o cheiro que exalava dele, o impedia de pensar direito e tudo que ele enxergava eram os poucos centímetros que o separavam de Bill. Ele mordeu o piercing em seu lábio pra conter a excitação que possuía seu corpo, mas era quase impossível.
Bill sentiu a respiração de Tom ficar mais rápida, o viu morder o piercing e prendeu sua atenção ali, ficou um tempo prestando atenção na jóia e sentiu uma vontade louca de tocá-la. Ele chegou mais perto, sua própria respiração ficando mais rápida, até que ele encostou seus lábios no de Tom e apenas ficou ali, sentindo a respiração do outro roçar a sua pele.
O beijo de Bill tirou toda a concentração de Tom, fechou os olhos e sentiu seu membro enrijecer se arrependendo logo depois. A língua de Bill brincou com seu piercing pedindo passagem, Tom separou os lábios permitindo que o outro explorasse sua boca enquanto ele fazia o mesmo. O beijo foi ficando mais intenso, mas eles não tinham que parar pra respirar. Tom levantou, sem desfazer o beijo em que estavam tão entretidos, fazendo Bill sentar em seu colo, o menor prendeu-o entre suas pernas.
Antes que qualquer um dos dois percebesse, eles estavam gemendo baixinho, juntos em sincronia perfeita. Foi quando Tom lembrou que Georg, e provavelmente alguns outros aprendizes, estavam no andar de baixo e podiam ouvi-los, então ele carregou Bill ainda sem desfazer o beijo e entrou no quarto. Fechou a porta atrás dele e deitou Bill na cama, ficando por cima dele. Bill se afastou um pouco dele e tirou de trás de seu corpo a mão que escondia uma faca, ele a arremessou ao outro lado do quarto, mas não antes que Tom visse o que era.
– Vamos conversar sobre aquilo depois – Tom disse, olhando rapidamente na direção em que Bill tinha arremessado a faca.
– Essa cena, não ta ficando muito comum não?
– Como assim?
– Você em cima de mim, me dizendo que vamos conversar sobre algo depois.
Antes que Tom pudesse responder, Bill passou a mão pelos dreads do maior e o puxou para beijá-lo mais uma vez, conforme o beijo alcançava a intensidade do anterior, as suas mãos começavam a se mover nas costas de Tom, puxando-o para si, pressionando seus corpos um contra o outro. Aos poucos Tom começou a ceder às vontades de Bill e assim que os gemidos voltaram, ele começou a se mexer na cama, pra cima e pra baixo.
Uma das mãos de Bill deixou as costas de Tom e escorregou para a calça, passando primeiro pela parte de trás até alcançar o que ele queria, logo a mão dele estava dentro da cueca de Tom, tocando a ereção do maior que aos poucos enlouquecia. Tom resolveu retribuir o favor, só que teve que abrir o jeans apertado de Bill. Os gemidos foram ficando mais altos conforme as velocidades das mãos aumentavam em suas calças.
Logo eles se perderam nas mãos um do outro. Um expirava e outro inspirava, suas respirações queimando seus pulmões de tão rápido que o ar passava por eles. Tom se deixou cair ao lado de Bill e apenas ficou lá olhando o teto. Bill se apoiou em seu cotovelo e repousou a cabeça na mão e ficou observando Tom enquanto sorria. Ele beijou o maior mais uma vez e deitou de novo, se encolhendo junto ao corpo de Tom e fechando os olhos, logo estava dormindo.
Tom levantou, tomou banho e desceu, a porta estava perfeita, como se nada tivesse acontecido. Ele deitou no sofá e ficou lá esperando Bill acordar, tinha que ser hoje e tinha que ser agora, já tinha adiado aquilo por muito tempo. A noite foi se aproximando e Bill ainda não tinha se levantado. Depois de escolher cuidadosamente as palavras, Tom ligou a televisão pra passar o tempo, o noticiário falava de um assassino em série que estava à solta. O sujeito já tinha matado cinco pessoas, cada uma em um canto diferente do país e a polícia não tinha idéia de quem podia ser.
Quando eles começaram a falar da mais nova inovação tecnológica do mercado Bill desceu as escadas. Tom estava tão concentrado na notícia que nem o ouviu acordar ou tomar banho, só notou a presença do menor quando ele já estava no meio da escada. A luz da TV mal iluminava o local, mas permitia que Tom o visse. Bill estava usando uma calça jeans preta, como sempre, uma blusa de manga comprida preta e branca mais folgada que o de costume, alguns colares, e sua maquiagem impecável. Vê-lo descer a escada fez Tom sorrir involuntariamente.
– Você sempre se veste assim?
– Sempre.
– Por quê?
– Por que eu gosto – Tom o olhou de cima a baixo e apenas continuou sorrindo – Você gosta? – Ele não respondeu, apenas olhavam e sorria em admiração. Bill andou até o sofá e selou seus lábios com os de Tom antes de sentar-se a seu lado. Tom pôs a televisão no mudo e virou-se de frente pra Bill.
– Temos que conversar. – o sorriso de Bill se desfez por um momento e ele baixou a cabeça como se com medo do que estivesse por vir – Em primeiro lugar, O que você acha que estava fazendo com aquela faca?
– Eu fiquei com medo. Você me diz que posso ler e manipular mentes e do nada me manda ficar escondido no meu quarto, eu pensei que no mínimo tinham vindo me seqüestrar.
– Foi quase isso, mas acredite quando digo que uma faca não impediria quem esteve aqui de te arrastar desse lugar. – O sorriso de Tom não existia mais. Ele precisa estar sério para aquele momento.
– Então quer dizer que tem mesmo alguém querendo me seqüestrar? Por quê? – Bill estava confuso, sua mente procurava um motivo, mas não achava nenhum.
– Você conheceu seu pai?
– Não. Mas o que ele...
– Ele, Bill, era uma chave.
– Uma chave? Não que eu esteja convencido, mas o que essa chave abre?
– Ela abre um portal que liga o céu e o inferno. – Bill arqueou uma sobrancelha e suspirou.
– Da pra você explicar isso melhor?
– A história é longa. – Tom suspirou e começou a contar – Há uns 150 anos atrás o mundo dos meio termo foi fundado por Stephen, – Bill abriu a boca pra perguntar mais deixou pra depois – ele era um anjo caído, expulso do céu, mas que se recusou a ir pro inferno ou vagar pela terra. Então ele criou um espaço entre os dois pra ficar, ele começou a recolher as almas perdidas entre o céu e o inferno e treiná-las para serem rastreadores, caçadores ou guardiões.
“Até que um dia, nasceu do fruto de uma relação proibida, uma mulher. Filha do mais puro dos anjos com o mais diabólico dos demônios. Como não podia ser aceita nem no céu e nem no inferno ela foi parar no território dos meio termo. Stephen tratou dela como os outros, mas a essência dela era muito forte, ela abria qualquer portal de que se aproximasse, portanto ela foi chamada de chave. Depois de um tempo essa chave saiu do meio termo para a terra e nunca mais voltou, ela fugiu, e nem o melhor dos rastreadores conseguiu achá-la.”
“Há uns 50 anos atrás, um de nossos rastreadores mais velhos seguiu um cheiro que não era nem humano, nem animal, nem de anjo e nem de demônio. E acabou encontrando quem deveria ser seu avô, esse homem tinha um filho, seu pai. Então, quando seu pai tinha por volta de sete anos ele se juntou aos meio termo, a essência dele era bem mais fraca que a da chave original, mais ainda era forte o suficiente. Depois de um tempo ele também fugiu. Graças ao pensamento extremamente lógico das chaves, é muito difícil encontrá-las, são estrategistas natos.”
“Já estávamos desistindo de tentar manter uma chave conosco quando Stephen convocou uma reunião urgente. Ele disse que estava cansado de apenas anjos e demônios ficarem com as ‘almas frescas’, ele queria poder entrar nessa disputa também, mas para isso acontecer tínhamos que derrotar anjos e demônios para conquistar o direito de disputar por almas ‘recém-chegadas’. Em resumo, uma guerra tinha que acontecer. Já tínhamos força suficiente, a questão era: Onde?”
“A Terra era muito frágil, sem falar nas vidas que seriam desperdiçadas. Então, era preciso trazer anjos e demônios para o meio termo. E para isso tínhamos um portal trancado, a chave original já tinha aberto esse portal algumas vezes, mas ela tinha fugido. Depois dessa reunião todos os rastreadores foram mandados a terra pra achar a última chave que havia deixado o meio termo, seu pai. Ele sentiu a presença dos rastreadores e por isso abandonou a vida que estava levando na terra e se escondeu. Os rastreadores acabaram encontrando ele, mas antes que pudesse ser usado pra abrir o portal ele ‘se matou’. Na verdade ele destruiu a sua própria essência.”
“Os rastreadores descobriram que ele teve um filho com uma mulher na Terra e voltaram a procurar, mas não foram os únicos que descobriram sobre a nova chave. De alguma forma, anjos e demônios sabem que existe uma nova chave, no caso você, e querem te encontrar a qualquer preço. Eles querem evitar a guerra. Por isso, precisaram mandar um guardião. Como o melhor de nossos guardiões resolveu desistir de sua essência, mandaram a mim, seu aprendiz.”
Bill ficou parado um momento, apenas processando toda a informação que ele tinha ouvido. Ele puxou as pernas pra cima do sofá e começou a se balançar de vagar encarando um ponto fixo no chão. Tom o observava curioso, havia adiado tanto aquele momento e agora estava preocupado com a reação de Bill, ele não parecia estar reagindo bem.
– Você ta bem? – Bill apenas assentiu com um breve movimento de sua cabeça sem desviar o olhar do ponto fixo no chão – Então por que você não diz nada? Não tem nenhuma pergunta? – Ele parou de encarar o chão e de se balançar e olhou para Tom.
– Pra que vocês querem almas “frescas” e como assim frescas?
– Almas frescas são as pessoas que acabaram de morrer. E elas são mais fortes, deve ser por isso que Stephen as quer tanto.
– E esse tal de Stephen, você serve a ele?
– Todos os meio termo servem a ele, de certa forma.
– E afinal, isso de meio termo, se fica entre o céu e o inferno, não deveria ser na Terra?
– O céu e o inferno não ficam acima das nuvens e abaixo do chão, isso é coisa que as pessoas inventaram. O céu e o inferno são dimensões completamente diferentes e independentes dessa.
– Mas espera aí. Se vocês precisam de um portal pra conectar suas dimensões, e esse portal está trancado, como é que nasceu a primeira chave?
– Não podemos nos encontrar em nossas dimensões, mas podemos nos encontrar na Terra. – Tom mordeu os lábios enquanto esperava Bill fazer mais perguntas.
– Mas pra que marcar uma data? Por que vocês não atacam logo?
– Stephen está cogitando que até a data marcada teremos almas frescas suficientes.
– E quanto a essa história de nascimento, achei que anjos não tinham sexo.
– E não tem, mas quando na terra eles têm que assumir características humanas, não podem simplesmente andar por aí com suas imensas asas. – Bill sorriu por um momento.
– Por que as chaves fugiram?
– Não se sabe ao certo – Tom sorriu – Acho que depois de uma missão na terra elas se apaixonaram por um ser humano, típico. – Bill sorriu e se inclinou pra juntar seus lábios de novo, depois se afastou e pensou um pouco antes de fazer outra pergunta.
– Suponho que a natureza humana seja realmente encantadora pra vocês, mas vocês já não foram humanos antes?
– Todas as memórias de nossa vida humana são apagadas.
– Nossa. Então você não lembra nada de sua vida humana? – Tom apenas balançou a cabeça – Mas e quanto a mim? O que mais eu posso fazer?
– Bom pelo que sei, as chaves podem correr tão rápido quanto todo o resto, manipular e ler mentes, sentir a presença de uma distância maior que qualquer rastreador, e telecinese. Além de serem bons lutadores por causa de seu pensamento lógico e de ter algumas visões. – Bill deixou seu queixo cair.
– Tudo isso e eu ainda preciso de proteção? Sério? – Ele arqueou uma sobrancelha.
– Você realmente acha que agüenta a caçada sozinho?
– Caçada?
– Bill, põe isso na sua cabeça: Todos os anjos e demônios que existem nesse momento estão a sua procura, mas não com o mesmo objetivo. Eles sabem que temos força suficiente para vencer uma guerra e eles querem destruir a chave. E do jeito que você ta agora não seria nem um pouco difícil, você não sabe usar nem metade de suas habilidades, na verdade você nem sabia da existência delas até eu te dizer.
– Me destruir?
– É por isso que eu estou aqui – Tom sorriu e puxou Bill pra um abraço, pondo ele em seu colo e o segurando perto de si – Eu nunca vou deixar nada acontecer com você. – Bill deixou sua cabeça repousar no ombro de Tom.
– Eu to com medo agora.
– Não precisa. Eu vou te ensinar a usar todas as suas habilidades e você será tão forte quanto eu ou até mais. Nem sei quantos segundos você levou pra abrir a porta do quarto, isso significa que seu corpo está começando a reconhecer suas habilidades, agora tudo vai ficar mais fácil. – Bill lembrou acontecido, tinha sido realmente rápido.
– Tinha mesmo alguém aqui?
– Era um anjo, Sila. Era fraca. Eu não sei se eles sabem que eu estou aqui, por que até agora só mandaram guerreiros fracos. No dia que eu entrei pela janela do seu quarto eu tinha matado um demônio no telhado, lembra?
– Você me deu um susto – Ele sorriu um pouco se lembrando daquele dia.
– Desculpe, prometo que não faço de novo.
– Não tem problema. – Seu sorriso desapareceu – Minha mãe sabe alguma coisa dessa história? De mim ou do meu pai?
– Não, ela não pode saber. – Bill apenas suspirou – Se os humanos descobrirem alguma coisa sobre a existência dessas dimensões vão querer explorá-las. E, convenhamos, o inferno não é o melhor lugar pra um ser humano estar.
– Uma coisa me intriga, como é que se mata um anjo ou demônio ou meio termo
– É relativamente fácil, basta quebrar a essência deles. Os demônios são os mais fáceis, qualquer coisa que tenha sido benzida serve, água benta por exemplo. Os anjos são mais complicados, só é possível matá-los arrancando suas asas. E os meio termo só tem que ter a cabeça arrancada.
– Mas arrancar a cabeça de um anjo ou demônio não os mata?
– Não, só os deixa um pouco desorientados.
– Mas você matou um anjo aqui não foi? Eles não têm que se disfarçar de humanos?
– Quando em batalha eles precisam das asas pra se equilibrar e pra ajudar nos ataques.
– Ah! É muita coisa.
Bill se calou, mas ainda tinham muitas perguntas girando em sua cabeça. Aquela conversa o estava deixando cansado. Ele repousou a cabeça no ombro de Tom e fechou os olhos. Tom tirou a TV do mudo antes de desligá-la. Eles ficaram ali no escuro um bom tempo, logo Bill estava dormindo de novo. Tom pos o menor na cama e deu uma rápida volta na casa pra ter certeza de estava tudo bem antes de voltar para o quarto. Ele resolveu não deitar na cama essa noite, mas Bill começou a se mexer e logo abriu os olhos e levantou o tronco.
– Por que você não ta aqui do meu lado? – Sua voz estava um pouco áspera por causa do sono.
– Eu achei melhor não e... – Bill não o deixou terminar.
– Você. Cama. Agora. – Tom começou a rir.
– Você ta achando que manda em mim é? – Antes que ele pudesse começar a rir de novo, Bill levantou e o jogou na cama, tirando sua calça antes de deitar de novo. Tom nem se mexia na cama por causa da surpresa.
– Pra isso você sabe fazer tudo né? – Bill sorriu e beijou Tom antes de se enrolar perto seu corpo.
– Fica quieto e dorme.
Tom riu um pouco, ele ia ter que explicar pra Bill que guardiões não dormem, mas isso ia ficar para outro dia, o menor podia estar tendo uma overdose de informações há essa hora. Ele beijou a testa de Bill, que sorriu em seu sono. Logo o treinamento do menor ia começar, ele não ia poder se defender sozinho, mas saber alguma coisa o tornava menos vulnerável. Tom sabia que ia ter que protegê-lo até o dia da guerra e prepará-lo para ela, mas não conseguia parar de pensar no que Sila tinha dito. Ninguém tinha comentado o que acontece com a chave depois que o portal é aberto. Ele engoliu em seco e afastou o pensamento. Olhou pra Bill, tão lindo em seu sono, não podia permitir que ele deixasse de existir.
– Não vou permitir que o levem – Sussurrou – Você é meu.
Prévia do próximo capítulo
Bill acordou cedo, estava morrendo de dor de cabeça, teve um pesadelo. Tom, como sempre, não estava mais na cama, provavelmente tinha ido dar uma volta. Pegou o jeans que tinha tirado na noite anterior e vestiu-os antes de descer as escadas. Olhou em volta como se procurando pro algo e foi pra cozinha, seu estomago doía de fome, nem se lembrava qual ti ...
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