Fanfics Brasil - 7 - Livros. O Portal

Fanfic: O Portal | Tema: Tokio Hotel


Capítulo: 7 - Livros.

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Bill acordou cedo, estava morrendo de dor de cabeça, teve um pesadelo. Tom, como sempre, não estava mais na cama, provavelmente tinha ido dar uma volta. Pegou o jeans que tinha tirado na noite anterior e vestiu-os antes de descer as escadas. Olhou em volta como se procurando pro algo e foi pra cozinha, seu estomago doía de fome, nem se lembrava qual tinha sido a última vez que tinha comido, talvez no café da manhã do dia anterior. Depois de toda a confusão e das descobertas ele havia se esquecido de comer.


Sentou em uma das cadeiras e esfregou os olhos, bocejou e ficou ali parado, com preguiça demais pra levantar e pegar a caixa de cereais. Foi quando ele se lembrou de Tom ter dito algo sobre mover objetos. Ele se concentrou e conseguiu abrir a porta do armário e fazer o cereal vir até a mesa. Ele sorria como uma criança, estava quase gargalhando, tudo aquilo tinha que ser um sonho, ou um devaneio de sua mente. Ele abriu a geladeira logo em seguida, tirando de lá o leite e trazendo até a mesa também. Era preciso muita concentração por estar no começo, mas assim que o objeto tocava a mesa ele começava a rir.


- Parece que alguém já aprendeu uns truques hein? – Bill congelou e deixou cair a colher que já estava trazendo até a mesa.


- Você tem que parar de me assustar desse jeito. E você é o que? Um ninja? Por que eu nunca ouço seus passos?


- Sua audição não é aguçada o suficiente – Tom deu de ombros enquanto observava o ambiente a sua volta. – O que você esta fazendo?


- Tomando café – Bill começou a servir o cereal e o leite na tigela a sua frente, dessa vez com as mãos – Por falar nisso você não come não?


- Se eu quiser, eu posso, mas não é necessário. Mas não era a isso que eu me referia, estava falando da colher.


- Ah – Bill corou um pouco – é que eu lembrei que você disse algo sobre mover objetos, aquilo de telecinese, e eu tava com muita preguiça de levantar.


- Pode fazer de novo?


- Claro. – Bill se concentrou de novo e tirou outra colher da gaveta de talheres e fez vir até a mesa.


- Incrível.


- Sou mesmo, não sou? – Bill sorriu e começou a comer.


- Haha, incrivelmente convencido. – Tom sentou do lado oposto da mesa e assistiu Bill comer – Você ta bem?


- Sim – Bill respondeu um pouco confuso.


- É que com todas as coisas que eu te disse, fiquei com medo que você não reagisse bem.


- Não se preocupe comigo – ele sorriu enquanto o maior mordia o canto do lábio – Eu to bem.


Tom levantou-se da mesa e foi em direção a porta, mas quando passou por Bill esse agarrou seu braço e o fez inclinar-se para um beijo curto. Ele logo se afastou, deixando a cozinha logo em seguida e caminhando para a sala, sentou-se no sofá e ligou a televisão. O noticiário mostrava de novo o caso do assassino em série, mas ele não ouvia uma palavra sequer. Agora que Bill sabia, tudo tinha que ser mais fácil, talvez depois de treinado ele pudesse se defender sozinho. Bill entrou na sala e sentou-se do lado de Tom.


- Tem alguma regra?


- Hã?


- Essa coisa de meio termo, tem alguma regra?


- Bom, não podemos ir ao céu ou ao inferno e não podemos ter laços “permanentes” com humanos.


- Como assim laços permanentes? – Bill arqueou uma sobrancelha.


- Não podemos ter filhos com humanos, nem fazer nada que nos ligue àquela pessoa, como nos casar, por exemplo.


- Por que não?


- Porque isso nos faz querer deixar o meio termo e vir pra Terra – Bill pareceu refletir por um momento.


- Essas são as únicas regras? – Tom apenas balançou a cabeça – Então ótimo – O maior parecia confuso enquanto observava um sorriso malicioso surgir na face do outro.


- No que esta pensando Bill?


- Te digo amanhã.


 


><><><><><><><><><><><


 


Bill acordou cedo e foi se arrastando até o banheiro. Tom passou à noite sentado no sofá acompanhando as notícias, com tantas mortes aleatórias assim isso não podia ser coisas de gente. “Estão vindo loucos atrás dele” Sua mente começou a cogitar pedir reforços. Logo Bill estava na sala girando na frente de Tom.


- Estou bonito? – Tom não tirou os olhos da televisão.


- Esta como sempre – Bill revirou os olhos e seguiu pra cozinha. Tom levantou, desligou a TV e foi atrás dele. – Tem certeza que quer ir a escola?


- Pelo menos mais uma vez, sim.


- Por quê?


- Eu não vou te dizer por que se não você não me deixa ir.


- Bill, por favor, não crie nenhum problema ta?


- Criar? Não – Bill sorriu pra si mesmo – vou resolver. – Tom revirou os olhos e seguiu Bill que já saía pela porta.


><><><><><><><><>


Faltavam cinco minutos para a segunda aula acabar quando Bill finalmente falou com Tom.


- Pode fazer um favor pra mim?


- Depende do favor.


- Já que é o meu último dia nesse lugar eu queria pegar alguns livros – Bill abriu o sorriso mais lindo – Você poderia pegá-los pra mim?


- Bill, você sabe que eu não posso me afastar de você. – Bill revirou os olhos e voltou a sorrir.


- Não sou tão indefeso assim ok? – Tom manteve-se sério – Por favor! Eu juro que se aparecer qualquer coisa eu grito bem alto.


- Não é uma boa idéia Bill.


- Por favorzinho? – Bill piscou os olhos e fez a cara mais fofa que alguém poderia imaginar. Tom suspirou e revirou os olhos.


- Tá bom. Mas eu vou ficar atento a você. E não faça nada estúpido ok?


- Mhmm.


O sinal tocou e eles saíram. Bill deu a Tom uma lista ridiculamente grande de livros. Enquanto caminhava em direção a biblioteca Tom ia lendo os nomes da lista de livros e tentando memorizá-la pra não ter que pegá-la o tempo todo. Teve que manipular um ou dois funcionários que vinham mandá-lo de volta para a sala de aula. Mas sua atenção estava na energia de Bill. O menor estava agindo estranho hoje, como se estivesse escondendo algo, e sua aura também estava bem agitada. Ler mentes seria bem útil agora, talvez ele pudesse chamar Georg para fazer isso depois. Caçadores também podem ler mentes, é útil na hora de localizar a presa.


Quando chegou à pequena biblioteca da escola começou a perceber que a grande maioria dos livros não seria encontrada ali. As estantes ficavam em volta de três mesas de madeira escura, e em cima de cada uma tinha um abajur para os alunos que ficavam até mais tarde na escola. O balcão da bibliotecária ficava à direita da porta, a funcionária nem levantou os olhos de seu exemplar de Romeu e Julieta. Havia apenas cinco estantes de livros, que não estavam completamente cheias, graças aos alunos que alugaram os livros que faltavam. Bill deveria saber que a biblioteca da escola não era tão bem abastecida de livros assim, então por que ele tinha pedido a Tom que fosse até lá. Estava tentando pensar numa possibilidade quando a bibliotecária finalmente pareceu se dar conta de sua presença.


- Com licença meu jovem, o que esta fazendo fora da sala de aula? – Tom apenas olhou pra ela, mas não conseguia pensar direito – Tem um passe ou algo do tipo? – Ainda sem resposta – Você está me ouvindo? – A irritação dela era audível.


- Eu adoraria explicar-lhe senhora – Tom finalmente começou a prestar atenção na situação, mas quando ia começar a manipulá-la ele sentiu a energia de Bill transformar-se em algo que poderia ser uma bola de luz tão brilhante quanto o sol – Eu... – Ele não tinha palavras, precisava correr pra lá.


- Você o que? Acho melhor você me dizer seu nome rapaz! – Tom correu pela porta em velocidade sobre humana deixando uma mulher desmaiada no chão da biblioteca.


Quando chegou ao corredor tinha folhas de papel voando por todo lado e um vento que parecia sair de lugar nenhum, tentou localizar Bill, mas só sentia uma energia muito forte vinda da sala dele. Alguns alunos estavam parados na porta das outras salas cogitando a possibilidade de sair correndo. Tom nunca tinha sentido uma energia tão forte, era uma aura poderosa e muito provavelmente fora de controle. Correu até a porta da sala de aula e uma luz branca quase o cegou, assim que suas pupilas estavam dilatadas o suficiente ele olhou pra dentro da sala.


Uma bola de luz branca flutuava no meio da sala, as luzes piscavam e entravam em curto. As cadeiras estavam espalhadas como se repelidas pela luz, e os alunos todos encostados na parede com suas bocas escancaradas. Tom ficou assim por um momento, focando a luz, até perceber que uma pessoa de cabelos negros flutuava no centro dessa bola de luz. Assim que se deu conta de quem estava lá no meio, ele correu de encontro a luz, sendo repelido em seguida.


Percebeu então, umas sombras se movendo perto dele, pensou ser um anjo ou demônio, então se pôs em posição de combate. Estava pronto pra atacar quando sentiu uma mão em seu ombro, encarou a figura e reconheceu Gustav e Georg atrás dele. O três olharam a bola de luz flutuando e se entre olharam.


- Georg! O que diabos esta acontecendo?! – Tom gritava, o som do vento arrastando cadeiras e folha de papel era absurdamente alto.


- Não sei. Ele parece estar fora de controle.


- Pode ler a mente dele?


- Talvez – Georg se concentrou em Bill, o barulho do vento era muito alto – Ele está tendo uma visão, não consigo identificar o que.


- Não interessa o que é! – Gustav interrompeu – Temos que fazê-lo parar, tanta energia com certeza já chamou a atenção de algum anjo ou demônio por aqui! – Assim que ele terminou a frase, um demônio entrou rugindo pela janela, estilhaçando o vidro da janela.


A criatura olhou para eles e logo depois para Bill, se lançando na direção do garoto, mas sendo impedido por Gustav antes de chegar à esfera de luz. As pessoas que ainda estavam na sala começaram a gritar e correr pela porta, e quem estava em dúvida no corredor aproveitou a deixa pra correr também. Georg e Tom trabalhavam na mente de Bill já que tocá-lo seria impossível.


- Tente manipulá-lo Tom! Eu vou ver o que acontece dentro da mente dele.


- Estou tentando, mas nada passa.


- O que esta mandando ele fazer?


- Voltar à realidade!


- Talvez a realidade não seja tão segura agora! – Um anjo e um demônio acabavam de entrar pela porta e se atirar na esfera de luz, sendo repelidos e atirados ao chão.


Tom e Georg se atiraram em combate enquanto Gustav finalizava o demônio, com quem estava lutando até agora, com um pouco de água benta. O cheiro de enxofre encheu o ambiente, que agora se transformava num campo de batalha, o céu nublado lá fora estava escuro e raios já começavam a cair. Quanto mais eles lutavam mais anjos e demônios apareciam. A situação estava saindo do controle, eles lutavam com mais do que podiam agüentar.


Um dos últimos anjos que entraram pela janela – que agora era um buraco quase da altura da parede – conseguiu passar despercebido por ele e antes que eles pudessem impedi-lo, ele atacou a esfera de luz que o repeliu e começou a brilhar mais forte. Tom, Gustav e Georg, ao verem a esfera aumentar e diminuir como se fossem sofrer contrações, interromperam o combate. Todos os anjos e demônios ainda exibiam suas presas, mas em seus olhos havia o brilho do medo. Os três saíram correndo da sala imediatamente, mas já era tarde, a esfera de luz expandiu destruindo quase tudo a sua volta, inclusive os anjos e demônios num raio de trinta metros.


A sala ficou em ruínas, bem como as salas em volta. A esfera de luz se desfez, deixando um Bill desacordado no chão e os outros inconscientes no corredor.




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