Fanfic: Into The Dark | Tema: Tokio Hotel

Bill estava em frente ao espelho da penteadeira ainda com seu roupão preto enquanto terminava sua maquiagem. Quando achou que estava bom, levantou-se e deixou o roupão cair no chão enquanto ele caminhava até o espelho. Observou o corpo vestido com nada mais que uma boxer preta e suas tatuagens. Foi até armário para pegar sua calça jeans azul marinho e vestiu-a, sem pressa, a festa começaria em pouco tempo, mas ele tinha a intensão de se atrasar. Tirou uma blusa regata preta, um colete igualmente preto, mas com algum volume a mais, e uma corrente prateada. Despois de vestir tudo e arrumar o cabelo, calçou uma bota de couro e saiu. Impecável.

Chamou Dave que já estava pronto a pelo menos meia hora – que seria o horário do início da festa.

- Dirija devagar Dave – disse entrando no carro e acendendo um cigarro em seguida.

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Tom já tinha chegado na casa de Lucy à pelo menos uma hora e Bill nada de aparecer. Tom vestia uma blusa preta e uma calça jeans um pouco menos folgada que o normal. Uma faixa emoldurava seu rosto, que por sinal, estava claramente impaciente.

Olhava o relógio em seu braço de minuto em minuto. A batida rápida da música alta estimulava os corpos na pista de dança que antes era uma sala de estar. Quase toda a escola tinha ido à casa de Lucy naquela noite. Tom continuava parado em um dos cantos da sala com um copo de alguma coisa que tinham servido na mão, perto de uma escada de mármore que levaria aos cômodos do andar de cima.

- Acho que ele não vem – A voz de Georg o despertou.

- Ele quem?

- Ah nem vem. Eu sei que você está esperando o aluno novo.

- Não to esperando ninguém.

- Se você diz né? – Goerg sorriu, sem acreditar nas palavras do amigo, mas preferiu não comentar ainda.

- Cadê a menina que você disse que queria pegar? – Tom mudou de assunto.

- Tô indo bem devagar com ela – Georg sorriu orgulhoso de si mesmo – Acho até que tá na hora de eu voltar pra lá. Boa sorte aí cara.

Tom não respondeu, só acenou com a cabeça e voltou a checar o relógio e observar os corpos. Tomou um gole de seja lá o que tinha no seu copo e percebeu que ele nem sequer gostava do drink. Deixou o copo na cozinha da casa e voltou à sala se esbarrando em alguns corpos enquanto fazia seu caminho de volta à escada.

Estava quase lá quando viu Lucy dançando com suas amigas. Ela tinha dito que eles iriam conversar, mas desde que Tom chegou, ela não tinha sequer falado com ele. Tom foi até ela e a agarrou pela cintura, puxando ela pra longe das amigas e para perto de si, ela não protestou, mas também não esboçou nenhuma outra reação. Ele tinha que admitir, ela era muito bonita, seu vestido azul marinho fazia contraste com sua pele clara, seus olhos cuidadosamente delineados de preto o convidavam sedutores, e seus cabelos compridos balançavam junto com seu corpo que Tom queria muito agarrar ali mesmo.

Ela continuava dançando como se ele não estivesse ali, e isso o irritava. Ele queria que ela o olhasse com tanto desejo quanto ele olhava pra ela agora. Ela ainda estava chateada por ele ter traído ela com outra, mas ainda era sua namorada, não era? Virou ela de frente para si e olhou em seus olhos, a garota, que parecia pronta para dizer um monte de desaforos, apenas corou. Segurou sua cintura e a beijou. E apesar de achar que ela ia rejeitá-lo por estar chateada ela correspondeu com mais intensidade que o normal.

Ela o soltou e voltou a dançar como se nada tivesse acontecido. Tom estava dançando com ela, na verdade, apenas seguindo seus movimentos quando Bill entrou na casa. Gustav o viu antes dos outros e o cumprimentou entregando-o um drink e falando uma língua que a essa altura não era nem desse planeta de tão bêbado que estava. Bill sorriu pra ele e andou uma pouco mais, tomando um gole da bebida e sorrindo para todos que aleatoriamente o cumprimentavam enquanto bebiam e dançavam. A música alta balançava seu corpo que aos poucos e cedendo e fazendo alguns movimentos.

Viu Tom no meio da pista dançando com Lucy e arqueou uma sobrancelha, então eles tinham voltado. Tom olhou pra ele e congelou no lugar, deixando Lucy dançar sozinha por alguns segundos, suficientes pra ela notar que Bill os observava. Bill sorriu para Tom, acenou com a cabeça enquanto bolava um plano na sua cabeça.

Riu antes de caminhar até a escada e deixar o drink no chão ao lado dela. Outra música começava “On The Floor” enquanto Bill voltava para a pista, decidido a seduzir Tom ali mesmo. Parou na frente dele e de Lucy, o sorriso malicioso tomando conta de seus lábios rosados enquanto ele começava a dançar, movendo se devagar com início da sua sedução. Olhando explicitamente para Tom e observando a reação dele.

“Let me introduce you...”

O de tranças estava completamente surpreso, sua boca formava um perfeito “O” enquanto observava o maior se mover. Bill passava a mão em seu próprio corpo e dançava como se não visse as outras pessoas, rebolava deixando o outro perplexo. Assim que percebeu o que estava acontecendo, Tom sorriu mais maliciosamente ainda, segurou Lucy pela cintura e colou seu corpo com o dela, e o fez olhando para Bill.

“If you’re a party freak, then step on the floor...”

Olhava dela para Bill como se dissesse que o queria no lugar dela. Bill sentiu arrepios lhe percorrerem o corpo e pôs as mãos na cintura, então era guerra.

Puxou uma das meninas que o observavam dançar sem desgrudar os olhos do de tranças, girou-a em seus braços a puxou pra perto, a menina sorria e o acompanhava. Os dois dançavam olhando um para o outro, praticamente suas respectivas parceiras, estavam jogando um jogo envolvente e era só nisso que se concentravam.

“Dance the night away...”

Bill quebrou o contato visual, segurando a menina pela cintura e pondo uma de suas pernas entre as dela enquanto seu olhar se prendia ao dela. Movia o corpo junto ao dela, criando algum atrito a fazendo-a para de respirar por alguns segundos. Tom o olhava surpreso outra vez, Bill levantou o olhar dela para Tom e sentiu que estava causando o efeito que queria. Sentiu a mão dela tocar seu rosto e voltou sua atenção logo quando a música voltou a acelerar.

“Tonight we gon’ be it on the floor...”

Voltou a mover-se e mudou a garota de posição, notou que não só Tom como Lucy, e outras pessoas observavam ele e a menina dançarem juntos. Seu sorriso cresceu expondo seus dentes, enquanto Tom percebia que outros estavam observando e aproveitava pra provocar mais, passando as mãos pelo corpo de Lucy enquanto dançavam. A menina beijava o pescoço de Tom enquanto ele o fazia ainda sem tirar os olhos de Bill.

“It’s gettin’ sick it’s gettin’ ill on the floor...”

Bill fez o mesmo com sua parceira, que gemia baixinho e tremia sob o toque das mãos geladas do vampiro. As pessoas começaram a bater palmas no ritmo da música enquanto abriam uma pequena roda deixando os quatro no meio.

“Dance the night away...”

Com a volta do refrão lento e envolvente, Bill se permitiu colar o corpo no da garota e movê-la como fez antes, e é claro que Tom acompanhou fazendo o mesmo com Lucy. Num movimento não tão bem pensado, Bill, olhando nos olhos da menina beijou seus lábios brevemente. Depois a soltou e observou Tom largando Lucy imediatamente.

“All I need is some vodka...”

Bill soltou sua parceira, olhando nos olhos de Tom, convidando-o. A música acelerava enquanto o de tranças, andava em sua direção no ritmo da batida. Ainda dançavam enquanto o círculo onde estavam os quatro, se fechava apenas para eles dois.

“If you’re ready for things to get heavy...”

Tom sorria tão maliciosamente quanto Bill, olhando-o sedutoramente, a música estimulava os corpos a se fecharem em volta deles. Rebolava tanto quanto o mais alto que agora o olhava com certa curiosidade. Iam de encontro um ao outro, quase hipnotizados, Tom olhava nos olhos de Bill e brincava com o piercing em seu lábio inferior.

“Say no more get on the floor...”

Ao início das palmas que voltavam a acompanhar a música, os olhos de Bill faiscaram amarelos e brilhantes em excitação, fazendo Tom congelar.

“Tonight we gon’ be it on the floor...”

O ultimo verso e eles estavam frente a frente. Bill sorria com o resultado de sua sedução enquanto as palmas menos ordenadas e gritos começavam. Tom estava completamente teso e mal respirava quando Lucy voltou sabe lá Deus de onde e tocou sua mão, puxando-o. Bill piscou fazendo seus olhos voltarem ao castanho normal e libertando Tom do transe em que estava preso. Tom deixou-se arrastar por Lucy  e virou pelo menos umas três vezes pra olhar para Bill de novo até sumir da vista do moreno.

Bill sorria, quase gargalhava, enquanto ia à cozinha pegar alguma coisa pra beber. No caminho passou por Georg, que estava com uma menina de cabelos negros e olhos verdes que, realmente, era linda. Pegou um copo e encheu de vodka e depois de virar o copo na boca, foi checar sua maquiagem no espelho do corredor.

Enquanto terminava de ajeitar seu cabelo ele ouviu alguns gemidos baixinhos no fim do corredor, abafados pela música. Andou devagar até lá e conforme ia chegando mais perto ouvia uma voz mais grave juntar-se aos gemidos. Uma pessoa normal jamais conseguiria ouvir os gemidos com a música naquela altura, mas os ouvia nitidamente agora que estava junto à porta. A voz mais aguda não lhe importava tanto, mas ele conhecia a voz mais grave a ponto de se incomodar de ouvi-la desse jeito.

Tinha quase certeza que era Tom do outro lado da porta, a raiva tomou sua mente e ele pensou em explodir a porta. Mas mudou de ideia. Entrar naquele quarto seria extremamente constrangedor e impróprio. Estava prestes a sair do corredor, já pensando em ir pra casa e dar a noite como perdida quando ouviu seu nome ser pronunciado pela voz mais grave e tudo pareceu parar naquele instante.

Ele saiu correndo e em segundos estava do volta ao pé da escada rindo como um louco. Processou tudo em sua cabeça, parando de rir aos poucos enquanto pensava em um novo plano. Caminhou até a menina que tinha pegado para dançar. Ela era até bonita, seu cabelo vermelho vinho estava ondulado emoldurando seu rosto, tinha algumas sardas e seus olhos eram de um tom de mel que ele nunca tinha visto. Vestia uma saia de cintura alta, uma blusa branca um pouco solta por dentro, uma meia calça por baixo da saia e um sapato de salto.

Sorriu pra ele e o puxou, Bill deixou-se levar por ela. Uma música mais lenta tocava e ele a beijava devagar, sem tanto desejo quanto aparentava ter, sua mente ainda pensando no que tinha ouvido do outro lado da porta. Ficou com ela por bastante tempo, suficiente para terminar de absorver o que tinha acontecido e ligar uma coisa a outra. Largou a menina e foi à cozinha beber mais um copo de vodka. Na verdade era só uma desculpa para sair de perto dela, o álcool não tinha efeito em seu corpo.

Chegando à cozinha ele deu de cara com Tom. O de tranças o fuzilou com o olhar, mas não disse nada, apenas virou a garrafa de vodka na boca de novo. Bebendo até a última gota do líquido que desceu queimando sua garganta. Deixou a garrafa em cima da pia e olhou para Bill. Já um tanto alterado pela bebida que tinha engolido antes do maior sequer chegar à cozinha, Tom andou na direção de Bill e o pôs contra a parede olhando em seus olhos e ofegando um pouco.

Bill encostou suas mãos na parede, longe de Tom. O de tranças parecia indeciso, mexia constante em seu piercing, pensando no que faria ali. Bill revirou os olhos, estava ficando um tanto impaciente com a decisão do outro. Estava prestes a sair dali quando Tom, finalmente, o beijou.

Os lábios macios contra o seu fizeram o corpo de Bill tremer em êxtase. Tom foi, aos poucos, abrindo a boca e deixando que Bill explorasse sua boca enquanto ele fazia o mesmo. Tom sentiu arrepios percorrem seu corpo inteiro quando a língua gelada de Bill brincou com a sua, com seu piercing, roçando de leve os lábios nos seus. Separaram-se em seguida. Bill sorria, satisfeito com o que tinha conseguido para a noite. Tom por sua vez estava tanto surpreso quanto confuso com o que tinha feito, seu rosto era a mistura perfeita das duas emoções.

O de tranças se afastou de Bill, se apoiando na mesa. Tinha bebido rápido demais e agora estava meio zonzo. Bill o observava preocupado, sabia que ele tinha bebido demais e o que o corpo humano não reagia bem a álcool em excesso. Tom correu para o que deveria ser o banheiro da casa. Bill não foi atrás dele, e sim de Georg, mas ao encontra-lo aos beijos com a garota que ele tinha visto conversando com ele antes, Bill resolveu Ir atrás de Gustav. Não encontrou o loiro.

Tom finalmente saiu do banheiro, e Bill podia jurar que ele estava prestes a desmaiar. Foi até ele e o segurou pela cintura, apoiando-o em seu ombro enquanto o levava para fora da casa de Lucy. Deixou-o sentado na calçada só enquanto ligava para Dave e mandava-o encher a banheira com água fria. Em seguida, olhou em volta para ver se alguém além de eles dois estavam do lado de fora, pegou Tom em seu colo e disparou em direção a sua casa.