Fanfic: Starting Again 2 | Tema: One Direction

Pov`s Ali

Uma semana, finalmente, havia se passado. Hoje eu saia do hospital, pro meu alivio, já que esta, se me permite o comentário ingrato e egoísta, fora a semana mais longa de toda a minha vida.

Acontece que eu estava me sentindo a pessoa mais inútil do mundo e... Eu não gostava do hospital, apesar dos funcionários serem ótimos comigo. Leve em conta, que eu mal conseguia segurar o peso de minha própria cabeça sozinha, eu vivia cansada, e ainda tinha muitas palavras que eu não conseguia falar, ou falava estranho...

De todas as formas, me sinto agradecida aos médicos, enfermeiras e todas as outras pessoas do hospital, que por algum motivo pareciam me achar divertida, e passavam bastante tempo ao meu lado. Também fico feliz pela presença dos meus amigos, que esperaram um ano por mim, e agora, não saiam do meu lado (eu estou tentando relevar o fato do Harry, que eu ainda não o desculpei, apenas dei uma trégua, ter aceitado o desligamento de minhas máquinas), só que como nada na vida é perfeito, amanhã eles voltam pra turnê. Afinal, o Simon estava cobrando isso, e isso era meio perturbador.

Outra coisa que estava me perturbando no momento, era o maldito envelope azul-bebê que o Derek sempre estava carregando, e olhando como se ele fosse uma bomba relógio. Mas sempre que eu perguntava o que tinha no envelope, do nada ele começava a me falar sobre o clima.

Mas dane-se tudo.

Que feliz! Hoje eu ia voltar pra casa –é, a que eu dividia com o Harry, mas acontece que agora eu sou cadeirante inútil e isso não ia dar certo no apartamento do Derek- e isso já era o suficiente pra me fazer a aleijada mais feliz do mundo!

-Ali, fica quieta desgraça! –exclamou a Mel tentando pintar a minha unha enquanto eu batucava os dedos, que por sinal, era o único que eu conseguia fazer com certa facilidade.

-Olha a boca! –repreendeu-a a Dani indicando o Ben que brincava com um Mike Wazowski de pelúcia aos pés de minha cama.

-He-he. Desculpinha –disse a Mel tentando parecer fofa.

-Nossa, é perturbador. O Benjamin é realmente a cara e o fusinho do Liam. Até o sorriso é igual –comentei quando ele deixou o Mike Wazowski cair, e começou a rir. Isso fez com que a Lea e a Mel começassem a rir igual umas drogadas (dorgas, não, elas não largaram) e a Dani fechar a cara.

-Obrigada por me lembrar que meu filho não parece meu! Acho bom a sua primeira palavra se “mãe” Ben, se for “pai” a cobra vai fumar! –ameaçou ela apontando o dedo na carinha do Bem, que o pegou e começou a mordiscá-lo.

Depois de pintar minhas unhas,  começou a parte que eu mais odiava no dia. Tomar banho.

Não me leve a mal. Em circunstâncias normais eu gosto de tomar banho, mas agora, era horrível, porque eu não podia fazer isso sozinha, e eu morro de vergonha, mesmo sendo uma mulher quem me dava banho... Entenda a única pessoa que já me viu completamente nua no mundo, tinha sido o Harry... Arg! Odeio minha nova vida.

Passado esse momento horrivelmente desagradável de meu dia, demos um jeito de me arrumar com a roupa (http://www.polyvore.com/starting_again_ali_28/set?id=73424173&lid=2345721) que a Lea e a Mel foram comprar ontem de tarde, como duas viciadas em compras, enquanto eu fiquei com a Dani e o Ben, meu novo brinquedo favorito.

-Ali? –chamou-me o Dr.Bryan entrando em meu quarto pouco antes de eu receber a minha carta de alforria. Ele era a minha pessoa favorita em todo o hospital. O médico era engraçado, e doce, e muito professional ao mesmo tempo.

-Pare de ser falso doutor. Ambos sabemos que nas minhas costas você me chama pomposamente de Srta. Collins –o acusei rindo da careta que ele fez.

-Chamo mesmo! –ele admitiu sorrindo- Você é que é abusada e gosta de apelidinhos –disse ele se sentando ao meu lado, só que na cama.

-Para, eu sei que você vai morrer de saudades de mim. –falei me sentindo a rainha da cocada-preta.

-Vou mesmo –disse o doutor suspirando- Eu te conheço a mais de um ano, e agora você vai ir embora... Tem certeza que não quer ficar mais um pouco? Não quero deixar de ver essa sua carinha de “não fui eu” todo dia –ele disse sem graça.

-Eu também vou sentir sua falta, doutor, mas eu prometo que assim que eu me livrar dessa cadeira de rodas irritante, e quando eu voltar a sustentar a minha própria cabeça, eu vou vir, andando, te ver –prometi deixando ele ainda mais sem graça.

-Jura?

-Juro... Agora é o momento em que eu esticaria meu mindinho pra você –informei fazendo-o rir e pegar o meu mindinho.

-Idiota.

Na saída do hospital, havia um monte de repórteres, câmeras, e principalmente, cookies, que mantinham uma distância impressionante de mim, mas pra minha infelicidade, eu não pude parar, e nem seria útil eu fazer isso na verdade...

-Então, como vai ser? –perguntei dentro da van que estava indo pra casa.

-Como vai ser o que criatura? –perguntou o Louis que estava dirigindo.

-Vocês vão deixar uma pessoa  que nem consegue sustentar a própria cabeça sozinha numa casa inutilmente grande?

-Claro que não, né vadia? –respondeu a Mel, como se quisesse em uma semana gastar todos os xingamentos que ela não usou comigo em um ano.

-Olha a boca! –repreendeu-a a Dani de novo enquanto o Liam tentava não rir.

-Hoje vamos todos ficar com você, e amanhã, vamos ficar no mesmo esquema do começo. Todas na sua casa, mas, com o Ben de tira colo –respondeu a Lea toda feliz tentando convencer o Ben a deixar de morder o celular dela.

-DEMÔNIO, LOUIS! –gritou a Mel quando ele passou por um lombo-de-touro rápido de mais e ela bateu a cabeça dela na janela, fazendo com que o Ben risse.

-Olha a boca! –gritamos juntos fazendo a Dani fechar mais a cara por... Zombarmos discretamente dela.

-Um longo mês nos espera, filho –disse ela com uma cara infeliz extremamente engraçada.

-Deus! Vocês não vão conseguir me vestir assim! –declarei enquanto a Mel e a Lea davam o melhor de si pra me segurar enquanto a Dani tentava me vestir.

-E o que você sugere Gênio? –questionou a Mel, carinhosa e doce como sempre.

-Incrível como você só gosta de xingar quando o Bem tá perto! –reclamou a Dani.

-Talvez uma daquelas enfermeiras que ficam em casa... –sugeriu a Lea na maior boa vontade, me dando uma onda de pânico.

-Não! Não quero nada que me lembre do hospital na minha casa, suas mulas!

-Calma, minha vez de falar agora... E o que você sugere Gênio? –perguntou a Lea bem ironicamente.

Depois de muita discussão, eu estava sendo vestida pelo Zayn e pelo Dere. Discussão, porque eu não queria tanto contato assim com o Harry e porque a Mel achava injusto que tivesse que ser o namorado dela a me ver sem roupa, mas eu tentei argumentar.

-Pensa na Ari, coitada, ela nem tem a chance de consentir a isso!

Ninguém me respondeu.

Bem, vestida (http://www.polyvore.com/starting_again_ali_28_2²/set?id=74702902), finalmente eu estava acomodada na sala, sentada entre o Styles, e o Malik (ele estava sendo um fofo comigo com tudo o que estava acontecendo agora), esperando que o Niall e o Derek chegassem com as benditas pizzas.

-Tô com fome –reclamei fazendo o Lou abrir um sorriso que parecia que ia rasgar suas bochechas.

-Que saudades de te ouvir reclamar de fome. Isso é musica pros meus ouvidos –disse ele feliz batendo palminhas.

-E você pagando de bicha! –acusou o Zayn tentando impedir o Bem de espancar o rosto dele. Ele não conseguiu.

-Calem a boca vocês! –repreendeu o Liam, ainda sendo o Daddy- Tá, quando começa sua fisioterapia, Biscoita? –perguntou ele pegando a Dani no colo. Como eles podiam estar ainda mais fofos do que um ano antes?

-Amanhã mesmo, ai depois à tarde eu vou à fonoaudiologia, e depois uma entrevista por telefone. Depois disso, minha vida tem fisioterapia e fonoaudiologia todo dia, com entrevistas, reuniões a e aulas de musica ocasionais –respondi animada.

-Arg! Fico cansada só de pensar nisso tudo! –disse a Lea se jogando em cima do Boo Bear.

-SOLTA O MEU HOMEM! –gritou o Harry quase se jogando em cima de mim pra tacar uma almofada na Lea, que desviou por pouco a almofada, mas esse pequeno ato, fez com que eu tombasse de lado igual uma tartaruga sem conseguir me levantar- Opa! Desculpe –e ele me colocou de volta no meu lugar.

 -Enfim –comecei ignorando o fato de eu não conseguir nem me levantar-, a minha vida vai ser muito agitada de agora em diante, até porque, quando eu puder andar lindamente, vou começar a minha turnê que eu deixei pendente, mas agora, vou fazê-la maior, pra compensar as Cookies- comentei cheia de orgulho.

-Percebi, você nem vai ter tempo pra sentir nossa falta –disse o Boo Bear fazendo carinha de cachorro que caiu do caminhão.

-Azar o nosso, isso sim! Que vamos ter que ficar acompanhando ela –reclamou a Mel, mas logo, me mandou um beijo quando eu a olhei “feio”.

Quando o Nini e o Dere (finalmente!) chegaram com as benditas pizzas de lombo canadense, começou outra discussão, da qual dependia a paz mundial. Que filme ver?

-MARLEY & EU! –gritei, e evidentemente, perdi a discussão, porque ninguém me ama. Mentira, eles me amam sim.  Acabamos vendo Gente Grande, ou seja, choramos de rir do começo ao fim do filme.

-AI, tô cheia –falei engolindo um ultimo pedaço de pizza.

-E eu tô com os dedos todos mordidos por sua culpa! –reclamou o Harry com aquele maldito sorriso bobo no rosto que eu amava...

Foco Alicia, foco!

-Tenho que ir agora, moro longe e amanha tenho que trabalhar cedo –anunciou o Dere se levantando- Volto amanha pra ficar com vocês e... Ali... Abre isso... Depois.

Ele entregou-me o envelope azul, beijou minha testa, e foi embora, me deixando ainda mais curiosa com a gravidade em sua voz.

-A gente tem que conversar –declarou o Harry quando ficamos sozinhos na sala.

-Não temos não. Não agora –respondi sem desviar os olhos da televisão, que passava um vídeo da Gabrielle Aplin.

-Por que não, Ali? Eu vou embora amanha de manhã, e eu te esperei por um ano! Eu deixei tudo de lado por um ano pra estar com você! Agora É o momento certo de conversar –disse ele mandão.

-É mesmo? E quem te pediu pra ficar comigo, otário? Eu com certeza não fui. Não sei se você notou, mas eu estava seguindo sem você. Obrigada por ter ficado comigo, mas não me sinto em divida com você, e agora, você vai me obrigar a conversar? Falou então machão. Me obrigue –joguei tudo na cara com um nó se formando em minha garganta, fazendo com que ele se calasse , e fazendo com que eu, estranhamente, me sentisse extremamente culpável- Olha, eu não quero brigar com você, não quero discutir, nada disso. Se tudo der errado eu ainda dependo dos outros pra levantar um copo, e isso não é certamente justo. Paciência, você esperou nove meses pra nascer, espere um pouco mais.

-Quando, então?

-Dê tempo ao tempo. Talvez o tempo cure tudo, e possamos pular a conversa. Talvez tudo seja esquecido. Ou talvez não precisemos conversar porque não sejamos tão imprescindíveis um na vida do outro. Apenas espere.