Fanfic: Não me abandone jamais | Tema: Homossexualidade

Ver Paulie se despindo bem na minha frente me deixava... com medo. Parece bobo, mas, naquele momento insano, pensei se, o que escolhi, era o certo. Paulie é uma garota, assim como eu. Nunca poderei ter filhos que se pareçam conosco e nunca seremos unanimidade. Também tive medo de perdê-la. Mais uma vez. Ela é meu porto seguro, minha capela, meu patuá. Naquele momento, pensei em tudo o que diria à minha irmãzinha sem escrúpulos e a meus pais, aqueles bonecos de cêra, que eu preferia que ainda estivessem empacotados. "Olá papai, mamãe e Ally; esta é a minha namorada: Paulie!" Seria patético. Mas real. Será.

Paulie: O que houve? Não vai entrar?

Tori: Claro... só um minuto.

Paulie: Vamos logo com isso, não tem graça sem você.

Eu, ainda um pouco apática com aquela cena - era inédito olhar o corpo dela à luz do dia. E como era lindo! -, fui tirando minhas roupas lentamente, olhando no fundo dos olhos dela. Nunca me sentira assim antes.

Tori: Nossa, a água está uma delícia!

Paulie: E você também.

Tori: Paulie, por favor... (risos)

Fui me aproximando com certa hostilidade, como se um humano leigo se aproximasse de um falcão feroz. Com calma, fui envolvendo-a em mim, seus seios tocaram os meus e, então, senti algo ferver dentro de mim. Tudo o que eu queria era entender por que Paulie me deixava assim. 

Tori: Paulie, preciso te dizer uma coisa.

Paulie: O que?

Tori: Quero te agradecer. Por tudo. Quero dizer, um dia eu te disse que era preciso amadurecer e enxergar que isso é totalmente errado. A todo momento, fui remando contra a maré, te evitando e te tratando com desdém. Hoje eu vejo que, na verdade, o amadurecimento veio quando decidi amar você sem as restrições, sem me importar com a opinião alheia. É pecado amar?? 

Paulie: E quando deicidiu isso?

Tori: Quando eu te vi aqui, agora, nua. Soube que você é o certo pra mim, mesmo não sabendo o conceito bruto de ``certo e errado``. Tive um pavor tão imenso de deixar esse tempo passar e te perder para sempre... não de novo. 

Paulie: Então... você irá contar para todos?

Tori: À minha família, sim. Às meninas daqui... deixe que elas vejam quem nós somos. Essa coisa de ``lésbica`` é um rótulo dos mais feios, o qual eu me recuso a usar. Por favor, não somos lésbicas. Somos amantes. Nos amamos. E ponto.

Paulie: Ira total.

Ali, diante daquela dádiva da natureza, eu e ela tivemos nosso ápice amoroso. Foi a melhor sensação da minha vida! Os dedos de Paulie pareciam dedilhar as teclas de um piano em meu corpo. Sua mão permaneceu em meu seio, como se ele fosse uma pedra preciosa que nunca poderia cair no chão. Seus lábios percorriam meu pescoço, meus ombros e em seguida, a pedra preciosa. E eu... eu já flutuava, e as palavras começam a faltar. Foi indescritível. A água, por ela mesma, ia me levando até as pedras, até uma grande. Sentei-me nela, Paulie acariciando minhas pernas. Abriram-se involuntariamente, como numa coreografia muito bem ensaiada. Paulie queria tocá-la, mas antes me olhou, pedindo permissão. Apenas sorri, e lá foi ela. Ela me fez experimentas um outro lado do sexo: seus dedos exploravam meu interior como aqueles pequenos beijos que dávamos seguidamente. Aquilo me levou a uma outra dimensão, ah, não sei. Só sei que sou a menina mais feliz do mundo por ter alguém como Paulie. Que ela faça sexo comigo para sempre.