Fanfic: Não me abandone jamais | Tema: Homossexualidade

"Tirai-me o sexo, enchei-me da cabeça aos pés da mais horrível crueldade. Espessai meu sangue, prevenindo todo acesso e passagem ao remorso para que nenhuma batida compungida da natureza abale minha sórdida determinação. Vinde aos meus seios e fel bebei por leite, auxiliares do crime, donde vossas substâncias incorpóreas sempre espreitam desgraças. Vem, noite tenebrosa, e te reveste do mais espesso fumo do inferno, para que meu punhal não veja o golpe que vibrará, nem possa o céu ver nada através da escuridão para gritar: `Detém-te!`"

Como nas cenas dos filmes, Paulie acendeu um cigarro e, recostada na pedra, envolveu-me, desta vez ela, apoiando seu queixo em meu ombro. Virei a cabeça imediatamente e dei um beijo em sua testa. Paulie sorriu aquele sorriso irresistível, minhas mãos caminharam até as dela e dei um apertão: jamais me solte ou me deixe ir embora.

Tori: Paulie, Paulie... você me enlouquece.

Paulie: Sei disso. Foi muito gostoso.

Tori: Não, digo... você me enlouquece de verdade. Por mais que o tempo passe, sempre que olho para você... é como se fosse a primeira vez. Me apaixono mais a cada dia e sinto que ficamos mais fortes a cada manhã. E, quando estamos a sós, tenho medo de não ser o suficiente. 

Paulie: Tori. - ela sussurrou, virando-me de frente - Nunca mais diga isso, ok? Você sempre será suficiente para mim, seja qual for a minha necessidade. Eu não quero que se sinta culpada. O que não faltam aqui são garotas. Mas você é a minha garota.

Tori: E como vai ser quando sairmos daqui? Falta apenas um ano... e nas férias do mês que vem? Como vamos fazer?

Paulie: Dê tempo ao tempo, Tori. Ficaremos juntinhas, tá? Eu prometo.

Nos olhamos por alguns instantes e, de repente, eu abri um sorriso e joguei água nela. Irada, Paulie me devolveu, gargalhando. A guerra de água durou alguns segundos, encerrando-se com um beijo.

Tori: Vamos, se não perderemos a hora do almoço. E ainda temos que trocar as roupas. Hoje é panqueca de amora, eu acho.

Paulie: Hahahaha, meu Deus!

Saímos da cachoeira, nos enxugamos e voltamos correndo para Perkins. Chegando lá, vimos que as aulas ainda não haviam terminado. Isso significa que não poderíamos entrar pela porta da frente. Graças ao estinto predador de Paulie, achamos aquelas escadas pequeninas nos fundos do prédio. A subida foi uma comédia.

Tori: Paulie, tem certeza de que é seguro?

Paulie: Continue subindo, anda! - Paulie tirava proveito do meu lado atrapalhado para olhar pra minha bunda.

Tori: Paulie, você acha que eu sou demente? Eu sei que está olhando meu bumbum! Hahahahaha

Paulie: Você acha que sou esse tipo de pessoa? - retrucou, tentando prender o riso.

Tori: Acho! - respondi logo... e começamos a rir.

Paulie: Ai, ai... Poxa, já fiz 100 anos! - ela reclamava da minha lentidão.

Tori: Para! Hahahaha

Paulie: Ah, finalmente! Olhe e aprenda - Paulie subiu em sua natural lepidez e agilidade. Detalhe: sem se cansar.

Tori: Você é surreal!

Paulie: Sou um falcão.

Entramos em todas as passagens que Paulie conhecia até chegarmos no quarto, sã e salvas, sem sermos descobertas. Para agilizar, tomamos banho juntas. Uma síntese do que ocorreu na cachoreira.