Fanfic: Não me abandone jamais | Tema: Homossexualidade

Entramos pelo refeitório, como sempre, mas, desta vez, abraçadas. Paulie era totalmente minha e eu dela. Meus olhos procuravam por Ally. Queria só ver a cara daquela pirralha verruguenta. Era engraçado ver aquelas meninas passando por nós com nojo e desaprovação. Mas nada nos atingia.

Tori: Paulie, viu a Ally?

Paulie: Não, o que ela fez?

Tori: Nada, só queria saber se você a viu.

Paulie: Não... espera aí! Não está fazendo isso só pra socar o orgulho que sua irmã tem de você, né?

Tori: Que ideia, por que eu faria isso?

Paulie: Não sei, você é meio geniosa.

Tori: Cala a boca, você não sabe de nada, Pauline.

Ally: Olá, meninas. - ela já foi se sentando. Nunca se acostumou com os gitos que dávamos para expulsá-la. 

Tori: Como vai, irmãzinha?

Ally: Vou muito bem... e aí, como vai o Jake?

Paulie: Jake Hollander está ferrado. Eu o ferrei.

Ally: Não falei com você, sua pedófila.

Paulie: Uau! Que insulto! Do que mais vai me xingar, hein, Hannah Montana? Essa é boa.

Tori: Ally, por favor, Paulie merece respeito.

Ally: Não respeito quem não te respeita. Como vai seu namoro com o Jake?

Tori: Nós terminamos. Eu terminei com ele, na verdade.

Ally: Por que? Você está louca? Jake é lindo, gentil e inteligente. Você é uma tola mesmo.

Tori: Acho que ele não faz muito meu tipo - nesse momento, dei uma rápida olhada para Paulie, com um sorriso discreto - e... Aliás, o que você tem a ver com isso? A vida é minha tenho 17 anos e já sei me cuidar.

Ally: Só queria ajudar.

Paulie: Fora daqui, antes que eu lhe puxe pelos cabelos, sua pré-adolescentezinha ordinária.

Ally: Do que você me chamou?

Paulie: Quer mais? Posso te fazer sair chorando... ou pode se levantar e ir numa boa. E aí?

Ally: Tori... você não vai fazer nada? - sua voz já estava chorosa, e seus olhos cheios de lágrimas.

Tori: Allyson, saia.

Ally: Tori! Está deixando ela te manipular??

Tori: Estamos juntas.

Ally: COMO?!

Paulie? FORA DAQUI, FORAAA!

Tori: Ally, eu e Paulie...

E Ally saiu chorando, pasma e decepcionada comigo. Daqui em diante seria só uma questão de tempo até ela me aceitar de novo. Era incrível como nem aquilo me abalava. Nosso amor estava construindo uma fortaleza indestrutível na frente do meu coração. É claro que, às vezes, me dava vontade de chorar, mas aí eu olhava Paulie sorrir e tudo voltava a fazer sentido e valer a pena.

Minha cabeça estava deitada em seu ombro, quando a Mrs. Vaughn chegou:

Vaughn: Meninas! Atenção, por favor! Alô! Obrigada. Gostaria de parabenizar todas vocês pelos ótimos resultados nos testes desse bimestre. E uma pessoa em especial: Victoria Moller! Pelo ótimo desempenho em Matemática e Mary Bedford em Literatura. Como prêmio, o corpo docente decidiu dar-lhes um fim de semana fora. Podem visitar suas famílias, matar as saudades, ir a bon restaurantes, enfim. Façam as malas e partam pela noite. Obrigada pela atenção.

Todas nós comemoramos, nos abraçamos e muitas pessoas vieram falar comigo sobre minha tal melhora nas notas. Não é nenhum segredo que eu sempre fui péssima com números (bem, era até Eleanor me chamar para resolver o problema no quadro). Se não fosse a ajuda de Paulie...

Paulie: Viu, Tori? Eu disse que conseguiria! 

Tori: ...Não sei o que faria sem você, amor. Mas então, o que quer fazer no fim de semana? Poderíamos procurar sua mãe, não é? Temos hoje, sábado e domingo. 

Paulie: Não. Não quero olhar na cara daquela quenga. Seria demais pra mim.

Tori: Mas Paulie, seira melhor, não? Acaba de uma vez com esse sofrimento! Ela pode ser legal, mas passa por momentos difíceis. Dê uma chance a ela.

Paulie: Chance? Ela nunca me deu uma chance, e isso foi tudo o que eu sempre pedi! Ela deve estar achando que a vida foi super fácil pra mim.

Tori: Então faça isso por você.

Paulie: FICOU MALUCA???

Tori: Não grita comigo, tá? Só estou tentando te ajudar. Vamos jantar com meus pais, então. Quero que eles conheçam quem eu realmente sou e quem me faz feliz. Minha namorada.

Paulie: Sou sua... namorada?

Tori: Também. Hahahahaha