Fanfic: Painting A Dream | Tema: One Direction

Acordo no meio da noite, em função de um sonho. Sentada em cima da cama, desejo não ter acordado. O sonho era lindo, e eu sonhei com ele. Liam, é necessário admitir que ele está em minha mente. Acho que estou apaixonada. Depois de muito tempo, apaixonada.

        Ainda na cama começo a voar em meus pensamentos. Tento me lembrar quando foi à última vez que estive apaixonada. Há muito tempo, nem morava em Londres ainda. Vasculho minha memória e tudo volta a minha mente. Lembro dele, do seu nome e dos bons momentos que passamos juntos. Me pergunto porque havíamos terminado, mas logo as lembranças ruins começam a aparecer.

Nos primeiros meses ele era o namorado perfeito. Aquele com quem eu sonhava. Atencioso, querido, engraçado e romântico. De repente, ele mudou de posição. Se tornou grosso, mal educado e não se importava mais comigo. Além disso, me pressionava a dormir com ele todas as noites. Me fez fazer coisas do qual não me orgulho e também não quero me lembrar.  Balanço a cabeça tentando afastar as lembranças ruins.

De repente, me pego vasculhando novamente a minha memória, procurando, mais uma vez, o sorriso de Liam. Ele sim é reconfortante. E lindo. Na verdade, tenho que admitir que seu nome causou um certo impacto sobre mim. Tenho impressão que já o conheço de algum lugar, mas fiquei revirando a memória procurando alguém com o mesmo nome e aparência que Liam durante todo o caminho de volta para casa e não lembrei de nada.

Minha mente se frustra cada vez mais. Então lembro-me do sonho. Começa quando sinto alguém me puxando pela mão. Liam. Ele me encara, com um pequeno sorriso no canto da boca, e então me beija. E fico sentindo o beijo. O sonho é curto, simples, confuso, porém demonstra tudo que desejo nesse segundo. Amor. Ou talvez até mesmo ele.

Mais uma vez, balanço a cabeça na esperança de afastar esses pensamentos. Ele tem namorada. Ele gosta dela. E por mais que eu não goste dela, ela o faz feliz. Isso é bom para ele, e é um bom argumento para eu deixar de pensar nele.

- Ive! Ive, corre aqui bebê! - Eu grito, e logo em seguida uma grande e sonolenta cadela deita em minha cama. Nesse instante, mais uma vez, percebo o quanto eu necessito da Mary. Do seu abraço a das suas palavras reconfortantes.

Acordo e logo consigo sentir o cheiro de panquecas com cobertura de morango, as preferidas da Mary. Corro até a cozinha onde a encontro com seu avental florido e em frente ao fogão. Não consigo esconder a minha felicidade.

- Mary! - Corro até ela e lhe dou um forte abraço. Tudo o que eu precisava.

- Acho que nunca senti tanto amor em um abraço seu. O que houve? - Ela tenta se soltar do meu abraço, mas eu não deixo. Ela tem razão quando diz sobre o amor e os abraços. Não que eu não gosto dela, mas não é meu estilo. Eu sou afetiva de uma maneira diferente e ela entende, mas justamente quando precisei de seu abraço eu não o consegui. Precisava compensar isso. - Tudo bem... A gente continua se abraçando. É sério aconteceu alguma coisa.

Ela me força a soltá-la, pega minha mão e me faz sentar no sofá ao seu lado. Começo a contar o que aconteceu, ainda sem chegar ao Liam, mas sou interrompida pelo celular da Mary, que começa tocar. Reconheço a música, é da One Direction, a banda preferida dela. Quando um dos garotos começa a cantar, a primeira coisa que me vem à cabeça é Liam. A voz dos dois é igual. E então a ficha cai.

- Desculpa, a minha mãe só queria saber se tinha chegado bem em casa. Pode continuar...

- Não! Meu Deus Mary! - Eu grito para ela. Minha mente trabalhando. A voz era igual, Liam e o cantor. - Mas não, não pode ser. - Diminuo um pouco meu tom de voz. Mas era impossível o cantor famoso sair por uma praça aberta só pra comemorar o aniversário de namoro com a namorada.

-O quê?

-Como é o nome do cantor daquela banda... A que tu gosta! Da One Direction!

- Qual? Meu Harry Styles?  - Ela ri, mas para quando percebe a minha cara preocupada, talvez paranóica. Nego com a cabeça - O Zayn Malik? Niall Horan? Louis Tomlinson?  - Nego todos. - Bom, só sobrou o Liam. É ele?

Agora começa a fazer sentido. Tudo voltou ao normal. Eu não me apaixono. Eu não sou apaixonada, sou idiota. A garota apaixonada pelo astro. Que clichê.

- Olá? Será que dá pra começar a ser clara? Eu não te entendo mais! - Com o grito, Mary me faz voltar ao mundo. Conto tudo a ela, como ela gosta, aos mínimos detalhes. Apesar de uma ótima irmã mais velha responsável, Mary tem cabeça de escritora. Meio avoada. Para ela tudo aquilo dava uma ótima história. - Que perfeito, Mona! E então, quando vocês vão se encontrar de novo?

-Mary... Eu sei que em um filme, em um livro ou em outro lugar, isso seria lindo. Mas aqui é a vida real. Eu nunca vou ficar com ele. - Ela me olha com aquelas duas pérolas negras brilhantes que ela chama de olhos. Faço uma pausa, é doloroso dizer isso a ela. Acabar não só com as suas esperanças como as minhas, no fundo eu desejava que esse fosse mais um livro que a Mary tanto ama, para poder acabar ao lado dele no final. Mas para não sofrer mais, é necessário que eu admita a mim mesma que essa é a vida real, então começo a gritar. - Essa é a vida real, tudo bem? Então é bom parar de sonhar com coisas que nunca vão acontecer, porque assim, você só se destrói mais! - Ela começa a chorar e eu reprimo meu choro. - Já chega. Vou dormir.

- Mas Mona... Você acabou de acordar. - Saio da sala rápido o suficiente para ouvir suas palavras e para não deixá-la me ouvir mais. Porque nesse instante, eu desabo e não consigo mais reprimir o choro.