Fanfic: A submissa Vondy 1º e 2º Temporada | Tema: vondy

Caraças! Não conseguia sequer analisar a lista de comida. Engoli em seco, com a boca a saber-me a papel e voltei a ler. Como é que eu podia aceitar aquelas coisas todas? E aparentemente era para meu benefício, para explorar a minha sensualidade, e os meus limites _ em segurança _ por favor, escarneci, irritada.  Servir e obedecer em todas as coisas. Em todas as coisas! Abanei a cabeça, incrédula. Aquilo deu cabo de mim. Só três meses _  era por isso que já tinham sido tantas?  Não ficava muito tempo com elas? Ou elas ao fim de três meses já estavam fartas? E todos os fins de semana? Era demais. Nunca veria a Anahí nem os meus amigos.  Talvez devesse reservar um fim de semana para mim própria. Talvez quando estivesse com a menstruação. Parecia uma ideia... prática. Ele era meu dono! Podia dispor de mim como quisesse. Estremeci ao pensar na hipótese de ser chicoteada. O açoitamento provavelmente não seria tão mau, mas seria humilhante. E amarrada? Bem, ele tinha-me amarrado as mãos e tinha sido... bom, tinha sido quente, por isso talvez não fosse assim tão mau. Não me ia emprestar a nenhum Dominador _ bem podia ter a certeza disso! Não podia olhá-lo nos olhos. Um pouco esquisito, não era? Lembrei-me do olhar dele, escaldante, e apertei as coxas, uma contra a outra, contorcendo-me. E não lhe podia tocar. Bem, ali não havia surpresa. E aquelas regras patetas... Não, eu não conseguia fazer aquilo. Pus a cabeça entre as mãos. Aquilo não era maneira de ter uma relação. Precisava de dormir. Estava toda partida. E mentalmente... fogo, não era pêra doce. Como diria o José, era de lixar os neurónios. Talvez de manhã não parecesse uma piada de tão mau gosto. Levantei-me e mudei-me rapidamente. Fui para o quarto de banho de t-shirt e calções de dormir e lavei os dentes. Olhei para a minha imagem no espelho. A minha deusa interior pulava, a bater palmas como uma criança de cinco anos. Por favor, vamos fazer isto... senão ainda acabamos sozinhas com um monte de gatos e os teus romances clássicos a fazer-nos companhia. O único homem por quem eu me tinha sentido atraída, e o tipo aparece-me com um raio de um contrato, um chicote de fitas e todo um mundo de problemas. Bem, pelo menos eu tinha tido o que queria no fim de semana. Corei com a memória das mãos dele em mim, o corpo dele dentro do meu. Fechei os olhos pra sentir o familiar e delicioso contrair dos meus músculos lá em baixo, bem lá dentro.  Queria fazer aquilo outra vez. Talvez se conordasse só com o sexo... ele alinharia? Suspeitava que não. Voltei para o quarto. Aquilo ultrapassava a minha capacidade reflexiva. Precisava de uma cabeça fria _ abordar a questão depois de uma noite bem dormida. Pus os ofensivos decumentos na mochila. Amanhã... amanhã é outro dia. Subi para a cama, apaguei a luz e deitei-me a olhar para o teto. Oh, desejei nunca o ter conhecido. A minha deusa interior abanou a cabeça. Elka e eu sabíamos que era mentira, pois nunca me tinha sentido tão viva como me sentia naquele momento. Fechei os olhos e deixei-me cair num sono pesado.