Fanfic: A submissa Vondy 1º e 2º Temporada | Tema: vondy

De: Christopher Uckermann
Assunto: Onde estás?
Data: 27 de Maio  22:14
Para: Dulce Maria

"Estou no trabalho. Mando-te um e-mail quando chegar a casa."

Ainda estás no trabalho ou encaixotaste o teu telefone, o Blackberry e o teu computador?

Telefona-me, de contrário poderei ver-me obrigado a telefonar ao Poncho.

Christopher Uckermann.

"Bolas... o José... merda."

Agarrei no telemóvel. Cinco chamadas não atendidas e uma mensagem de voz. Era o Christopher.

" Acho que tens de aprender a corresponder ás minhas expetativas. Não sou um homem paciente. Se dizes que me vais contactar quando saires do trabalho, deverias ter a decência de o fazer, de contrario eu fico preocupado e como não estou familiarizado com essa sensação, não a tolero bem. Telefona-me." 

Duas vezes bolas. Será que nunca me iria dar um momento de descanso? Fiz uma careta para o telefone. Ele estava a sofocar-me. Percorri a lista de contactos até ao número dele, com uma profunda sensação de pavor e crescer-me no estômago e carreguei na tecla de chamar. Senti o coração na boca enquanto esperava que ele atendesse. Provavelmente apetecia-lhe dar-me uma valente sova. A ideia era deprimente.

Chris: Olá. _ disse ele, brandamente, e a resposta apanhou-me de surpresa pois contava com a sua raiva. Pelos menos parecia aliviado.

Dulce: Olá. _ murmurei.

Chris: Estava preocupado contigo.

Dulce: Eu sei. Desculpa não ter respoondido, mas estou bem.

Ele fez uma breve pausa.

Chris: Tiveste uma noite agradável? _ a sua voz era fria.

Dulce: Sim. Acabámos de encaixotar as coisas e eu e a Anahí comemos comida chinesa, com o José. _ fechei os olhos com força, ao proferir o nome do José, mas Christopher não disse nada.

Dulce: E tu? _ perguntei para aliviar aquele silêncio. Não permitiria que ele me dizesse sentir culpada por causa do José.

Chris: Fui a um jantar de recolha de fundos. Foi extremamente entediante. Vim-me embora assim que pude.

Parecia triste e resignado. Senti o coração apertado. Imaginei-o sentado ao piano da sua enorme sala de estar, há muitas noites atrás, recordando a insuportável melancolia triste da música que tocava.

Dulce: Quem me dera que estivesses aqui. _ sussurrei, sentindo vontade de o abraçar, embora ele não me permitisse. Desejava a sua proximidade.

Chris: Gostavas? _ murmurou brandamente. Caramba, isto nem parecia dele.

Dulce: Sim. _ sussurrei. Séculos depois, ele suspirou.

Chris: Vemo-nos no domingo?

Dulce: Sim, no domingo. _ murmurei, sentindo a emoção percorrer-me o corpo.

Chris: Boa noite.

Dulce: Boa noite, senhor.

A minha abordagem apanhou-o desprevenido, apercebi-me disso pela forma como arfou profundamente.

Chris: Boa sorte com a tua mudança, amanhã, Dulce. _ falava num tom de voz brando e ficámos ambos pendurados ao telefone, como dois adolescentes. Nenhum dos dois queria desligar.

Dulce: Desliga tu. _ sussurrei, sentindo finalmente o seu sorriso.

Chris: Não, desliga tu. _ e eu percebi que ele estava a sorrir.

Dulce: Não quero.

Chris: Eu também não.

Dulce: Estavas muito zangado comigo?

Chris: Estava.

Dulce: Ainda estás?

Chris: Não.

Dulce: Então não me vais castigar?

Chris: Não. Hoje estou genroso.

Dulce: Já tinha reparado.

Chris: Pode desligar agora, Dulce.

Dulce: Quer mesmo que eu o faça, senhor?

Chris: Vai para a cama, Dulce.

Dulce: Sim, senhor.

Ambos ficámos em linha.

Chris: Achas que alguma vez conseguirias fazer o que te mandam? _ estava divertido.

Dulce: Talvez, veremos depois de domingo. _ carreguei na tecla e desliguei.