Fanfic: A submissa Vondy 1º e 2º Temporada | Tema: vondy

Confiro meu reflexo no espelho. Que diferença um dia pode fazer. Minhas bochechas estão coradas, meus olhos, radiantes. É o efeito Christopher Uckermann. Uma simples troca de e-mails com ele faz isso com qualquer garota. Sorrio para o espelho e ajeito a camisa azul-clara — a que Taylor comprou para mim. Também estou usando minha calça jeans favorita hoje. A maioria das mulheres no escritório usa calça jeans ou saias leves. Vou precisar investir em uma ou duas saias soltinhas. Talvez faça isso este fim de semana e desconte o cheque que Christopher me deu por Wanda, o fusca.

Assim que saio do prédio, ouço chamarem meu nome:

xxx: Srta. Dulce?

Viro-me e vejo uma jovem pálida se aproximar de mim cautelosamente. Parece um fantasma: tão branca e tão estranhamente vazia.

xxx: Srta. Dulce Maria? — repete ela, e suas feições permanecem estáticas, embora esteja falando.

Dulce: Sim?

Ela para, encarando-me a cerca de três metros na calçada. Olho para ela, paralisada. Quem é? O que ela quer?

Dulce: Posso ajudar? — pergunto. Como ela sabe meu nome?

xxx: Não... Eu só queria ver você. — Sua voz é estranhamente sedosa.

Como eu, ela tem o cabelo escuro contrastando fortemente com a pele clara. Seus olhos são castanhos feito uísque, mas opacos. Não transmitem nenhum resquício de vida. Seu belo rosto está lívido e marcado pela tristeza.

Dulce: Desculpe, estou em desvantagem — digo, tentando ignorar o formigamento que corre por minha coluna numa espécie de alerta.

Olhando de perto, ela parece estranha, descabelada e descuidada. Suas roupas estão largas, inclusive o casaco de marca que usa sobre elas. Ela ri, produzindo um som estranho e dissonante que só faz alimentar a minha ansiedade.

xxx: O que você tem que eu não tenho? — pergunta, com tristeza.

A ansiedade se transforma em medo.

Dulce: Sinto muito, quem é você?

xxx: Eu? Eu não sou ninguém. — Ela levanta o braço e passa a mão pelo cabelo, na altura dos ombros, e, à medida que faz isso, a manga de seu casaco sobe, revelando um curativo sujo em volta do pulso.

Puta merda.

xxx: Tenha um bom dia, Srta. Dulce. — Ela se vira e caminha pela rua, e continuo imóvel no meio da calçada. Eu a observo enquanto sua frágil silhueta desaparece de vista, perdida entre as pessoas que saem dos escritórios.

O que foi isso?

Confusa, atravesso a rua na direção do bar, tentando assimilar o que acabou de acontecer, mas meu inconsciente ergue sua cara feia e grita comigo: Ela tem algo a ver com Christopher. O bar Anos Cinquenta é um ambiente fechado e impessoal, com flâmulas e cartazes de beisebol pendurados na parede. Jack está junto ao balcão com Elizabeth, Courtney, o outro editor, dois caras do setor financeiro e Claire, da recepção. Claire está usando argolas prateadas, sua marca registrada.

Jack:Oi, Dulce! — Jack me entrega uma garrafa de Budweiser.

Dulce: Saúde... obrigada — murmuro, ainda abalada pelo encontro com a Garota-Fantasma.

Todos: Saúde — brindamos, e ele continua sua conversa com Elizabeth.

Claire sorri para mim com gentileza.

Claire: Então, como foi sua primeira semana? — pergunta ela.

Dulce: Foi boa, obrigada. Todo mundo é muito gentil.

Claire: Você parece muito mais feliz hoje.

Dulce: É sexta-feira — respondo rapidamente. — E então, o que vai fazer neste fim de semana?

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