Fanfic: A submissa Vondy 1º e 2º Temporada | Tema: vondy

Christopher abre a boca e então a fecha novamente, fazendo uma cara feia para mim. Eu o encaro de volta. Enquanto nos enfrentamos, a atmosfera no carro mergulha de cálida com toques de doce reconciliação para gélida e repleta de palavras não ditas e possíveis recriminações. Felizmente, a desconfortável viagem não dura muito tempo, e Taylor encosta o carro diante do meu prédio. Saio às pressas, sem esperar que ninguém abra a porta para mim, e ouço Christopher murmurar para Taylor:

Chris: Acho que é melhor você esperar aqui.

Eu o sinto de pé atrás de mim, bem perto, enquanto me esforço para encontrar as chaves da porta da frente na bolsa.

Chris: Dulce — diz ele com calma, como se eu fosse um animal selvagem encurralado.

Suspiro e me viro para encará-lo. Estou com tanta raiva que ela chega a ser palpável, uma entidade das trevas que ameaça me sufocar.

Chris: Primeiro, já faz tempo, tempo demais, aliás, que não como você. E segundo, eu queria entrar no mercado editorial. Das quatro editoras de Seattle, a SIP é a mais rentável, mas está no seu limite e vai acabar ficando estagnada. Ela precisa se diversificar.

Eu o encaro friamente. Seu olhar é intenso, ameaçador até, mas sensual como o diabo. Eu poderia me perder em sua profundeza de aço.

Dulce: Então você é meu chefe agora — rebato.

Chris: Tecnicamente, eu sou o chefe do chefe do seu chefe.

Dulce: E, tecnicamente, isso é uma torpeza moral das mais baixas, o fato de eu estar fodendo com o chefe do chefe do meu chefe.

Chris: No momento, você está discutindo com ele. — Christopher faz uma cara feia.

Dulce: Isso porque ele é um idiota — exclamo.

Christopher recua, atordoado. Ai, merda. Será que fui longe demais?

Chris: Idiota? — murmura ele, as feições adquirindo uma expressão divertida. Porra! Estou morrendo de raiva de você, não me faça rir!

Dulce: Isso mesmo. — Luto para manter meu olhar de indignação moral.

Chris: Idiota? — pergunta Christopher novamente. Desta vez, seus lábios se contorcem num sorriso reprimido.

Dulce: Não me faça rir quando estou com raiva de você! — grito.

E ele sorri, um sorriso deslumbrante, cheio de dentes, um modelo de perfeição, e eu não consigo evitar. Sorrio também e, então, caio na gargalhada. Como eu poderia não ser afetada pela alegria presente naquele sorriso?

Dulce: Só porque estou com esse sorriso idiota na cara não significa que eu não esteja morrendo de raiva de você — murmuro ofegante, tentando suprimir minha risada infantil de líder de torcida.

Embora eu nunca tenha sido líder de torcida, o pensamento amargo atravessa minha mente. Ele se inclina, e eu acho que vai me beijar, mas não o faz. Enfia o rosto em meu cabelo e inspira profundamente.

Chris: Como sempre, Srta. Dulce, você é surpreendente. — Ele volta o corpo para trás, para me encarar, os olhos brilhando cheios de humor. — E então, vai me convidar para entrar ou vou ficar de castigo por exercer o meu direito democrático, como cidadão norte-americano, empreendedor e consumidor, de comprar o que eu bem entender?

Dulce: Você falou com o Dr. Flynn sobre isso?

Ele ri.

Chris: Você vai me deixar entrar ou não, Dulce?

Tento lançar um olhar relutante — morder o lábio ajuda —, mas estou sorrindo quando abro a porta. Christopher se vira e acena para Taylor, e o Audi dá partida.

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SOPHIAVONDY