Fanfic: A submissa Vondy 1º e 2º Temporada | Tema: vondy

Caminho apressada e discretamente, espero, na direção da lanchonete. No entanto, quanto mais me aproximo, mais tenho um sentimento assustador de que estou sendo seguida, e não sei se é a minha paranoia exagerada ou se é realidade. Merda. Espero que não seja Belinda com uma arma. É só a sua imaginação, diz meu inconsciente. Quem iria querer atirar em você? Em quinze minutos, estou de volta, sã e salva, mas aliviada. Acho que a paranoia extrema de Christopher e sua vigilância superprotetora estão começando a me afetar. Enquanto entrego o almoço de Jack, ele me olha por trás do telefone.

Jack: Obrigado, Dulce. Já que você não vem comigo, vou precisar que trabalhe até mais tarde. Precisamos desses resumos prontos. Espero que você não tenha planos. — Ele sorri para mim calorosamente, e eu fico vermelha.

Dulce: Não, tudo bem — digo com um sorriso e o coração apertado.

Isto vai dar problema. Christopher vai pirar, tenho certeza. Ao voltar para minha mesa, decido não lhe dizer imediatamente, caso contrário, ele pode ter tempo para interferir de alguma forma. Eu me sento e como o sanduíche de salada de frango que a Sra. Jones preparou para mim. Está uma delícia. Ela faz um sanduíche muito bom. Na certa, se eu morasse com Christopher, ela prepararia meu almoço todos os dias da semana. A ideia é inquietante. Nunca sonhei com a riqueza obscena nem com todos os luxos que vêm com ela; só com o amor. Encontrar alguém que me amasse e não tentasse controlar cada movimento meu. O telefone toca.

Dulce: Escritório de Jack Hyde...

Chris: Você me garantiu que não sairia — Christopher me interrompe, a voz fria e dura.

Meu coração afunda pela milionésima vez. Merda. Como ele sabe?

Dulce: Jack me pediu para comprar o almoço dele. Eu não tinha como dizer não. Você colocou alguém para me vigiar? — Meu couro cabeludo pinica com a ideia. Não é de surpreender que eu tenha me sentido tão paranoica: havia alguém me observando. O pensamento me deixa com raiva.

Chris: É por isso que eu não queria que você voltasse a trabalhar — revida ele.

Dulce: Christopher, por favor. Você está... — ...me sufocando.

Chris: Sufocando? — sussurra ele, surpreso.

Dulce: É. Você tem que parar com isso. Falo com você hoje à noite. Infelizmente, tenho que trabalhar até mais tarde porque não posso ir a Nova York.

Chris: Dulce, não quero sufocar você — diz ele em voz baixa, horrorizado.

Dulce: Bem, é o que está fazendo. Tenho que trabalhar. Falo com você depois — desligo, sentindo-me exausta e um tanto deprimida.

Depois de um fim de semana maravilhoso, a realidade está batendo à porta. Nunca senti tanta vontade de fugir. Fugir para um retiro tranquilo em que eu possa pensar nesse homem, sobre como ele é e sobre como lidar com ele. Em um nível, sei que ele está machucado, entendo isso claramente agora. O que é tão desolador quanto desgastante. Pelos pequenos pedaços de informação preciosa que ele tem me dado sobre sua vida, eu entendo o porquê. Uma criança rejeitada, um ambiente medonho e abusivo, uma mãe que não podia protegê-lo, a quem ele não podia proteger e que morreu na frente dele. Tremo. Meu pobre Christopher. Sou dele, mas não para ser mantida numa gaiola. Como é que eu vou fazê-lo enxergar isso?