Fanfic: Es Un Drama (Jondy/Vondy) | Tema: Rebelde - Jondy / Vondy

         Logo após desligar o telefone com Dulce, Anahí foi para o banheiro, tomou um banho rápido, porém relaxante, fez uma maquiagem leve, colocou seu melhor jeans apertado e suas botas UGG que eram ideais para o tempo frio de final de Outubro de Nova Iorque, colocou sua camiseta apertada do seu time do coração da linha da Victoria’s Secrets que a deixava extremamente sensual, apesar da roupa esportiva, prendeu os cabelos em um coque que parecia, apenas parecia, levemente desleixado, o que lhe dava um tom casual, pegou uma pesada jaqueta com lã forrando-a por dentro e foi para aquele que ela sabia ser um dos restaurantes/bar mais descolados do quarteirão, carregava apenas o celular, a carteira e as chaves de casa, beberia algumas cervejas, assistiria ao jogo e comeria algo, depois voltaria para casa de taxi, tudo programado para ser o mais tranquilo possível. Logo ao chegar na calçada deu de cara com o mesmo vizinho e que trabalhava no mesmo prédio de Dulce que fumava displicentemente um cigarro na rua como se esperasse alguém, cumprimentou-o com um “Boa noite” e saiu em direção ao restaurante a pé mesmo, não era longe e aproveitaria para conhecer a vizinhança, chegou ao restaurante cerca de quinze minutos depois de sair de casa, ainda faltava meia hora para que o jogo começasse, encontrou um local no bar, gostava da movimentação daquele local, pediu uma cerveja e tirou a jaqueta, pediu um sanduíche e comeu enquanto o jogo não começava, via o bar encher-se, era um grande clássico, Patriots contra Jets, tinha confiança em seu time e sabia que as brigas não eram comuns entre torcedores do esporte, mas sentia-se um tanto quanto intimidada por estar sozinha naquele lugar com tantos torcedores do time adversário, estava considerando voltar para casa, se fosse rápida perderia no máximo cinco minutos do jogo quando ouviu uma voz grave e suave em seu ouvido.

“ – Continuamos constantemente nos encontrando, não é mesmo?” – Ela virou-se e deu de cara com o vizinho de Dulce e sorriu sem graça.

“ – É o que parece!”

“ – Se importa de nos juntarmos a você? O grupo que torce pelo Patriots por aqui não é muito grande.”

“ – Ah...Você também torce por eles?”

“ – Torço há alguns anos. Eu torcia pro Cowboys, mas mais porque é o time mais próximo da região onde moro. Mas nunca foi exatamente fã do tipo ou dos jogos, comecei a assisti-los mais na faculdade e em Harvard, coração de Boston, é difícil torcer por outro time.” – Falou ele com um sorriso nos lábios.

“ – Eu torço desde a adolescência. Mas admito que estudar na Nova Inglaterra fica meio impossível de torcer pra outro time.” – Disse ela simpática. “ – Anahí!”

“ – Christopher... Posso assistir ao jogo com você?”

“ – Desde que não fale besteiras...Fique a vontade!”

“ – Pode deixar... E se importa de um amigo se juntar a nós?”

“ – Claro que não. Mas se ele torcer pros Jets eu chuto ele de hoje até amanhã!” – Ela falou com uma gargalhada.

“ – Fica tranquila, torcemos os três pro mesmo time.” – Falou ele com um largo sorriso.

“ – Muito melhor assim...” – Ele flertava com ela, era óbvio isso, ele era bonito, deixou que o flerte acontecesse, afinal, não seria nada demais se eles não ultrapassassem um certo limite. Os dois times entraram em campo, fixaram os olhos na tela, estavam tirando o cara ou coroa para ver quem começava com o ataque quando ouviu uma voz grave, porém mais doce e suave que a de Christopher.

“ – Desculpa a demora. Eu tive uns problemas no trabalho e me atrasei pra sair. O que perdi?” – Ele perguntou displicentemente enquanto sentava-se ao lado de Christopher que apenas respondeu.

“ – Nada! Ainda estão começando. O Patriots começa na defesa.”

“ – Espero que eles estejam melhores que na semana passada com essa defesa.” – Falou Alfonso que pela primeira vez notou a bela mulher ao lado de Christopher que o encarava curiosa. “ – Você já foi mais educado, cara. Não vai me apresentar sua amiga?”

“ – Ah é... Anahí, esse é Alfonso. Alfonso essa é a minha vizinha Anahí.”

“ – Muito prazer!” – Disse ele estendendo a mão para ela com um largo sorriso.

“ – O prazer é todo meu, mas... Eu não sou sua vizinha. Sou apenas a amiga que decorou o apartamento dela.” – Disse Anahí rindo.

“ – Ah é? E onde está sua amiga?”

“ – Voltou pra New Haven pra encontrar o namorado. Joe é um cara muito legal, Dulce gosta muito dele, mas não vai poder vir morar aqui de imediato. Então vão aproveitar os feriados e as folgas para se verem.”  - Falou Anahí de forma casual. Porém os nomes Joe e Dulce despertaram algo em Christopher que logo ficou inquieto, daria mais cerveja para Anahí para ver o que conseguia arrancar dela. Era coincidência demais que ela fosse amiga de uma Dulce e que essa namorasse um Joe, ficou quieto e se concentrou na tela. Assistiram o jogo animadamente, conversaram e beberam, no decorrer da noite Christopher conseguiu arrancar pouca coisa de Anahí e não queria parecer estranho, percebeu que Anahí e Alfonso flertavam muito um com o outro e abriu espaço para que fizessem, o amigo tinha terminado com Claudia há poucos dias e precisava se distrair, na hora de ir embora Alfonso pegou um taxi para casa e o telefone de Anahí, ela e Christopher foram andando juntos para casa, ele pensara a noite toda em como puxar assunto com ela sobre a tal Dulce até que por fim falou.

“ – Você é muito legal, uma pena que não será minha vizinha!”

“ – É... Uma pena mesmo. Mas você vai gostar da Dulce. Ela é uma querida.”

“ – Pois é... Se for como você tenho certeza que nos daremos bem.”

“ – Ela não tem nada haver comigo. Mas é muito legal, somos amigas por acaso, nos conhecemos na faculdade e dividimos o mesmo quarto de dormitório, daí o resto é história.”

“ – Você se formou em quê?”

“ – Fiz moda, mas ainda não aconteceu minha grande oportunidade, sabe?”

“ – Sei como é. Ramo difícil...”

“ – Pois é! Minha mãe diz que adoraria ver meu nome numa plaquinha como advogada ou médica, mas no fundo me apóia porque faço o que amo.”

“ – Ela deve ter orgulho de você!”

“ – E tem, mas um dia me provocou quando foi ao meu apartamento em New Haven e viu a plaquinha da mesa da Dulce, ela olhou pra mim e disse: ‘Olha filha que lindo! Dulce Maria Espinosa Saviñon – Advogada. Podia ser você, né?’, daí eu disse: ‘Podia sim, mas daí eu não seria feliz. O que prefere?’ e ela falou que me preferia feliz, sempre. E que um dia ia ver meu nome entre as grandes marcas de moda e acabou o assunto. – Anahí sorriu tristemente. “ – Eu juro que tentei, mas não é o que gosto. Prefiro ganhar uma miséria fazendo o que amo do que rios de dinheiro com algo que odeio. E você? O que faz?”

“ – Sou cirurgião plástico. Ser médico não era minha opção. Eu queria ser músico. Mas a verdade é que tenho dom para o que faço e aprendi a amar, de verdade.”

“ – E você era um bom músico?”

“ – Eu acho que sim! Não era profissional, mas sabia e ainda sei tocar alguns instrumentos e gosto de compor. Mas já faz algum tempo que não escrevo nada.”

“ – Bem, não serei sua vizinha, pelo menos não se não arrumar logo um emprego por aqui... Mas acho que posso ser sua amiga, que acha?”

“ – Acho ótimo! Você é uma pessoa fascinante!” – Christopher sorriu.

“ – Então prometa que vai me mostrar uma de suas músicas um dia...” – Falou Anahí de maneira empolgada.

“ – Eu não costumo mostrá-las pra ninguém. Quando cantava ou tocava eram covers. Mas vou pensar no seu caso...” –  Christopher falava da maneira mais casual que era possível, mas seu coração estava a mil, não podia acreditar na peça que o destino lhe pregara, justo quando ele tinha decidido tentar esquecer Dulce ela se mudava para o mesmo prédio que ele? Trabalhavam no mesmo lugar? Estava aturdido.Continuou o caminho numa conversa amena e sem maiores detalhes da vida pessoal de ambos, despediram-se quando ela saiu do elevador e ele seguiu para seu próprio apartamento, estava aturdido, tomou um banho e jogou-se na cama pensando em sua sorte, ou completa falta dela. Será que conseguiria se controlar estando tão perto dela? Dormiu em meio aos pensamentos sombrios de como seria tê-la por perto, por mais que tentasse controlar, a tentação de aparecer para ele a tomar o que era dele por direito estava fervendo-o por dentro e povoando seus sonhos.