Fanfic: Es Un Drama (Jondy/Vondy) | Tema: Rebelde - Jondy / Vondy

Após passar a manhã evitando pensar em Dulce e negando o almoço com Alfonso quando este disse que iria almoçar com Anahí e Dulce, Christopher olhou seu relógio, comera uma fruta dada por Alessandra assim que ela voltou de seu almoço, mas já eram duas da tarde e ele estava com muita fome. Normalmente almoçaria com Alessandra no consultório mesmo, mas ela já havia almoçado com Elisa, sua amiga que trabalhava alguns andares abaixo. Não queria correr o risco de encontrar Dulce no caminho, mas não agüentaria mais muito tempo. Ligou para Alfonso que disse ter voltado do almoço há aproximadamente cinco minutos, ficou satisfeito. Se Alfonso tinha voltado isso queria dizer que Dulce também já deveria estar em seu escritório, sabia que não teria nenhuma paciente por um par de horas, avisou a Alessandra que sairia para comer algo e que se alguma paciente chegasse que ela ligasse para ele, ela simplesmente concordou e ele saiu. Chamou o elevador e esperou um pouco até que este aparecesse, o bom de trabalhar no último andar é que o elevador sempre vinha vazio, apesar de demorar um pouco a chegar, entrou no elevador, apertou o térreo e esperou, era horário de almoço também dos ascensoristas, mas ele não se importava, ficou mais próximo aos botões e apertou-os para algumas pessoas que entravam, olhava algo em seu celular distraidamente quando ouviu o som daquela voz, era inconfundível, apertou o andar que ela solicitara sem dizer absolutamente nada, estava distraída e não o tinha visto, encolheu-se mais para o canto e evitou manter contato visual com ela, apesar de serem vinte andares de diferença, seria relativamente rápido e se desse sorte ela não o veria, mas era tarde demais, olhou-a de canto de olho e notou que ela o olhava perplexa, respirou fundo e a encarou. Ela não falava nada, parecia assustada e ao mesmo tempo sem ação, ele falou calmamente e na sua voz suave de sempre.

“ – Oi Dulce!” – Não queria falar com ela, não queria que ela soubesse que ele estava tão perto, não ainda.

         Dulce estava perplexa, com tanto lugar no mundo tinha que encontrá-lo logo ali? Ele não a olhava, parecia querer evitá-la, estava assustada, ficou paralisada. Até que ele falou com ela. Não foi nada demais, mas ela sentiu-se ultrajada. Como ele tinha coragem de dirigir-se a ela?

“ – Oi!” – Respondeu entre dentes, viu o elevador chegar no andar que desejava e tão logo a porta abriu ela saiu, estava confusa, sua cabeça a mil. Ele não a olhava ameaçadoramente como era seu costume, ou como a olhara da última vez em New Heaven, parecia triste e envergonhado. Mas por quê? Saiu do elevador e foi para a sala da Aviesta, não percebeu que ele saíra do elevador atrás dela, viu Anahí sentada na recepção e dirigiu-se rapidamente a ela e falou rapidamente. “ – Aqui seu portfólio. Tenho que subir.” – Anahí a olhava assustada. Estava lívida e a ponto de chorar.

“ – Duds, o que houve que você está assim?”

“ – Nada! Depois conversamos, tá? Boa sorte...” – Aproximou-se e beijou o rosto da amiga.

“ – Tudo bem, depois conversamos... Christopher? Por que não desceu conosco, seu safado?” – Anahí soltou a amiga e direcionou-se para alguém atrás dela. Dulce virou a cabeça lentamente e deu de cara com os olhos tristes de Christopher atrás dela, Anahí não entendia a expressão do novo amigo e perguntou. “ – O que houve Christopher, tá passando mal?”

“ – Não, eu estou bem. Só vim falar com o Alfonso rápido antes de comer.”

“ – Achei que ia almoçar com a sua secretária e...”

“ – Eu ia, mas fiquei atolado e a deixei descer pra comer. Daí eu estou indo almoçar agora e precisava falar com o Alfonso, resolvi passar aqui antes.” – Ele olhava Dulce de canto de olho, queria dizer que estava ali por ela, precisava falar com ela.

“ – Eu vou indo então...” – Falou Dulce apressada, entendera o que Christopher queria na verdade e não queria ficar ali.

“ – Calma amiga! Esse é o Christopher que te falei. O seu vizinho gato que trabalha aqui também!” – Falou Anahí com um belo sorriso. Ótimo... Além de tudo moravam no mesmo prédio. Como o destino pôde aprontar aquilo com ela, afinal? Respirou fundo e sorriu falsamente.

“ – Que bom. Mas eu tenho mesmo que ir.” – Ela falou se apressando para sair, beijou a amiga, desejou mais uma vez boa sorte e saiu. Anahí ficou sem entender nada, Christopher sorriu de canto e pediu para ela avisar ao Alfonso que queria conversar com ele e que passaria ali depois do Almoço. Anahí apenas concordou, tão logo ele saiu, Alfonso a chamou. Estava nervosa e decidiu se concentrar, depois conversaria melhor com Dulce.

         Dulce estava estarrecida, se ele não a estava seguindo ali, com certeza o fizera em New Heaven, estava assustada, até onde ele iria? Não queria saber, se preciso fosse voltaria para casa, queria toda a distância do mundo dele. Estava perdida em pensamentos, esperando o elevador quando sentiu as mãos dele em sua cintura e arrepiou-se toda, queria desvencilhar-se dele, mas sentia-se impedida de fazê-lo, respirou fundo e olhou para ele, ele apenas sorriu tristemente e a empurrou na direção das escadas, ela não conseguia controlar seus movimentos. Como ele ainda era capaz de ter esse efeito sobre ela depois de tanto tempo? Apenas seguiu-o sem fazer alarde. Encaminharam-se para as escadas, ele a olhava incisivamente, ela o encarou de verdade pela primeira vez.

“ – O que quer?” – Vociferou ela um pouco sem convicção.

“ – Conversar com você!”

“ – Eu não quero conversar com você? Será que não percebeu isso?”

“ – Dulce. Eu sei que eu te magoei muito, mas...”

“  Mas nada Christopher. Eu sou feliz hoje em dia. E sinceramente? O que passou entre nós foi completamente insignificante perto do que tenho hoje!” – Mentiu ela. Sabia que amava Joe e que estava feliz com sua relação com ele. Mas o que tivera com Christopher estava longe de ser insignificante. Ele irritou-se ao ouvi-la falar aquilo e bateu com a mão violentamente na parede atrás dela prensando-a um pouco. Levou seu rosto a altura do dela, a olhava nos olhos, falava entre dentes com o rosto muito próximo do dela.

“ – Você é minha Dulce. Sempre foi e sempre vai ser. O que tivemos não foi insignificante e você sabe disso...” – Ele estava com raiva, não admitiria perdê-la dessa forma. Tinha dúvidas do que falava, ela parecia muito segura.

“ – Eu era uma adolescente idiota que estava encantada por um babaca. Só mais um clássico. Eu encontrei alguém que eu amo, que me ama e que me faz bem. Você é passado.”

“ – Dulce, não me testa, ok? Eu só quero conversar com você. Pedir desculpas e...” – Ela não deixou que ele prosseguisse.

“ – Só pode ser piada. Você? Pedindo desculpas por me tratar como lixo? Não acredito! Além do mais, eu não quero e nem tenho nada pra conversar com você Christopher. Agora me dá licença que eu tenho mais o que fazer...” – Ela o empurrou com toda sua força e o afastou de si, estava muito abalada, tê-lo tão perto era a última coisa que ela desejava, já estava próxima a aporta quando sentiu-o puxá-la e fazê-la voltar, antes que pudesse protestar ele já estava com a mão em sua nuca e a beijava. O beijo dele era mais suave do que antes, mais sedutor, ele a prendia contra seu corpo, pôde sentir como o corpo dele havia evoluído, sentiu seu corpo estremecer, ele ainda tinha muito poder sobre ela, deixou-se levar pelo beijo por alguns segundos até que percebeu o que realmente acontecia, apoiou as mãos no peito dele e o empurrou, em seguida lançou um forte tapa contra o rosto dele e esbravejou.

“ – Nunca mais chega perto de mim, Uckermann. Eu te odeio. Tenho nojo de você!” – Ao falar isso afastou-se apressada, chamou mais uma vez o elevador e este logo apareceu. Deu graças a Deus, Christopher ainda não saíra das escadas, seu corpo tremia, estava muito abalada, queria chorar, ao chegar ao andar de seu escritório pediu a Elisa que cancelasse todos seus compromissos e que avisasse a Anahí que tinha ido para casa, pegou suas coisas e saiu. Precisava ficar sozinha, em menos de dez minutos estava fora do prédio, resolveu caminhar para casa, passou pelo Central Park e parou, sentou-se em frente ao lago, viu os patos que nadavam e um casal apaixonado do lado oposto do lago, não resistiu e começou a chorar. Sentia uma dor intensa. Por que ele tinha que voltar pra vida dela? Por que ele queria torturá-la dessa forma? Ela era feliz com Joe, sabia que ele era o homem certo para ela em todos os aspectos, mas por que, afinal, ela ainda se sentia tão abalada na presença de Christopher? Por que o beijo dele tinha que ser tão bom e fazê-la esquecer do mundo? Sabia pelas palavras de Christopher e pelo fato de agora ter certeza que ele a perseguira em New Heaven que ele não mudara. Provavelmente descobrira que ela estava noiva e decidiu buscar o que achava ser dele. Mas por que ela ainda se sentia daquela forma simplesmente em vê-lo? Passou algum tempo sentada no parque chorando, limpou as lágrimas e rumou para casa, chegou a sua casa e Anahí já lhe esperava com uma cara preocupada. Disse que apenas tinha se sentido indisposta e que iria se deitar. Anahí contou empolgada que conseguira o emprego e que Alfonso a chamara para jantar. Só os dois. Dulce sorriu e felicitou a amiga, falou que deitaria um pouco e pediu para que Anahí a chamasse para que conversassem e ela pudesse contar os detalhes de seu encontro assim que chegasse. Anahí não percebeu que Dulce estaria mal, achou apenas que estava indisposta e concordou. Despediu-se da amiga com um beijo e saiu para comprar roupas para seu encontro com aquele que acreditava ser o homem de seus sonhos. Dulce apenas riu do jeito de Anahí e foi para seu quarto, tirou as roupas que lhe apertavam, tomou um banho rápido e deitou-se, estava exausta, sua mente a mil e seu coração em pedaços. Não demorou muito depois que deitara na cama para que dormisse.