Fanfic: What Happened ? | Tema: One Direction.

Finalmente tinha amanhecido. Noite passada eu tive uma briga horrível com Spencer, já que ele havia tentado dormir comigo. Passei a noite inteira chorando, ao lembrar do rosto de Harry me rejeitando, do jeito que ele me empurrou de seus braços... Droga, eu não aguentaria isso por muito tempo. E se Spencer continuasse me chantageando pelo resto da vida, ou pelo menos até Harry esquecer completamente de mim e encontrar a felicidade em outra garota? Céus, eu não aguentaria, não mesmo. Eu morreria. Talvez seja drama, mas Harry era basicamente tudo pra mim naquele momento. Eu não queria estar tão apaixonada assim por ele, porque doía. Doía pelo fato de eu ser tão frágil ao lado dele, tão boba, tão... Indefesa aos encantos dele. Eu não resistia ao seu sorriso, e isso era ridículo para mim, porque depois do tal ocorrido com Spencer no ano passado, eu passei a ser decidida, determinada, e até mesmo ignorante. Harry definitivamente havia me amolecido. Havia me encantado. Me deixado dependente dele. Eu chorava só de pensar em perdê-lo, e de que ele estaria me odiando agora.

Saí do apartamento e quando estava na porta do elevador, Spencer segurou meu braço.

– Onde pensa que vai?

– Ora, vou até a padaria comprar algum doce para mim. Vai me impedir até de comer? – Falei sarcástica.

– Não demore. - Ele murmurou.

Dei graças ao fato de que a sacada do apartamento dava para trás do prédio, e não para frente, onde ficava a padaria. Sorri ao ver Natallie sentada em uma das mesas de lá com as pernas cruzadas, uma touca e óculos escuros. Sua pele morena brilhava tanto quanto o sol, e seus cabelos negros caindo aos ombros realmente davam um ar misterioso á ela. Homens e garotos paravam para observá-la. Talvez sua origem latina realmente fosse uma coisa provocante para os homens.

– Yo soy extranjera, no entiendo lo que dice – Natallie falava para um garoto que tentava chamá-la para sair. Seu sorriso divertido denunciava que ela estava brincando com o garoto, mas ele parecia não perceber.

– Você não sabe falar inglês mesmo? – Ele falou cabisbaixo.

– Me alegro de haberte encontrado! – Arrisquei um espanhol que foi bem fajuto. Natallie riu. Olhei para o garoto que nos olhava confuso. – Hey, eu e ela vamos conversar, tchau.

O garoto pareceu chateado, mas se levantou e foi embora. Olhei para Natallie e ela pra mim. Tudo que havia acontecido voltou a passar em flashbacks na minha cabeça e eu comecei a chorar em seu ombro.

– Hey. - Ela acariciou meus cabelos. – Por que não me conta o que aconteceu?

Suspirei e comecei a contar tudo. Desde Spencer chegando em casa, ameaçando matar Harry, até a hora em que ele me obrigou a deixar Harry e a ferir seus sentimentos. Eu estava me sentindo muito mal, mas desabafar com Nat fazia eu me sentir melhor.

– Está tudo bem. – Ela bagunçou meus cabelos. – Só venha comigo, certo?

– Ir com você? Para onde? Você é maluca? Spencer está lá em cima, ele vai estranhar minha demora...

Natallie colou seu longo dedo indicador em cima de meus lábios fazendo-me calar.

– Pare de ter medo. Ou você foge, ou perde Harry para sempre.

– Natallie...

– Layze...

– Ah, droga. – Rolei os olhos e me forcei a entrar no taxi que ela já tinha chamado. Alguns minutos depois e descemos na frente do prédio onde Louis e Harry moravam.

– Zayn está aí. – Ela sorriu.

– E Harry também. – Eu suspirei nervosa.

– E vocês vão conversar. – Ela sorriu novamente.

– Nat, e se ele não quiser...

– Cale a boca, Layze! Ele vai querer. – Ela sorriu encorajadora para mim. Natallie sempre sorria, sempre tentava me fazer ficar melhor.

Enquanto saíamos do elevador e Natallie apertava a campainha do apartamento, eu mordia os lábios e batucava os dedos no celular em sinal de nervosismo. Louis abriu a porta e lançou um sorriso amigável para nós.

– Layze... Eu sabia que você viria por aqui.

– Eu preciso explicar tudo. Eu não fiz de propósito, eu... – Encarei Louis nos olhos e quando percebi, as lágrimas já jorravam dos meus olhos.

– Calma, não estou julgando você! – Ele me abraçou forte. – Harry está no quarto. Não sai de lá pra absolutamente nada. Tentei entrar, mas a porta está trancada e preferi não bater.

– Certo. – Andei nervosa até a porta do quarto dele. Dei três leves batidas lá.

– Louis, eu não estou com fome! – Harry gritou com a voz rouca, como se acabasse de acordar.

Não respondi nada, apenas bati de novo na porta.

– Também não estou precisando de nada, obrigado! – Ele gritou.

Respirei fundo e bati de novo na porta.

– Está querendo me irritar ou o que? – Ouvi seus passos até a porta e meu coração acelerou como de costume. De repente, me perdi naqueles olhos verde-esmeralda e naqueles cabelos bagunçados.

De repente tudo pareceu ficar em câmera lenta. Os olhos dele estavam cheios de sentimentos. Amor, mágoa, ódio, tristeza... Ele pareceu não saber o que fazer. Eu também não sabia o que fazer, para falar a verdade. Apenas chorei. Chorei como eu estava chorando todos os dias. Ficamos nos encarando por alguns segundos, até que ele murmurou “vá embora” e tentou fechar a porta do quarto, mas eu coloquei meu pé para impedir. No mesmo instante bufei de dor e ele puxou a porta para trás, preocupado.

– Você está bem? – Ele se abaixou até o meu pé, para olhar melhor.

– Harry. – O chamei com a voz embargada. – Me deixe explicar, por favor...

Ele me olhou nos olhos. Parecia realmente magoado, e aquilo acabou comigo. Ele provavelmente achava que eu era um monstro, e Deus, eu era! O que eu estava fazendo? Eu poderia ter chamado a polícia e denunciado Spencer, ao invés de ter dito aquelas coisas horríveis para ele.

– Seu namorado deve estar sentindo sua falta. – Ele sorriu irônico. Tentou disfarçar, mas eu percebi seu esforço para sorrir.

Levei minhas mãos devagar até o rosto dele. Harry tentou se esquivar, mas não conseguiu. Acariciei seu rosto de leve, depositando nesse carinho todo o meu amor por ele. Ele fechou os olhos para sentir melhor. Quando percebi, eu já estava de olhos fechados também, e com os lábios grudados nos dele. Harry me puxou para dentro do quarto e trancou a porta, sem desencostar nossas bocas por um só segundo sequer.

– Céus. - Acariciei seus cabelos.  – Eu amo tanto você.

– Ama tanto, que me deixou por outro. – Ele encarou meus olhos novamente, que já derramavam lágrimas. Ele derramou algumas também e aquilo despedaçou meu coração. O puxei para um abraço, e só então percebi o quanto eu sentia falta disso. O quanto nossos corpos se encaixavam e pareciam pertencer um ao outro.

– Você não sabe por que eu fiz isso. – Sussurrei em seu ouvido.

– Então me conte. – Ele falou em um tom inconformado, como crianças costumam fazer quando dizemos “você só vai saber quando for adulto”

Comecei a contar tudo e ele parecia prestar bastante atenção a tudo. Parecia ficar frustrado a cada vez que eu pronunciava “Spencer”.

– LayHay. - Ele me abraçou. – Você poderia ter me contado por sms, sei lá! Eu mandaria algum segurança ficar ao meu lado enquanto eu saísse do estúdio ou coisa do tipo. Você não tem que ter medo dele.

– Eu sei que não devo. – Sorri fraco. – Mas eu tenho. O jeito que ele me ameaçou... Harry, foi assustador.

– Hey, está tudo bem agora, certo? – Ele me beijou. Droga, como eu gostava desse beijo.

Então ouvi o grito de Natallie. Louis gritava alguma coisa como “chamem os seguranças!”. A porta do quarto de Harry se abriu num estrondo, e lá estava Spencer, com uma arma na mão.

– Errado. – Solucei.

Nota da autora: Sinto muito pela demora, haha. Então, esse é o penúltimo capítulo da fanfic. Talvez por isso eu enrolava tanto pra escrever. Sim, não quero dizer adeus pra essa fic :c