Fanfic: Recomeçar
- Eu vou embora daqui, não tenho que ouvir isso (Maria)
- Ta maluca? Você vai ficar aqui até a mãe chegar e descobrir oque você fez, sua sem vergonha. (Grita Nara, segurando Maria pelo braço).
Nara ligou para a sua mãe, mesmo não sabendo se era essa a atitude certa a tomar, ela arriscou, e não demorou muito para Simone chegar toda assustada, querendo saber oque aconteceu.
- Oque tá acontecendo pra você me tirar as pressas do trabalho menina! (Simone)
-Mãe, olha oque eu achei na gaveta da Maria. (Afirma Nara, mostrando a droga)
-Não foi eu mãe eu juro (Maria)
-Eu não acredito, ai meu Deus, eu criei vocês com oque eu tinha e não tinha e tu faz uma desgraça dessas Maria, não acredito, como você teve coragem. (Chora Simone incomformada)
-Mãe eu posso explicar (Maria)
-Explicar? Explicar oque? Eu to vendo tudo Maria, tu não tem vergonha na cara, me diz, foi aquele teu ex não foi? O tal de Nelinho, foi ele. (Pergunta Simone indiguinada)
-Não mãe NÃO FOI. Você quer mesmo saber porque eu fiz isso? Então ta. Olha pra mim. Olhou? Viu oque eu sou? Uma favelada de bosta, que não serve nem pra limpar uma casa, uma otária que saiu de uma lata de lixo, que, alias não era nem pra ter nascido, eu não sei quem é minha mãe, não sei quem é meu pai. A minha vida é um ponto de interrogação. Alias, era. Porque agora em diante quem não aguenta mais sou eu, to indo embora, vocês finalmente vão se ver livres de mim. ACABOU. (Maria)
-Espera garota ta pensando oque, que ja se manda? Eu sou sua mãe, eu que te dei de tudo! (Simone)
-Olha só você quer que eu te agradeça por ter me tirado da lata de lixo? Não agradeço! Sabe porque? Porque eu preferia ter ficado lá, ter morrido, e não ter me tornado essa merda que eu sou. Mas mesmo assim, OBRIGADO! mais daqui pra frente eu me viro sozinha.
Maria foi ao seu quarto e rapidamente fez as malas, pegou seu dinheiro, sua bolsa, e foi saindo porta à fora.
-Maria espera, se você não quer ficar em casa tudo bem, até porque eu não aceitei ainda oque você fez garota. Mas pelo menos fica na sua vó, se você sair daqui vai ser pior. (Simone)
-Mãe, você já ouviu aquela frase: Pior que tá não fica? Pois é, essa é a minha vida. (Maria)
Maria realmente tinha tomado essa decisão por definitivo, saiu rapidamente da rua em que morava, e desceu o morro, inconsolada, pois sabia que estava abandonando tudo, de cabeça quente, mesmo sabendo que não era aquela atitude que tomaria se estivesse mais calma, ela levantou a cabeça e seguiu em frente, sem rumo, sem direção. Enquanto isso, Simone não se conformava com tudo que aconteceu.
-Calma minha filha, não chora. Ela é jovem, foi esfirar a cabeça la fora, depois se arrepende e volta, assim foi até bom pra ela dar valor ao que tem dentro de casa (Quiquinha)
-Ela não vai voltar mãe, não vai. (Simone)
Depois de enfrentar dois onibus Maria resolveu parar, não aguentava mais, precisava parar para pensar, e perguntou a si mesma: Como eu vou descobrir o meu pasado se tudo o que eu sei é que quando fui abandonada veio um bilhete pedindo para eu ser chamada de Maria? Mas porque diabos isso?
Ja estava escurecendo e Maria resolveu voltar a favela, não à sua casa, mas sim á casa de Raquel.
Chegando lá ela bate na porta e a "amiga" á recebe:
- Que que cê te fazendo aqui? (Raquel)
-Briguei com a mãe, é uma longa história. Posso dormir aqui hoje? (Maria)
-Aqui não é hotel, mas vo quebrar teu galho menina; (Raquel)
Maria ficou surpresa com a atitude de Raquel, achou ela tão agressiva. Mal sabe ela do caráter da moça, alias Maria sabe sim, de uma garota que vende drogas boa coisa não pode sair!
Maria foi tomar seu banho, escovou seus dentes, colocou seu pijama e foi deitar, após um dia a ser esquecido completamente. Ao cair da noite, o sono dominou Maria, ela dormiu profundamente, até que vagas lembranças dominaram seus pensamentos, como um dejavu. Maria acordou assustada, se lembrando de cada detalhe do pesadelo que teve, não foi qualquer pesadelo, foram imagens que chocaram a sua mente, e ela sabia, aquilo não foi algo da sua cabeça, um pesadelo qualquer, mais doque isso, aquilo foi sim um sinal, um aviso, era sim seu passado!
Maria via sua mãe por vagarosas imagens, mas porque diabos ela viu a imagem de alguem, sua mãe, sendo que ela nunca a conheceu? Nunca é uma palavra forte demais a usar, sendo que ela conheceu sua mãe com dias de vidas, mas, dias de vidas não é tempo para se guardar qualquer imagem.
Maria se levantou, bebeu agua, e novamente deitou-se, e como do contrário, geralmente os pesadelos são algos que todos desejamos esquecer, Maria, não queria esquecê-lo de jeito nenhum.
No dia seguinte Maria acorda assustada com Raquel berrando por seu nome.
-Raquel, oque você ta fazendo com a minha mala (Maria)
- Ué, você pediu pra ficar aqui e eu te dei hospedagem por uma noite, uma noite em que você não me deixou dormir com seus pesadelos, agora toma um cafézinho, escova seus dentinhos e pega a mala e vai embora.(Raquel)
-Mas Raquel, eu pensei que você fosse minha amigaa (Maria)
-E eu sou, mas minha casa não é hotel, toma seu café e vaza! (Raquel)
CONTINUA...
Autor(a): ramonpereira
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Minutos após ser mandada embora da casa de sua então "grande" amiga Raquel, Maria estava completamente perdida, sem chão, e se perguntava: Porque ela fez isso, porque Raquel fez aquilo... A resposta ela não sabia e, agora era oque menos importava, pois, oque ela queria de fato era ir em busca de seu passado e, aqueles pesadelos que tivera na noi ...
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