Pov Lua
Eu não havia pregado o olho a noite toda pensando no olhar e no sorriso sínico que Arthur fizera para mim , eu realmente não estava entendendo nada , e isso me deixava apavorada . Olhei para o relógio que estava em cima da escrivaninha , marcava 6 horas da manhã , a faculdade era as 7 horas me levantei e botei o pé no chão , aquele chão frio era estranho , e o meu peito estava apertado como se eu soubesse que alguma coisa iria acontecer , e isso não era um sentimento bom , andei até o banheiro e me olhei no espelho , eu não sabia o porque daquela implicância dele comigo , aquilo não era normal . Me despi e entrei no box , aquela água estava completamente quente , mas muito boa , me fez relaxar daquela péssima noite que eu não havia pregado o olho , só pensando no que iria acontecer quando eu chegasse na escola . Aquele banho durou uns 30 minutos , sai do banheiro com um ventinho forte e gelado no meu rosto , havia esquecido a minha roupa , também depois dessa noite horrível como eu pudera pensar em pegar uma roupa ? Sai do banheiro sentindo um friozinho gelado percorrendo as minhas pernas e braços , caminhei até o armário vestindo minha calcinha e meu sutiã , voltei ao banheiro para deixa-la no banheiro e voltei até o armário , e quando eu peguei a minha calça jeans tomei um susto por ver a porta se abrir e ver o Arthur me olhando com os olhos arregalados .
-Arthur! - eu gritei sem saber o que fazer - Sai daqui! - eu disse , e depois de uns segundo ele fechou a porta . Cassete ! que vacilo , como eu pudera não fechar a porta?E agora seria outro motivo para ele implicar comigo , o que seria dessa vez? meu corpo horrível? A minha calcinha grande? O que? Vesti a minha calça , minha blusa da coca-cola e um tênis all-star e peguei a minha bolça , a pergunta era: como eu encararia aquele ser? Porque tenho certeza que ele vai ter a cara de pau de fazer qualquer piadinha quando me visse , olhei no relógio novamente eram 6h e 39 minutos , eu tinha que descer , não tinha mais para onde fugir . Abri a porta devagar e olhei nem sinal do senhor educação . Respirei fundo e continuei a andar e sabe quando você torce para algo acontecer e quando vê aconteceu o contrario do que você queria que acontecesse? Exato . Isso aconteceu , entrei na cozinha e a primeira pessoa que eu vi foi o senhor educação .
-Estava te esperando - Ele disse pegando a mochila dele
-Por que? - eu perguntei sem graça
-Minha mãe queria que eu te levasse - ele disse passando por mim - Vamos logo senão vamos nos atrasar - o que estava acontecendo? Sem piadinhas? sem palavrões? insultos ou qualquer coisa do tipo? esse era mesmo o Arthur Aguiar que eu conhecia e odiava com todas as minhas forças? - Lua - ele me chamou de um jeito educado - Vamos?
-Er.. - eu embolei a fala - sim - eu disse indo em sua direção e passando pela porta que ele logo fechou , eu estava com as mãos suando , e meu coração estava acelerado , será que aquilo era alguma piadinha? Era isso o significado do sorriso e do olhar sedutor ... que olhar sedutor o que , era um olhar de maniaco mesmo , e aquele olhar me deu medo! Eu estava andando distraída e nem percebe quando Arthur passou por mim e abriu a porta , eu me parei e olhei sem entender
-Não vai entrar? - ele perguntou olhando para mim
-Você bebeu? - eu perguntei olhando para ele assustada - Você saiu ontem e ainda está meio grogue? - eu perguntei seria e ele gargalhou
-Entra logo Lua - ele disse e eu o olhei com medo
-Arthur o que você está tramando ? - eu perguntei nervosa - É serio , por favor para com isso - eu disse com as mãos tremendo e ele me olhou assustada
-Lua o que ouve? - Ele me perguntou assustado
-Nada , eu só peço que pare com isso , seja lá o que está tramando - eu disse entrando no carro , não sabendo qual foi a reação dele , eu tinha que me controlar , ainda bem que tinha o meu remédio na bolça , eu não contara para ele pois eu sabia que de algum modo ele iria usar isso contra mim , a verdade era que eu tinha síndrome do pânico , não era nada grave , o meu estado não era nada preocupante , mas mesmo assim , eu tinha pânico , e isso foi o motivo de eu não pregar os olhos na noite , eu havia descido 3 vezes até a cozinha para beber água e tomar o meu Rivotril (Remédio para controlar o pânico) O caminho todo nos não trocamos uma única palavra , e isso me deixou muito mais nervosa , logo quando ele estacionou eu quase voei para fora do carro , e sem espera-lo eu entrei para a faculdade , encontrando Sophia na entrada .
-Lua - ela disse sorrindo - preparada para o trote?
-Não mesmo - disse respirando fundo
-Então acho melhor se preparar - ela disse contente - Olha a turma chegou - ela disse vendo o bando que iria passar o trote
-Mas já? - eu disse nervosa - Espera eu não estou preparada - eu disse em pânico mais Sophia não percebeu que era serio e gargalhou
-Ora do trote! - Um cara gritou e logo um grupo cercou a turma . Eu estava bem no meio , e a medida que o grupo em volta ia se aproximando , mas a turma do meio ficava espremida , eu já estava passando mal , e como estava muito apertada , eu não conseguia pegar o remédio dentro da minha bolça , eu virei para Sophia , mas ela não estava ali , ela havia sumido e no lugar dela , estava um cara pulando . O meu deus , eu estava desesperada , meu pânico aumentava a cada momento , foi quando eu senti algo sendo jogado em nos olhei e era tinta , sendo jogada em todos , o cheiro era forte , e a tinta era jogada de diversos lugares , a tinta que veio de cima me atingiu na cabeça , o que aumentou ainda mais o meu pânico e a cada vez eu me sentia pior , eu tentava sair , mas parecia impossível. De repente , um espaço se abriu e eu vi a minha chance , só o que eu não vi era que abriram espaço porque estavam preparados para jogar água de peixe , e adivinha quem era? Isso mesmo o senhor educação , agora tudo fazia sentido . Eu cambaleei para trás e me sentia muito mal , foi quando senti alguém segurar o meu braço .
-Lua você está bem? - A voz era de Arthur
-Não - eu disse com a mão na cabeça e começando a chorar - Me tira daqui pelo amor de deus , ou pelo menos me diz como sair daqui - eu disse chorando , eu senti alguém pegando na minha perna , e quando vi estava em seu colo , eu vi o povo gritando , provavelmente nem nos viram saindo ,o que me deu alivio , mas eu precisava do meu remédio
-Eu preciso de água - eu disse quando ele me botou sentada na cadeira da praça de alimentação enquanto eu pegava o remédio na bolça , ele correu e pegou uma garrafa de água e me entregou . Logo botei o remédio na boca e bebi a água , fechei os olhos tentando conter o nervosismo e a tremedeira
-Lua você tem síndrome do pânico? - ele disse pegando na minha mão e olhando o remédio
-S-sim - eu disse já mais calma
-Por que você não disse antes? - ele disse apertando a minha mão
-E por que teria que dizer?
-Eu poderia ter te ajudado no carro , afinal sou médico
-Você não é o tipo de pessoa que me ajudaria - eu disse e ele se calou