Fanfics Brasil - 5 - Todo Mundo Odeia o Malvo Nem Todo Mundo Odeia o Chris - 2ª Temporada

Fanfic: Nem Todo Mundo Odeia o Chris - 2ª Temporada | Tema: Todo Mundo Odeia o Chris


Capítulo: 5 - Todo Mundo Odeia o Malvo

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POV. CHRIS (Brooklin – 1984)


Eu trabalhava no Doc’s tinha quase um ano e meio e eu fazia de tudo lá. Varria, limpava os produtos, organizava as prateleiras – até fazia ovos em conserva -; a única coisa que o Doc nunca me deixava fazer era tomar conta do caixa. Sempre que tinha que sair, ele fechava a loja mais cedo. Tentei pensar que era precaução ao invés de desconfiança. Afinal, aquilo era Bed-Stuy. Poderia acontecer praticamente qualquer coisa ali; desde um assalto até uma garota branca entrar e me passar uma cantada. Mas como as coisas mudam...


“Chris, eu tenho que ir ao banco. Vou ficar fora pouco tempo.”


“Ok, eu ajudo a fechar.”


“Nós não vamos fechar. Quero que fique no caixa pra mim.” Sério?


“Ok.”


“Não aceite notas altas e conte o troco em voz alta. Volto em duas horas. Pode fazer isso pra mim?”


“Claro, Doc.” Ouvi o barulho da porta e virei pra ver a Lizzy entrando. “Oi, Lizzy.”


“Ah, que ótimo você ter chegado. Ajuda o Chris aqui na loja enquanto eu vou ao banco?” Será que ele sabe o significado da palavra ‘por favor’? Acho que não. Mas pra sorte dele a Lizzy tava de bom humor.


“Claro. É pra fazer o quê?”


“É só pra ele não ficar só.”


“Ok.” Ele pegou uma bolsa grande e saiu. “Qual foi a dele?”


“Sei lá. Ele nunca me deixou cuidar da loja sozinho.” Ela deu de ombros. “Veio fazer o quê aqui?”


“Meu leite também acaba, sabia?” Ela riu e foi até a última prateleira, nos fundos da loja. “Chris, que caixas são essas?”


“Ah, é que eu acabei de encher as prateleiras e era pra eu colocar no porão, mas acabei esquecendo.” Ouvi uma risada.


“Tudo bem. Eu coloco.” Ouvi uns barulhos estranhos e depois a porta dos fundos abrir e fechar. Naquela hora um cara mal encarado entrou na loja. Achei estranho. Ele nunca tinha entrado lá antes, mas eu tinha a impressão que eu conhecia ele de algum lugar.


“Posso ajudar?”


“É, pode sim. Passa a grana!” Ele levantou a camisa, tirou uma arma e apontou pra mim. Sério, eu fiquei em choque. Nunca tinha sido assaltado na vida. O Jerome me roubava de vez em quando, mas já era costume e ele nunca tinha apontado uma arma pra mim. “Rápido, garoto!” Me forcei a entrar no piloto automático pra me manter calmo. Fiz o que ele disse, mas minha cabeça tava lá embaixo no porão. Eu olhava repetidamente para a porta dos fundos, tentando ver se ela já tava vindo e ele acabou notando. “Tá olhando o quê, moleque?”


“Nada.” Disse rápido.


“Tem mais alguém aqui?”


“Não. Só eu.” Nunca fiquei tão feliz por minha voz não tremer. Que a Lizzy demore! Que a Lizzy demore! Era só o que eu pensava. “Pronto.” Entreguei o dinheiro pra ele.


“Bom. E é melhor não contar pra ninguém que foi roubado pelo Malvo.” Ah, que ótimo. Além de ser assaltado, vou ter que ficar de boca fechada?


Ele saiu e eu caí sentado numa cadeira. Que droga! É a primeira vez que o Doc sai e me acontece logo isso! Eu tava me tremendo de medo da cabeça aos pés, mas respirei fundo. Menos de cinco minutos depois a Lizzy volta. Eu não sabia muito bem pra quem, mas eu disse ‘obrigado’ por ela ter demorado lá embaixo.


“Ô coisa difícil! Como você faz aquilo tão rápido?” Não consegui responder. “Chris? O que foi? O que você tem?” Ela chegou mais perto e segurou minha mão. “Você tá gelado. Aconteceu alguma coisa, não foi?” Assenti, mas não falei nada. “O que foi? Me diz.” Puxei a gaveta da caixa registradora e ela viu que tava vazia. Ouvi um ofego e soube que ela tinha entendido. “Quem foi?” Finalmente encontrei minha língua.


“Não posso dizer.”


“Por quê?” Não respondi e ela me encarou. “Ele tava armado, não tava?” Olhei pra ela, surpreso.


“Como você sabe?”


“É a única coisa que te faria ficar calado. Me diz quem foi. Por favor.”


“Eu não posso.” Ela sentou no balcão de frente pra mim.


“Chris, quantas vezes eu te meti em problemas?” Aquilo era golpe sujo.


“Nenhuma.” Ela sempre virava o jogo e me fazia fazer o que ela queria.


“Então, me diz.” Olhei pra ela e ela tava com aquela cara de ‘por favor’ que eu não conseguia dizer não. Suspirei, desistindo.


“Ok. Foi o Malvo.”


“Aquele Malvo? O que é preso a cada três semanas?”


“Esse mesmo.” Ela estranhou.


“Nunca soube que ele tivesse arma.”


“Eu descobri do pior jeito.” Ela ergueu a mão e afagou meu rosto.


Depois disso, o jeito era esperar o Doc chegar e contar o que tinha acontecido. Ele ficou chateado quando percebeu que eu sabia, mas não ia falar. Mas nada – eu repito – NADA me fez contar ao Doc quem tinha roubado a loja. Eu adorava o meu emprego, mas não valia levar uma bala na cabeça. Ele acabou me dizendo uma coisa que me ajudou a resolver tudo.


“Quando se está encrencado, Chris, você pode pedir ajuda.” Fui pensando nisso até chegar em casa.


A Lizzy foi o caminho pra casa inteiro me criticando por que eu não contei pro Doc quem tinha roubado a loja. Era o tipo de situação que eu não ia mudar de ideia, não importava o que ela dissesse. Daquela vez não ia funcionar.


“Você devia ter falado. O Doc tem o direito de saber quem roubou a loja dele. Era sua obrigação contar.” Ah tá!


“Minha obrigação?! Era minha obrigação levar um tiro também?!” Ela suspirou.


“Chris, eu sei que você pode estar com medo, mas...” Não deixei ela terminar.


“É claro que eu to com medo! Alguém já apontou uma arma pra você?!” Entrei em casa e ela entrou logo atrás de mim. Me sentei na escada e vi ela sentar ao meu lado. De todas as coisas que eu poderia esperar que ela fizesse na hora, a mais improvável de todas foi exatamente a que ela fez. Ela me abraçou pelas costas e encostou o queixo no meu ombro.


“Desculpa. É muito cedo pra falar disso. Você precisa se acalmar.” Suspirei.


“Desculpa também. Eu não devia ter sido grosso com você. Mas eu fiquei preocupado.”


“Não precisa se preocupar com isso. A gente vai dar um jeito de pegar ele.”


“Não era com isso que eu tava preocupado.” Ela se afastou um pouco pra me olhar.


“E era com o quê?” Olhei pra ela.


“Fiquei preocupado com você. Que você aparecesse na hora que ele tava lá.” Ela continuou me encarando com a boca entreaberta e não disse nada. “O que foi?”


“Você tá me dizendo que quando tinha uma arma apontada pra você, você se preocupou comigo?”


“É. Eu conheço você o suficiente pra saber que você ia tentar alguma coisa se estivesse lá.” Ela riu e voltou a me abraçar. Aquilo me fez sentir mais calmo.


“Obrigada por se preocupar comigo.”


“De nada.” Respirei fundo. “Eu sei que eu tenho que contar pro Doc, mas eu queria dar um jeito no Malvo antes. Ou ele vai me matar quando souber que eu entreguei ele.” Olhei pra ela. “Me ajuda?”


“Como?”


“Tive uma ideia, e é das boas.”


“Como você sabe que é das boas?” Sorri.


“Parece com uma das suas.” Ela riu e eu contei o plano pra ela.


POV. LIZZY


Dia tenso com algumas surpresas e alguns (só um) assaltos. OK, ele ficou muito nervoso, mas quem não ficaria? E eu nem me toquei. Fiquei criticando ele o caminho inteiro pra casa. Não foi à toa que ele se irritou, mas logo eu dei um jeito de acalmar ele. Mudando de assunto: tem uma coisa que tá repassando direto na minha cabeça. Ele se preocupou comigo quando ele tinha que se preocupar só com ele. Que ser humano com um são juízo pensa em outra pessoa quando tem uma arma apontada pra sua cabeça? Mas eu não posso pensar nisso agora. Não agora.


Ele tinha me contado o plano e era muito bom. Meio complicado, mas se fosse feito direito, seria perfeito. Desde quando ele ficou tão inteligente? Foco, Lizzy. FOCO! Eu tinha uma parte do plano pra fazer e a gente ia colocar em prática logo no dia seguinte, quando ele fosse trabalhar. Tudo tinha que ser cronometrado pra dar certo. Pela primeira vez eu tava ansiosa por um plano que nem era meu, e tão ansiosa que passei metade da noite repassando o plano.


No dia seguinte nem eu nem ele prestamos a mínima atenção na aula. Até o Greg percebeu que tinha alguma coisa errada. Acabei contando pra ele o que tinha acontecido. Aparentemente, o Chris não tinha contado pra ele pra não demonstrar fraqueza. Garotos. O Greg também ficou com medo e pediu pra eu não contar pra ninguém que ele sabia quem tinha roubado a loja pra não virem atrás dele. Revirei os olhos e ignorei. Eu tava mais impaciente e nervosa que o normal, mas eu precisava me acalmar, então respirei fundo umas três vezes.


Quando o Chris foi trabalhar eu esperei exatamente uma hora e comecei com o plano. O Chris tinha me dito que o Doc tinha conseguido fazer o depósito do dinheiro dele, então a única coisa que tiraria o Doc da loja depois do que aconteceu era... Peguei o telefone e disquei. Respirei fundo e tentei ao máximo fazer minha voz parecer com a de atendente de banco, com aquele sotaque estranho de robô.


“Alô?”


“Dominic Harris?”


“Sim.”


“Aqui é Catelyn, do U.S. Bank. Estou ligando para informar que tivemos um problema com o seu depósito de ontem. O valor que o senhor alega ter depositado é muito superior ao depósito feito.” Pude sentir o nervosismo dele.


“Mas isso não é possível. Eu conferi o valor várias vezes.” Me segurei firmemente pra não rir. Eu tinha que fazer aquilo direito.


“Devo pedir que compareça aqui na agência até às quatro da tarde, que é quando fechamos o balanço de depósitos. Caso não venha, o depósito será cancelado e, como o senhor bem sabe, não há reembolso.”


“Ok. Eu estou indo. Daqui a pouco eu chego aí.” Respirei fundo e mordi minha língua levemente. O desespero dele era hilário.


“Aguardamos sua visita. Tenha uma boa tarde.” E desliguei. Não me aguentei e caí na cama, rolando de tanto rir. Eu tinha que admitir: nenhum dos meus planos me fez rir tanto. Tive que dar crédito ao Chris por isso.


Esperei uns dez minutos e liguei de novo. Se tivesse dado certo, o Chris atenderia. E foi ele mesmo que atendeu.


“Oi. Deu certo?”


“Perfeito. Ele saiu tem uns três minutos.”


“Ótimo. Hora da parte dois.”


“A mais tensa e a que mais precisa dar certo.”


“Faz o seu que vai dar certo, ok?” Ouvi ele respirar fundo.


“Ok.” Desliguei e desci.


Como o Chris disse, o Drew tava sentado na calçada. Tentei imaginar como eu ia convencer ele a descer o quarteirão comigo. Meu falso motivo era uma banquinha de brincos que toda quinta feira uma moça montava perto do Doc’s. O motivo eu tinha, mas não tinha assunto pra fazer ele querer ir. De repente, tive uma ideia. Ele gosta de hóquei. É tão viciado por hóquei quanto o Chris é por basquete. Então se irmãos funcionam parecido, é só dar corda que ele vai falando o caminho inteiro.


Com esse pensamento, me aproximei dele e perguntei – como quem não quer nada – se ele gostava de hóquei. Como eu esperava, ele me abriu o maior sorriso do mundo e começou a falar. Sem perceber, ele se levantou e foi caminhando junto comigo na direção da esquina. Ele falava e eu só escutava e observava a rua, procurando o rosto que eu queria ver. Como o Chris também tinha dito, o Malvo tava numa calçada a umas cinco casas do Doc’s. Quando vi ele, comecei a mudar de assunto com o Drew, por que, afinal, o objetivo não era falar de hóquei.


“Drew, o Chris foi trabalhar hoje?” Ele deu de ombros.


“Acho que foi. Ele só folga dia de sábado. Por quê?” Nesse momento a gente passou em frente ao Malvo e eu elevei a voz um pouco.


“Ah, é que eu vi o Doc saindo tem uns vinte minutos. E depois do que aconteceu ontem, o Doc ter coragem de deixar o Chris sozinho de novo...” Deixei o suspense na frase.


“Ele não foi pra casa e a loja tá aberta, olha.” Ele apontou e eu fingi surpresa. Pelo canto do olho, vi o Malvo me encarar descaradamente.


“Uau! Espero que não aconteça outro roubo.”


Parei na banquinha e com aquela parte do plano feita, eu não sabia o que fazer com o Drew. Não podia voltar com ele, por que tinha que ficar ali por perto esperando pra ver se o resto do plano daria certo. Mas o destino resolveu me presentear com um pouco de sorte e o Drew viu uns amigos dele vindo na nossa direção. Ele falou com eles e os seguiu de volta rua acima. Ai, que ótimo, meu filho. Eu precisava te tirar daqui, mas não sabia como. Obrigada, Senhor.


Virei de novo pra banquinha, fingindo olhar os brincos, mas vi quando o Malvo foi na direção da loja. Essa parte também tinha dado certo e agora tinha chegado a parte que eu mais tinha detestado no plano todo: esperar. Fiquei rondando a calçada perto do Doc’s e olhando direto pra esquina. Pro meu alívio, o que eu estava esperando não demorou muito. Me permiti um sorrisinho de vitória antecipada quando vi eles dobrarem a esquina.


POV. CHRIS


Quando o Doc atendeu o telefone, eu tive que virar o rosto pra ele não ver que eu tava rindo, e rindo muito. Eu sabia tudo o que ia acontecer, então era bem cômico. Pouco depois ele desligou o telefone e correu pro porão. Voltou com a mesma bolsa do dia anterior, mas agora parecia vazia. Aparentemente ele tinha esquecido o roubo, por que ele virou pra mim e disse:


“Chris, eu tenho que ir ao banco. Não demoro nem uma hora.” Claro, por que demoraram tudo isso pra assaltar a loja. Meu pensamento irônico ficou pra mim e eu só assenti pra ele. Depois ele saiu apressado.


Pouco depois o telefone tocou e eu atendi. Era a Lizzy pra confirmar a primeira parte do plano. Quando ela desligou eu sabia que tinha a minha parte pra fazer. Respirei fundo e disquei o número. Não demorou muito e atenderam.


“Departamento de Polícia de Nova York.” Fiz minha melhor voz de pânico.


“Alô? É da polícia? Eu acabei de vez uma cara assaltando uma garota aqui no bairro.”


“Calma, garoto. Qual é o bairro?”


“Bed-Stuy.”


“Ah tá.” Pelo tom de voz desinteressado que ele fez, eu soube que nada ia acontecer. Foi quando eu lembrei o truque que todo mundo do bairro usava pra coisas como essas.


“Era uma garota branca.” Efeito imediato.


“Passa o endereço, garoto.” Dei o endereço bem direitinho pra ele. “Tem algum ponto de referência?”


“Não, mas é uma mercearia que fica no final do quarteirão.”


“Tudo bem.” Desliguei e me permiti um sorriso. Por uma garota branca, eles não iam demorar nem o tempo de um macarrão instantâneo pra chegar.


Meu sorriso se desfez quando eu olhei pela janela de vidro e vi o Malvo vindo. Olhei mais adiante e vi a Lizzy a duas casas de distância. Pelo menos ela tinha cumprido o prometido: ficar longe quando estivesse perigoso. Respirei fundo e me acalmei o máximo possível. Dez segundos depois, a porta abriu. Ele entrou na maior cara de pau, como se fosse comprar alguma coisa.


“E ai, Chris. Ouvi dizer que o Doc saiu.” Fiz cara de desentendido.


“Pois é, né?”


“Então quer dizer que o dinheiro tá aqui e o Doc saiu?”


“Quem diria, né?” Ele tirou a arma e apontou pra mim.


“Então você tem que entregar a grana pro Malvo.” Por mais calmo que eu tenha tentado parecer, quando uma arma tá apontada pra você, não existe autocontrole. Por alguns momentos tudo o que eu consegui fazer foi olhar pra arma. E olhando pra ela eu percebi uma coisa que não tinha me chamado a atenção da outra vez e quase sorri.Sujeitinho cara de pau. Já mais calmo, peguei o dinheiro e entreguei pra ele. “E lembre: você não me viu aqui.”


“Claro que não.” Mas eles viram, idiota.


Ele saiu contando o dinheiro e nem viu que tinha pelo menos quatro carros de polícia lá fora. Acabaram prendendo ele, enquanto ele gritava: Você armou pra mim, moleque!


Vi a Lizzy sair da porta do porão e antes que eu perguntasse, ela respondeu.


“Porta dos fundos.”


“Você prometeu que ia ficar longe.”


“E eu fiquei, à contra gosto.” Ela fez careta, mas me deu um abraço e um beijo no rosto. Fazia umas duas semanas que ela não fazia isso e eu tinha sentido saudades. “Você parece calmo. Ele não mostrou a arma?” Dei de ombros.


“Mostrou, mas eu notei algo muito interessante.”


“O quê?” Olhei pra ela e sorri.


“Tava descarregada.” A cara de surpresa dela valeu o sufoco inteiro.


“Sujeitinho cara de pau, miserável. Como percebeu?”


“Vi o tambor vazio.” Ela riu e segurou minha mão. A gente saiu da loja mesmo na hora que um policial tava perguntando onde estava a garota branca.


“To aqui.” Ele me viu junto com ela e me analisou de cima a baixo.


“Ele também é um assaltante?” Ela revirou os olhos.


“Não, é meu amigo e foi ele quem avisou vocês.”


“Ok. Mas quanto o Malvo roubou de você?” Ela olhou pra mim e eu entendi que era pra eu dizer o valor roubado da loja.


“Ah, 112 dólares.” Inacreditavelmente eles fizeram uma vaquinha entre eles e deram o dinheiro pra ela.


“Obrigada.”


“De nada, moça.” Eles levaram o Malvo e quase no mesmo momento o Doc chegou.


“Chris, eu viu uns carros da polícia saindo daqui. Aconteceu alguma coisa?” Eu ri.


“Aconteceu. Prenderam quem te roubou.” Ele arregalou os olhos.


“Quem?”


“O Malvo.” Lizzy.


“O Malvo?”


“Sim, e pego no flagra.” Lizzy. O Doc parou e ficou encarando nós dois.


“Foram vocês que armaram isso?” A Lizzy deu de ombros e eu olhei pro teto. Ele riu e a gente também. “Obrigado, vocês dois.”


“De nada, Doc.” Eu.


“E você ainda ficou com um brinde.” Lizzy. E ela entregou os 112 dólares que o Malvo tinha roubado dele.


“Como vocês recuperaram?”


“O Chris disse que o Malvo tinha roubado de mim.”


“É, isso explica tudo. Mas agora sentem aqui e eu quero que me expliquem como foi que fizeram isso.”


A gente sentou em dois bancos que tinha lá e contamos pra ele a história toda.


...




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Autor(a): LivyBennet

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