Fanfic:  Friends

    Lavínia chegou em casa e foi correndo pensar nas coisas que levaria, pois era muito ansiosa e para ela tudo tinha que ser feito muito tempo antes, E como só faltava uma semana para a mudança, ela já achava que estava em cima da hora.

    Vivian chegou em casa e foi direto pro quarto, e ficou ali, olhando pela janela, sabia que sentiria falta dali. Logo Thiago chegava em seu quarto.

    - Posso entrar?- Dizia Thiago dando leves batidas na porta.

    - Hã? Ah... Tá entra.

    - O que foi?

    - Nada, to só pensando, lembrando de tudo que já aconteceu desde que a gente se mudou pra cá. Há onze anos.

    - Eu tinha... Nove anos e você oito, não é?É maninha, eu digo que não, mas... Acho que vou sentir saudades de casa, vou sentir saudades daqui, e da mamãe.

      - E do papai Thi?

      - Pai? Você tá falando daquele cara que entra e sai dessa casa, sem sequer saber a minha cor predileta, pelo amor de Deus Vivi, nós não o conhecemos. E depois que a mamãe e ele se separaram ficou ainda pior, ele vem nos visitar um vez na vida e outra na morte, e sabe como é, né?

      - Pois é, vem sempre com a Danielle, como ele a chama mesmo?

      - Danizinha do amorzinhuu!

   Os dois caíram na gargalhada lembrando de como o pai falava com a tal da Danielle

      - Isso eu acho ridículo Vivian.

      - Eu também Thiago, nosso pai está longe de ser um pai modelo.

      - O que me deixa feliz é saber que nossa mãe refez a vida dela e é feliz ao lado do Antônio.

      - É o Antônio ama realmente nossa “dona Tereza”, e a mamãe também o ama.

      - Lembra Vivi, de quando eu tomei o maior tombo, tentando aprender a andar de bicicleta.

      - Lembro que eu ri muito da sua cara.- Vivian cai na gargalhada, enquanto Thiago, sério olhava pra ela.

      - Muito engraçadinha.

      - Eu me lembro também quando você me ensinou a andar de bicicleta. Você lembra?

      - Lembro sim... Thiago!?

      - Fala.

      - Eu te adoro sabia?

      - Sabia, eu também te adoro.- Ele a abraçava, os dois estavam na janela. De onde olhavam para o jardim e traziam a memória muitas lembranças.

Na casa de Beatriz

- Mãe.

- Oi minha filha.

- Acabei de falar com o pessoal e combinamos de nos mudar na sexta-feira.

- Você tem certeza disso Bia?

- É claro que eu tenho certeza. Mãe, eu já tenho dezenove anos, você não acha que já estou bem grandinha?

  Nisso chega a sala o pai de Beatriz e ouve um pedaço da conversa.

  - Eu ouvi direito? Você está pensando em sair de casa?

  - Mãe, a senhora não falou com ele?

  - Minha filha, nós precisamos conversar sobre isso.

  - Mas mãe, nós já conversamos.

   - Mas não conversou comigo.

   - Pai, eu quero me mudar, fazer a minha faculdade, ficar com os meus amigos, viver a minha vida pai.

   - É minha última palavra. Você não vai.

   - Eu estou cansada de ser tratada como um bebezinho, não sou mais sua princesinha na redoma de vidro.

    - Não fala assim com o seu pai Bia. (olhando para ela com cara de repreensão)

     - Me deixem em paz, vocês dois. (Bia já estava aos prantos e saiu correndo para o quarto)

        Bia se jogou na cama e caiu no choro, estava morrendo de raiva do seu pai. Ela estava de bruços quando sua mãe entrou delicadamente e sentou na cama ao seu lado.

     - Bia!

     Bia levantou rapidamente e olhou para a mãe.

      - Eu queria lhe pedir que não ficasse chateada com o seu pai.

      - Mas mãe eu já estou cansada de ser tratada assim.

      - Minha filha, se ponha no lugar do seu pai. Ele não quer te perder. ( ela dizia acariciando o rosto da filha)

      - Eu entendo mãe, mas eu quero crescer.

      - Vai falar com o seu pai, dá uma chance pra ele dizer o que pensa.

      - Eu já sei o que ele pensa.

      - Talvez você não saiba. Vai falar com ele.

  A mãe de Bia deixou a filha sozinha na esperança de q1ue ela refletisse sobre o assunto, mas ela não queria conversar com o pai.

       - Não vai adiantar de nada, ele nunca vai me entender-pensava ela.

  Então ela continuou deitada, não pensava na possibilidade de procurar o pai, mas logo ouviu um barulho como se alguém entrasse em seu quarto, deu um pulo e sentou na cama, era seu pai, ela passou a mão no rosto e limpou as lágrimas, ele se sentou próximo a ela na cama e começou a falar:

      - Sua mãe disse que você queria falar comigo. - Ela olhou para a porta e lá estava a sua mãe, encostada olhando para ela.

     - Mamãe não é mole, ela faz de tudo para nos ver em paz. - Ela pensava.

  Mas foi aí que Bia entendeu o recado da mãe, ela não iria chegar a lugar algum desse jeito, não era esperneando que ela ia conseguir algo, e além do mais não podia ir embora estando mal com o seu pai, então como num impulso Bia o abraçou, ele ficou mais que surpreso, mas retribuiu o abraço, Dona Rosana, mãe de Beatriz observava com lágrimas nos olhos, enquanto a filha piscava para ela.

    Bia se soltou do abraço, colocou a mão no rosto do pai e começou a dizer com toda a delicadeza:

     - Pai, eu sei que sou sua única filha, e que pra você é difícil entender que eu cresci. Pai, eu sei que eu vou ser sua filhinha pra sempre, mas até a sua filhinha precisa criar asas, eu juro que vou estar por perto, e você sabe que eu tenho juízo, por isso não precisa se preocupar.

     - Filha, é difícil pra mim pensar em ver você sair por aquela porta.

     - Eu entendo pai, vai ser difícil para mim também, mas vai ser um passo importante, eu vou fazer a minha faculdade, não precisa se preocupar que eu vou estar num lugar onde também serei amada e protegida.

     - É isso mesmo que você quer filha?

     - É pai, mas só se o senhor deixar. (ela dizia com as mãos no rosto do pai)

     - Tudo bem minha querida, afinal, eu confio em você. (ele segura as mãos dela)

    Dona Rosana e toda a família Correa vão poder dormir aliviadas por essa noite.