Fanfic: O mar, amar...

Eu tinha chegado na nossa cafeteria predileta no horário combinado, peguei nossa mesa de sempre na varanda e esperei. Esperei. Esperei. Esperei mais um pouco. E mais um pouco. E adivinhe? Esperei mais um pouquinho. Ele não aparecia, já estava até vendo ele me dar um bolo pra fazer sei lá oque. Nosso relacionamento, de uns tempos pra cá, tinha esfriado um pouco. Tudo era motivo para brigas e discussões. Normal, você deve pensar, mas não, nossas discussões eram completamente fora do normal.

Finalmente ele chegou.

_Desculpa ter demorado tanto._ Ele se sentou na minha frente. _Eu tenho uma surpresa pra você._

_Espero que seja boa, pelo tempo que eu esperei._ Durante essa nossa crise, eu tinha feito da frieza e da ignorância minhas melhores amigas.

_É ótimo, você vai adorar. Lembra que eu tinha me inscrevido em um concurso de designer de games?_

_Como eu poderia esquecer? Você passou umas três semanas falando sobre isso._

_Pois é, então, eu ganhei. Fui um dos três escolhidos._

_E os ganhadores não iriam fazer um curso nos Japão, pra depois, passar um tempão produzindo um jogo?_

_Sim, eu estou tão feliz!_

_Parabéns pra você, do fundo do meu coração. Agora você pode ir pro outro lado do mundo e não terá mais de reclamar com as nossas brigas._

Ele sorriu. _Eu sabia que você iria reagir assim, por isso eu pedi que eles me enviassem outra passagem, como acompanhante. Imagina a gente no Japão, ia ser estupidamente legal, a gente poderia passear e comprar, comprar um monte de coisas. Você adora fazer compras, eu sei. Eu também adoro, vamos poder comprar os melhores videogames do mundo e sem falar no dinheiro que nós vamos ganhar e..._

_Gabriel._ O interrompi. _Eu fico muito feliz por você, de verdade, mas eu não posso ir pro Japão. É do outro lado do mundo, o curso dura um ano, imagine todo o resto do tempo em que você vai estar produzindo o jogo? Sem falar que não teremos tempo pra passear juntos e, eu não falo japonês, não me dou bem com aquela gente. Eu não consigo ficar longe da minha mãe, meu pai que vem me visitar nas festas de final de ano. Sem meus amigos, me desculpa._

_Você tem razão, é muita loucura fazer isso. Eu devo estar louco. Ainda bem que você me deu esse choque de realidade, ainda tenho tempo de cancelar tudo e a gente pode continuar vivendo normalmente, como se isso nunca tivesse acontecido._

_Não, claro que não. Você sonhou com isso por muito tempo, ficou ansioso pra receber a resposta e, agora que recebeu, não pode cancelar tudo. Esse é o seu sonho, amor, seu plano de vida. Eu não posso ir com você, mas isso não significa que você tenha que deixar de ir, muito menos terminar comigo. Podemos manter um relacionamento a distancia, eu sempre gostei dessa ideia. É tão romântico._ Sorri. _Não desista de tudo._

Ele pegou minha mão e sorriu. _Podemos fazer isso? Juntos?_

_Claro que sim, amor. Eu sei que temos passado por um momento difícil, mas eu te amo. Eu tenho certeza disso, na verdade, essa é a única certeza que eu tenho na vida. Eu te amo muito, nunca se esqueça disso._

Ele sorriu. _Não vou esquecer, eu te amo muito, meu anjo._