Fanfic: Uma Princesa de Sonhos - Vondy. (Finalizada)

Não poderia se envolver de maneira alguma com uma repórter.

Queria pedir que Dulce parasse de se mexer. Se permanecesse estática, talvez Chris fosse capaz de ignorar a imantação que parecia impelir seus corpos a se unirem.

Mas, a despeito de suas maneiras cavalheirescas, acabara por se achegar um pouco mais, até que seu ombro nu se apoiou no dela como se o gesto fosse a atitude mais natural a ser tomada.

— Acho que a tempestade abrandou um pouco — Chris comentou após o que pareceu ser uma eternidade, quebrada apenas pelo respirar descompassado dos dois. — Decerto a tormenta não será tão impiedosa durante toda a noite.

O príncipe ordenava-se calma, exigindo de seu corpo um controle que depressa se esvaía. Ficar sentado ao lado dela era um teste de resistência. E a noite mal começava…

Resolveram se ajeitar melhor ao mesmo tempo, e de alguma forma o resultado foi uma aproximação ainda maior, os cabelos dela a lhe fazer cócegas no nariz.

— É ruim sentar no chão — disse, encabulada.

— É mesmo.

— Acho que estamos mais seguros aqui debaixo.

— O avarento, que é dono deste lugar, devia ter tomado precauções para fortalecer as portas e janelas em vez de ficar se preocupando com a quantia que conseguiria arrancar de nós. O maior perigo é de vidro estilhaçado voando contra nossos rostos.

Chris passou o braço por sobre os ombros de Dulce e lhe acariciou o braço.

— Estamos seguros aqui, fique sossegada.

Conseguiria permanecer toda a noite assim, abraçando-a, sem fazer nada de que viesse se arrepender mais tarde? Esforçava-se para não pensar nela como uma mulher desejável, mas estava além de suas forças. Mesmo fechando os olhos, ainda podia sentir o adorável calor de seu corpo. E o perfume o acompanharia até o fim de seus dias.

Porque Dulce era extraordinária, além da mera aparência e sensualidade. Quantas pessoas reagiam com tamanha firmeza em situações de crise? Chris tinha de admitir que ali estava uma mulher e tanto… embora fosse uma repórter.

O assédio da imprensa fizera-o nutrir um grande preconceito pelos profissionais dessa categoria, mas tinha de se esforçar para ser justo. Como em qualquer outra profissão, havia bons e maus trabalhadores. E Dulce não escrevia para aqueles tablóides sensacionalistas. Sim, talvez fosse merecedora de uma entrevista. De fato, Chris se encontrava até em posição de revidar as afirmações enganosas veiculadas pela imprensa. Sobretudo quanto à sua falsa fama de conquistador.

O vento voltou a assolar o chalé. Agindo por impulso, Chris a envolveu com ambos os braços, ansiando por lhe oferecer proteção. E teve outro repente, perigoso mas útil. Um arranjo que poderia trazer proveito a ambos.

— Não vai durar para sempre, Dulce. Por que não fecha os olhos e tenta dormir um pouco?